A boate

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*Any ON*
Josh bateu em minha porta às 18h em ponto. Seu cabelo estava meio molhado, como se tivesse acabado de sair do banho, e seu sorriso era puro e genuíno.
Nós fomos até um carro que havíamos alugado horas antes, e, chegando lá, perguntei à ele para onde nós iríamos.
-Abriu uma casa de shows aqui perto. Eu queria dar uma passada lá, e como tirei a noite de folga do trabalho para ficar com você, tava pensando em irmos nesse lugar. O que acha?
-Por acaso com "casa de shows" você quer dizer boate?
Ele abriu um sorriso malicioso. Seus olhos pareciam estar mais azuis do que nunca.
-Talvez... E aí? O que me diz?
Eu parei para pensar. Ambos éramos de menor, e talvez houvesse algum tipo de fiscalização no local. Mas, se isso realmente acontesse, o que teríamos a perder? O máximo que poderia acontecer seria nós dois sermos barrados na entrada da boate.
-Quer saber, Beuachamp? - Falei - Vamos começar essa festa!

*Josh ON*
Para nossa sorte, não havia nenhum segurança na porta. Entramos sem problema algum, e logo notamos a música alta e eletrizante, e a multidão de jovens ao nosso redor. Era claro que todos estavam bêbados, e que a maior parte deles era menor de idade. Me virei para Any, e peguei sua mão.
-Vamos logo dançar! Não foi para isso que viemos aqui?
Ela colocou seus braços ao redor de meus ombros.
-Sim, mas isso aqui não pode esperar... - E me beijou.
Ela me beijou como há tempos não me beijava, com todo o amor. Não paixão, que só se baseia no desejo. Amor. O mais puro amor.
-Lembra quando eu fui lá no seu trabalho, e deu aquela treta toda, e, no fim, eu falei aquelas coisas lá? - Perguntou.
-Sim... eu me lembro - Mas prefiria não lembrar, pensei.
-Naquele dia, eu disse que te odiava e que não queria te ver nunca mais.
-É, eu sei... - Falei, desviando o rosto.
Ela puxou meu queixo delicadamente, me fazendo olhar bem para ela. Nossos narizes se roçavam.
-Joshua Kyle Beauchamp... eu sempre amei você. E hoje eu sei que eu não quero ficar longe de você. De jeito nenhum.
-Eu vou fazer o possível para que você não precise... - Falei, selando nossos lábios em um beijo longo e demorado.
-Agora, vamos dançar! - Ela falou.
Nós ficamos uns bons tempos na pista, até que ouvimos algumas pessoas gritando: "Vira! Vira! Vira!". Obviamente, bebida alcoólica. Nós nos aproximamos do grupo, e um cara que aparentava ter uns 18 anos perguntou se queríamos tentar.
-Tentar o que? Beber? - Falei.
-Não é só beber. Você tem que quebrar o record da galera, e, se conseguir, ganha um bom dinheiro!
Dinheiro. Eu precisava de dinheiro. Mas, eu estava dirigindo, e não podia dirigir bêbado. Fora que se eu já detesto o cheiro da bebida, imagina o gosto!
-Josh, vem cá... - Any me puxou pro lado - Você precisa do dinheiro.
-É, eu sei, mas acontece que você não sabe dirigir, então...
-Ai, é mesmo! - Ela levou as mãos à cabeça - Espera. É isso! Eu não dirijo. Eu posso beber.
-Olha, Any, você tem certeza...
-Eu vou tentar! - Gritou, antes que eu pudesse terminar minha fala.
-Muito bem! - Falou aquele mesmo rapaz - Olha só, o record até agora é bem baixo, são só 30. - Como assim ele achava 30 shots um número baixo? Por que, se ele for parar para pensar, 90% das pessoas que estavam alí tinham entre 14 e 16 ano, ou seja, não deveriam nem estar bebendo. Mas Any, ao ouvir o record, falou:
-Ah, só isso? Vai ser moleza então! - Falou, já pegando um shot.
-Amor, você sabe que não precisa fazer isso, certo?
-Eu sei. Mas eu quero - Ela me deu um beijo rápido - Se eu passar mal, eu vou ter você para cuidar de mim. - Ela bebeu o primeiro shot. E depois o segundo. E o terceiro. E o quarto, e o quinto... Eu predi completamente a conta.
-E nós temos uma vencedora! - Gritou o cara que parecia estar organizando tudo aquilo. Ele entregou o dinheiro à Any. 200 dólares.
-Kylezinho! - Any estava muito bêbada. De verdade - São para você!
-Any, eu não vou ficar com todo o dinheiro, não é justo e...
-Shhhhhiu - Falou, botando o dedo em meus lábios - Isso não importa agora! Me beija!
Ela me puxou, e me beijou. Seu beijo não tinha aquele sabor de morango que sempre tem. Tava com gosto de bebida.
Eu parei o beijo.
-Any, meu amor, você tá bêbada. É melhor a gente ir para a escola.
-Não! Eu quero você, não a escola! - Ela veio para mais perto de mim, beijando meu pescoço - Não tem nenhum quarto por aqui não? - Por mais que eu a queira tanto quanto ela me quer, as coisas não podem ser desse jeito. Ela tá bêbada, e eu jamais poderia me aproveitar dela assim.
-Any, presta atenção. - Ela olhava para mim atentamente - Eu te prometo que o nosso momento, vai ser o nosso momento. E vai ser especial. E eu quero que você esteja bem sóbria quando acontecer, porque eu quero que você se lembre de cada mínimo detalhe, assim como eu sei que eu também vou lembrar... - Eu acariciei a sua bochecha - Você entende, né?
Por um momento, ela parecia bem sóbria.
-Josh, eu... - Ela levou a mão à boca. Ela ia vomitar.
-Vem cá! - Eu a levei ao banheiro mais próximo bem à tempo. Puxei seu cabelo para trás, e ela vomitou.
-Josh... me leva para a escola.
-Tudo que você quiser... - Falei, ajudando ela a se limpar. Fomos para o carro, e ela ficou no banco de trás, deitada. Pedi para que ela tentasse tirar um cochilo. Quando chegamos lá, eu estacionei o carro, e levei em meus braços até seu dormitório. Joalin abriu a porta.
-Josh! O que houve com ela?
-Bebida. Explico depois - Falei. - Eu vou colocar ela na cama, beleza?
-Tá bom, mas se você tocar nela enquanto ela estiver nesse estado, eu te mato!
-Ei! Eu jamais faria isso, Joalin.
-Eu sei. Você é um cara bom, Beauchamp.
-Valeu - Falei, levando a até seu quarto. Eu a coloquei na cama. Lhe enrolei, e lhe dei um beijo na testa.
-Josh...
-Shiu... - Acariciei seus cabelos - Descansa...
-Obrigada... eu te amo.
-Eu também te amo. - Fiquei com ela até que ela estivesse adormecida - Você fica tão linda dormindo... Você é tão linda... Any Gabrielly Rolim Soares, um dia, eu vou me casar com você. E nós vamos ter 4 filhos, cada um vai ficar preso em uma de nossas pernas, e nós vamos ter intermináveis noites sem sono, em que estaremos só nós e as estrelas - Tirei os 200 dólares do bolso, e coloquei a metade na escrivaninha dela. Escrevi um bilhete que dizia "Obrigado por tudo, Sol. Amo você." Lhe dei um beijo na testa, e saí.

Better Together: "Antes de Now United"Onde histórias criam vida. Descubra agora