Capítulo 19.

93 20 5
                                    

Íamos em silêncio,pouco tempo depois paramos em frente a uma casa,Keyla provavelmente morava ali. Ela estaciona a caminhonete e quando saímos do veículo tivemos que correr para dentro da residência,mesmo assim não tivemos como evitar as gotas da chuva...

— Tome. — Ela me entrega uma toalha.

— Então é aqui que você esteve escondida todo esse tempo. — Falo.

— Eu não estou escondida.

— Diga como quiser. — Movimento os ombros — Como sabia que eu estava ali?.

— Eu estava passando e vi toda confusão do lado de fora. 

— ...bom,de qualquer forma eu tenho que tirar o Sam de lá.

— Não vai conseguir com essa chuva...sugiro que espere um pouco mais. Inclusive,eu estive acompanhando os noticiários,vocês estão bem longe de casa.

— É,estamos. — Respondo.

Eu não tinha muito para falar com Keyla,nem me importo se depois de anos tenha aparecido,mas talvez ela tenha razão em esperarmos a chuva passar. No caso,se ela quiser me ajudar eu não iria contra sua atitude,afinal Sam também é seu filho. 

— Como ele está?. — Ela pergunta.

— Grande...é um ótimo garoto.

— Robert,sei que sou a última pessoa que quer ver na vida,mas obrigada por tomar conta dele.

— Não fiz isso por você.  

— Me arrependo por ter fugido e infelizmente é algo que não pode ser concertado. — Keyla abaixa a cabeça — A saudade me corrompeu durante anos.

— Se teve saudade deveria ter mandado uma carta ou qualquer coisa que tipo,não foi fácil para mim dizer a uma criança de cinco anos que a mãe foi embora por ter medo dele. — Falo de forma tensa — Mas sim,eu criei ele sozinho sem precisar da sua ajuda...

— Entendo toda a sua raiva e não precisa me perdoar,porém eu estou disposta em lidar com as consequências.

— Eu não sou o tipo de pessoa que guarda rancor e o que vivemos não será esquecido,mas não é para mim que você deve desculpas. 

— Você acha que ele iria me perdoar?. — Ela encara o vazio.

— É,você realmente não conhece nosso filho. — Sorrio — Ele pode estranhar no começo,mas é só no começo.

Nós somos apenas humanos,não estamos acostumados com o sobrenatural,outra pessoa também teria a mesma reação...só temos que aprender que as vezes o oculto nem sempre significa algo ruim.

...

No meio da madrugada a chuva havia parado,nós saímos da casa e andamos até a caminhonete já com uma estratégia em mente. Assim que chegamos na frente da igreja Keyla para a caminhonete bem ao lado do muro.

— A porta da frente deve estar trancada,é melhor que eu entre pela janela. — Sugiro.

— Tem certeza de que quer fazer isso sozinho?. — Keyla pergunta.

— Sim.

— Toma cuidado.

E assim sigo com meu plano. Eu uso a caminhonete para subir no muro e pular lá dentro,a única janela aberta era a que dava acesso a os fundos da igreja. Ao entrar olho em volta para saber se o padre estava por perto e quando não vejo sinal dele silenciosamente ando até a porta do quarto onde Sam está.

...quando entro vejo que ele ainda dormia,ao tocar em sua testa percebo que a febre já tinha abaixado...

— Filho,acorde. — Lhe chamo.

— Pai?. — Ele acorda.

— Precisamos sair daqui o mais depressa possível.

— Por qual motivo?.

— Hilbert não é uma pessoa confiável. — Respondo.

— Como assim?

— É uma longa história,te explico no caminho.

Sam levanta e calça seus sapatos,saímos do quarto logo em seguida. Ele não sabia o que estava acontecendo direito e talvez meu nervosismo tenha lhe deixado um pouco tenso.

— Vem,é só pular a janela,não é tão alto. — Falo.

— Se eu fosse vocês não faria isso. — Hilbert aparece apontando seu revólver para nós.

...bem quando estávamos perto de escapar o maldito aparece...

.........................................................

(Continua No Próximo Capítulo)

SAMOnde histórias criam vida. Descubra agora