Capítulo 12.

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Quando entro na sala a professora nem questiona o motivo do meu atraso e isso,de certa forma,me deixou calmo. Todos me olham quando caminho em direção a única cadeira que restava lá no fundo...até agora não entendo a razão de agirem assim.

Aquele era mais um dia que talvez nem valesse a pena descrever,é tão parecido com os outros que chega a ser meio tedioso falar tudo detalhadamente. Assim que o recreio começa saio da sala meio apressado,acabo me esbarrando com Bryan pelo corredor...

— Espero que não tenha tido problemas por causa do atraso.  — Ele fala.

— Não,minha professora nem tocou no assunto. — Repondo.

— Quer lanchar?.

— Claro.

Fomos até o refeitório e assim que pagamos os lanches sentamos na mesma mesa onde conheci Tanysha. Enquanto lanchamos Bryan conta que seu professor lhe deu uma bronca pelo atraso,mas sua forma de explicar fez a situação parecer engraçada.

— ...mas o ano só está começando então...que as detenções comecem. — Ele faz uma voz ameaçadora.

— Não sei se eu teria coragem de prever algo assim. — Faço uma expressão negativa.

— É que algumas coisas nunca mudam. — O garoto movimenta os ombros.

— Então estou conversando com o pestinha da turma. — Sorrio.

— Acredite,o pior aqui é ele. — Bryan aponta para Joey — Vê?...

Do outro lado do refeitório Joey e seus companheiros davam altas gargalhadas,eles atiravam restos de comida nos desavisados e disfarçavam cada vez que alguém olhava.

— Ei Sam,você já pensou em usar seus poderes contra alguém?.

— Não vale a pena,seria errado. — Falo.

— Mesmo se essa pessoa te fizesse algum mal?.

— Sim,meu pai diz que não vale a pena gastar nossas energias com algo assim.

— Você não acha ele muito autoritário em relações aos seus poderes?. — Bryan continua com suas perguntas.

— Ele sabe o que diz e eu respeito suas decisões. — Explico — A onde quer chegar com essas perguntas?.

— Eu só acho que Joey merece uma lição pelas coisas que faz,você não pode fazer nada?.

— Não...

...ele me olha com uma expressão surpresa...

— Não tenho esses poderes para me vingar dos outros,quero usa-los de forma consciente,entende?.

— É,acho que você está certo — Bryan faz uma cara pensativa

— É claro que estou. — Dou um meio sorriso.

...

Ainda no refeitório em um momento de distração algo me atinge,eu não sabia o que era,mas aquilo deixou uma grande mancha de gordura na minha blusa. É claro que o culpado era Joey,vejo ele rindo e cochichando algo entre seus amigos.

— Ele vai ver. — Bryan se levanta de forma brusca.

— Não,deixa pra lá. — Seguro em seu braço.

— Mas ele...

— Lembra?...não vale a pena.

— Tá bom. — Ele se senta mantendo a calma.

De repente quando menos se espera algo novamente me atinge,dessa vez na minha testa,era um objeto duro e a pancada provocou uma dor enorme. Não sei bem o que aconteceu,tudo e todos pararam de se movimentar,era como se o tempo tivesse congelado...nem mesmo eu sabia que podia fazer isso.

— Bryan?. — Chamo pelo garoto que nem ao menos se mexia.

...sangue escorria da minha testa e a dor permanecia insuportável...

Olho para Joey que mesmo parado mantinha uma expressão de deboche,pensei no que Bryan disse sobre me vingar dele,mas não quero fazer isso. Imediatamente saio dali,caminho em direção ao banheiro para limpar minha testa,ao chegar lá abro a torneira...

— Pelo menos você não está como o resto. — Falo para a água que escorria em minhas mãos.

No local onde fui atingido estava inchado e meio roxo,por instinto fecho os olhos e começo a me concentrar na dor. Talvez tenha demorado uns segundos,ao abrir os olhos novamente noto que o ferimento havia desaparecido.

...suspiro...

— Sam,o que faz aqui?. — Bryan aparece.

...tudo parecia ter voltado ao normal...

— Eu...disse que precisava usar o banheiro — Sorrio — Não lembra?.

— Estávamos falando sobre o Joey,mas você sumiu num piscar de olhos. — Ele explica — Só lembro de você ter evitado que eu brigasse com aquele idiota.

...nesse momento o sinal toca finalizando o recreio...

— Acho melhor a gente ir. — Falo.

Não sei se Bryan acreditou no que eu disse,mas queria evitar falar sobre o ferimento em minha testa,se soubesse provavelmente teríamos a quinta guerra mundial.

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(Continua No Próximo Capítulo)

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