Capítulo 9.

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Bryan me leva até sua casa,o lugar me transmitia uma rara sensação,mas procurei não ligar para isso. Ainda estando do lado de fora Bryan procura algo nos bolsos da calça...

— Cadê a maldita chave?.

— Seus pais não vão se importar com minha presença?. — Pergunto.

— Achei. — Diz ele ao encontrar o objeto — ...se importar?...não,meu pai está no trabalho e minha mãe provavelmente saiu com o jardineiro então...

— Jardineiro?. — Faço uma cara confusa.

— Tudo bem,meu pai está saindo com a assistente dele,todo mundo sai ganhando.

— E você fica feliz com isso?.  — Questiono.

— É a vida deles,eu...bom,vamos entrando. — Ele sorri e abre a porta.

Por dentro a casa tinha um aspecto sombrio e meio apagado,talvez fosse pela história que Bryan me contou sobre seus pais,ele parece não querer falar sobre isso e eu respeito sua decisão. Ao passar pela sala vejo uma fotografia dos pais de Bryan pendurada na parede,parecem bem felizes na imagem,fico me perguntando como eles conseguem conviver todos juntos.

— Não vamos ao seu quarto?. — Falo ao chegarmos na cozinha.

— Minha mãe passou a revistar tudo o que eu trazia para casa então tive esconder alguns objetos na minha casa na árvore. — Ele explica

— Você tem uma casa na árvore?.

— Tenho.

Quando saímos para o quintal pude ver a enorme árvore com a tal casa. A minuscula casinha era epenas um quadrado em volta dos troncos da árvore,sua estrutura também era feita de madeira,mas com uma coloração escura...

— Tá,eu sei que pode parecer velha,mas ainda uso...espera aqui,já volto.

...ele começa a subir na escada presa no tronco da árvore...

— Viu?...é totalmente seguro.

De repente ao se apoiar no ultimo degrau ele se quebra e Bryan cai...para mim a ação ocorria em câmera lenta,logo começo a me desesperar pois era muito alto e ele poderia se machucar gravemente. Sem pensar ergo minha mão direita fazendo seu corpo flutuar antes que pudesse atingir o chão,cuidadosamente o trago para perto.

...

Bryan se mantém em silêncio,ele não para de olhar para mim,talvez ainda esteja tentando assimilar tudo o que acabou de acontecer. Sei que não devia ter usado meus poderes,mas eu tive que evitar que ele caísse de uma altura tão grande como aquela,agora vai ser difícil de explicar sobre isso.  

— Eu preciso ir. — Falo já me retirando.

— Sam. — Ele segura em meu ombro — Como fez aquilo?.

— Bom,você ia cair então eu...sabe...não sou como as outras pessoas. — Abaixo a cabeça.

— Isso foi incrível. — Bryan se agita — Tipo,você é como um super humano...nossa!...desde quando consegue fazer essas coisas?

— Desde muito novo,eu nasci asim. — Respondo — Isso não te assusta?.

— Não,do que eu deveria ter medo?...continuamos sendo amigos. — Ele sorri.

Diferente do que pensei Bryan teve uma reação bastante positiva e eu me sentia bem em poder compartilhar isso com ele. Nós estávamos sentados encostados no troco da árvore conversando sobre o que acabou de acontecer,nem sei quanto tempo durou...

— ...eu me concentro,ai minha cabeça começa a formigar...sinto que posso mover qualquer coisa. — Explico.

— Sem ofensa,mas isso vai contra tudo o que eu acredito.

— Nem mesmo eu consigo compreender. — Falo.

— De qualquer forma isso te torna único,quem no mundo é capaz de fazer algo assim?.

— Eu não sei. — Faço um gesto negativo.

— Talvez você se torne um super herói.

— Não Bryan,nós não estamos num desses filmes chatos...espero que você mantenha segredo,ninguém pode saber sobre mim.

— Não se preocupe,sabe,eu gosto de unicórnios e espero que você também possa manter segredo. — Diz ele.

— Certo. — Sorrio — Acho melhor eu ir — Digo levantado.

— Desculpe,nem deu para te ajudar no dever de casa e acho que vou ficar um bom tempo sem subir ali.

— Tudo bem.

— Agente se vê amanhã na escola?. — Ele pergunta.

— Óbvio.

— Vem,eu te acompanho.

Salvar o Bryan foi melhor do que não ter feito nada,agora mais alguém sabe meu segredo,não sei se devo ficar feliz ou me preocupar...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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