Capítulo 14.

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Naquela manhã de segunda acordei meio atordoado,ao olhar para os moveis do meu quarto vejo que todos eles estavam fora do lugar...inclusive minha cama. É provável que isso tenha acontecido durante o sono,mas a causa ainda é desconhecida para mim.

— Filho,hora de acordar. — Meu pai bate na porta.

— Já estou indo. — Falo já me levantado.

Por sorte ele não entrou no quarto,rapidamente checo se nada havia quebrado,depois tento arrumar tudo. O móvel mais pesado era o guarda-roupa,tive que usar meus poderes para coloca-lo de volta no lugar.

— Pronto. — Suspiro.

Vou ao banheiro,iria tomar um bom banho para me acalmar e esquecer que quase destruí meu quarto. Ligo o chuveiro,mas a água não vem até mim e quando olho para cima vejo as pequenas gotas flutuando pelo teto do banheiro.

...fecho o chuveiro e tento me concentrar em fazer toda água descer...

— Sam,por que demora tanto?. — Pergunta meu pai.

— Só um minuto. — Falo.

A água cai molhando todo o banheiro,se eu ficasse para limpar provavelmente iria me atrasar,resolvo então sair dali antes que outra coisa pudesse acontecer. Troco de roupa e depois de estar pronto vou até a cozinha...

— Estou morrendo de fome. — Digo ao pegar no prato de panquecas.

— Devagar ai,vai acabar se engasgando. — O homem me encara.

— Desculpe.

— Sabe,talvez eu volte mais cedo do trabalho hoje,minhas costas estão me matando.

— ...

— Sam?.

— O que?. — Olho para ele de forma espantada.

— Eu estou falando com você,o que houve?.

— Nada,eu...

...os pratos e talheres começam a se mover em cima da mesa...

Como eu iria para a escola desse jeito?...meu subconsciente pedia para que eu contasse ao meu pai,mas a coragem não vinha,e se ele achar que sou uma ameça?. Por outro lado,isso poderia ser apenas uma fase ou até a própria puberdade...puberdade dos meus poderes que também estão em fase de crescimento. 

— Hoje tem prova e eu estou meio tenso. — Minto.

— Então é bom manter a calma. — Ele sorri.

— É,por isso eu vou sair daqui mais cedo...até mais tarde. — Me levanto da cadeira. — Até mais tarde.

— Você deixou os... 

...apenas ouço o barulhos dos objetos caindo no chão...

...

O bairro estava meio movimentado naquela hora,muitos saíam para trabalhar,passo em frente a casa de Bryan e o vejo sair,quando me vê acena para mim. 

— Odeio segundas feiras. — Diz ele ao me acompanhar — Queria que não existissem.

— Faria diferença se a semana começasse na terça ou na quarta?. — Sorrio.

— Talvez. — Bryan olha para o lado — E você? como acordou essa manhã?

— Nada bem. — Suspiro — Preciso manter a calma até o fim da aula,sinto que posso explodir a qualquer momento.

— Sinto muito por isso,mas você conseguiu estar sob controle esses dias,sei que vai conseguir.

— Espero que sim.

Continuamos caminhando até chegar na escola...eu não me sentia nada bem. Bryan e eu decidimos sentar em um banco,logo começamos a conversar sobre assuntos aleatórios,mas aquela agonia continuava em mim mesmo estando distraído.

— Talvez seja melhor te trazer um pouco de água. — Diz o garoto — Você tá pálido.

— Não precisa...

— Tarde de mais,não sai dai,eu já volto.

...Bryan literalmente sai correndo para buscar a água...

Ter poderes não era as mil maravilhas e eu já não suportava todas aquelas sensações esquisitas em meu corpo. Olho para os alunos ao redor e todos pareciam ter um dia normal,mesmo tendo que enfrentar os distúrbios da adolescência eles sorriam e se divertiam. Me concentro e deixo os pensamentos negativos para trás,resolvo procurar por Bryan e dizer que não era preciso trazer a água.

— Olha só quem tá aqui sozinho. 

...Joey e seus companheiros aparecem no mesmo instante em que eu levanto do banco,eles formam um circulo em minha volta...

— Cadê o seu amiguinho punk?. — Ele pergunta.

— Eu não quero problemas. — Falo timidamente.

— Olha ele galera,mal consegue nos enfrentar sem o idiota do Bryan. — Ele debocha. 

— Por favor,eu...

De repente um dos garotos me empurra na direção de Joey...e quanto mais eu tentava fugir mais continuavam me empurrando entre eles. Absolutamente ninguém aparecia para interferir,ao invés disso gritavam e repetiam a palavra "briga" diversas vezes. Já tonto eles me empurram bruscamente pela ultima vez,caio sentado no chão...

— Vamos ver o que tem aqui. — Diz Joey ao pegar minha mochila e vasculhar o que tem dentro — Olha só esse monte de tralha...

...ele joga tudo no chão,inclusive uma foto minha e do meu pai que eu guardo dentro da mochila...

— Para com isso Joey. — Bryan aparece — Sam,eles machucaram você?. 

— ...

— O que foi?...só tem lixo aqui. — Joey pisa propositalmente na foto.

Quando ele faz isso a raiva invade meu corpo,sinto meu coração acelerar. As luzes começam a piscar e tudo começa a tremer violentamente...

— Tira o pé dai. — Meu tom é ameaçador.

— Como?. — Joey se faz de desentendido.

— EU MANDEI TIRAR...

Ergo seu corpo e o empurro contra a parede. Seus companheiros tentam avançar em minha direção,mas arremesso todos para longe. O piso e as paredes da escola começam a se rachar,pedaços da parede desabam,o encanamento dos bebedouros explodem deixando a água sair,pequenos objetos flutuavam e se colidiam uns com os outros...estava um verdadeiro caos ali. Todos corriam desesperados,mas o único que permanece ali é Bryan,o garoto tem um olhar assustado e quando a situação da escola piora ele corre.

— Me desculpe Bryan. — Falo enquanto as lagrimas caem em meu rosto...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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