Capítulo 18.

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— Quem é?. — Ele pergunta.

...o homem vem até a janela do carro...

— Me desculpe,mas hoje não haverá missa.

— Na verdade nós estamos de passagem,paramos aqui para fugir da chuva. — Explico — É meio perigoso dirigir com um temporal desses.

— Entendo,venham,podem entrar.

Sam e eu saímos do carro e corremos para dentro da igreja. O homem tira a capa de chuva e a pendura num cabide,o tipo com cabelo grisalho era um padre,percebi isso pela roupa que ele usava.

Por causa da chuva o lugar estava sem luz,a única iluminação eram as velas espalhadas pelo ambiente.

— Podem ficar a vontade.

— Muito obrigado...eu me chamo Robert e esse é Sam,meu filho. — Falo — Estamos numa viagem,mas a chuva nos pegou de surpresa.

— Sou Hilbert. — O homem sorri — ...fiquei meio apreensivo com o barulho do carro,é raro receber visitantes num momento como esse.

...em um determinado momento Hilbert olha para Sam que se sentava em um dos bancos da igreja...

— O que houve com o garoto?...está pálido.

— Ele está com febre e eu não tenho ideia do que fazer. — Solto um suspiro.

— Não se preocupe,eu devo ter uns remédios,esperem aqui.

Enquanto ele sai me aproximo de Sam para checar sua temperatura,mas quando toco em sua testa parece que a febre está do mesmo jeito. 

— O que sente além da febre?. — Pergunto.

— Me sinto meio fraco. — Ele responde.

— Se piorar me avise,certo?.

— Certo.

— ...esse lugar é assustador. — Olho em volta.

Por mais que o padre quisesse nos ajudar eu sentia um frio na barriga em relação a esse lugar,talvez pelo fato de não gostar de igrejas e para piorar lá fora a chuva não dava sinal de que ia parar. Não era a primeira vez que Sam ficava doente,os sintomas sempre são os mesmos,febre e fraqueza,mas mesmo que não dure muito isso me preocupava.

...

— Prontinho. — Diz o padre retornando com um comprimido e um copo de água.

...ele entrega para Sam que toma logo em seguida...

— Obrigado. — Diz o garoto entregando o copo vazio.

— Há um quarto nos fundo,talvez devesse descansar.

— Até que não é má ideia. — Falo.

Nós acompanhamos o padre até o tal quarto. O lugar era simples,apenas uma cama e uma cômoda,velas iluminavam o pequeno espaço,havia também uma janela com grades de ferro. Hilbert sai nos deixando a sós,Sam tira os sapatos e deita na cama,mas ele não parecia confortável.

— Qualquer coisa é só me chamar,eu vou estar lá fora.

— Tudo bem. — Ele responde meio sonolento.

...saio fechando a porta...

Vejo o padre reacendendo algumas velas que tinham se apagado,por uns momentos encaro algumas imagens de divindades espalhadas pela igreja...

— Sam é um garoto especial. — Diz o homem estando de costas para mim.

— Como?.

— As vezes acontecem coisas que ninguém sabe explicar,milagre,coincidência,natural,sobrenatural...o acontecimento só precisa existir.

— O que quer dizer com isso?. — Pergunto.

— Seu filho,ele pode fazer coisas inimagináveis.

— Como sabe?.

— Bom,eu soube desde o princípio. — Ele se vira e passa a me encarar — As informações que saíram no rádio ajudaram muito na minha teoria.

— ...eu só estou querendo leva-lo a um lugar seguro. — Abaixo a cabeça.

— E ele está. — O homem sorri.

— Ainda não estou entendendo.

— Vê?...Deus enviou Jesus e Jesus enviou seu filho...por isso que aqui é o lugar dele.

— Essa foi a coisa mais ridícula que ouvi.

— Pense Robert,ninguém sabe o motivo dele ter poderes e talvez aqui,um local sagrado,ele possa aprimorar seus dons...esse milagre pode trazer as pessoas de volta a fé.

— Não,meu filho não é a solução dos problemas da humanidade e o lugar dele não é aqui. — Me altero.

— Bom,ao menos tentei ser gentil.

De repente o homem puxa um revólver e aponta para mim. Eu não tinha ideia de como ele sabia sobre meu filho,mas nós tínhamos que sair daqui.

— SAM... — Grito por seu nome.

— Pare de gritar...se não quer que eu chame a polícia é melhor se retirar.

— O que?...

— ANDA.

Eu não tive escolha. Hilbert me acompanha até lá fora ainda apontando a arma em minha direção,a chuva nos molha completamente.

...fora da propriedade ele fecha os portões e os tranca,depois sai me encarando...

— SAM,VOCÊ PRECISA ACORDAR.

...bato no portão e chamo por meu filho diversas vezes até ficar quase sem voz...

— Não é assim que você vai tira-lo dai. — Diz uma voz conhecida.

Quando me viro,vejo a mulher parada ao lado de uma caminhonete,ela tem uma expressão séria e ao mesmo tempo calma.

— Keyla. — Falo reconhecendo-a.

— Vem,precisamos conversar.

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(Continua No Próximo Capítulo)

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