Better Together: "Antes de Now United"

Uma Chance à Felicidade

*Any ON*
Eu já estou no uber, indo para a lanchonete onde Joshua trabalha.
Eu comprei os doces favoritos dele, um ursinho como o que ele me deu no nosso primeiro encontro, e pedi para que bordassem na barriga dele "Mrs. B.U.B", fazendo par com o meu, e escrevi uma poesia. Ela ficou um pouco sem graça, mas foi de coração, e acho que é isso que importa.
Espero que ele ache isso também.
Durante o percurso até a lanchonete, eu pensei em tudo que passamos até agora, tudo que já aconteceu, e percebi como aquele menino me fez bem, e como a minha atitude foi impulsiva e imatura. Eu me arrependo muito disso, e espero que Sabina e Joalin estejam certas, e ele me perdoe.
Eu acabei de chegar na lanchonete. Respirei fundo. Entrei.
E mal pude acreditar no que meus olhos viram.
-Eu pensei que você sentia minha falta, mas pelo visto, eu estava enganada! - Falei, me virando, indo embora.
-Any! Espera! Eu posso explicar! Não é o que parece! - Falou Josh, correndo atrás de mim, largando a menina que estava agarrada com ele segundos atrás, mas eu sou mais rápida, e entro logo em um ônibus que estava parado em frente à lanchonete, depois, claro, de jogar os presentes que eu havia comparado em uma lata de lixo.
-Não olha mais para mim, Beauchamp - Falei, ao passo que a porta do ônibus se fechou, e eu segui caminho de volta para o lugar de onde eu nunca deveria ter saído: meu quarto, ao lado das minha melhores amigas.

*Josh ON*

{Flashback ON}

Eu acabei de chegar no trabalho. Só faz três semanas que estou aqui, mas já me enturmei com todos, todo mundo aqui gosta de mim. Uns até demais...
Eu costumo fazer um pouco de tudo nessa lanchonete: limpo mesas, lavo a louça, e qualquer outra coisa que aparecer. Ganho uma miséria, mas, pelo menos, consigo pagar pelas minhas refeições com esse dinheiro, e isso já é de grande ajuda para os meus pais. Apesar de tudo estar melhorando, nós ainda não estamos 100%...
A noite foi tranquila, o movimento foi fraco, e, por isso, decidimos fechar mais cedo. Eu estava limpando uma mesa, quando senti duas mãos entre minha cintura, e um beijo no meu pescoço. Me afastei na mesma hora.
-Daisy, eu já falei para você parar, garota! - Falei, voltando a limpar a mesa.
-Josh, meu querido Josh...
-Eu não sou seu querido - Falei, a interrompendo.
-Deixa de se fazer de difícil, garoto... Eu sei que você me quer. Eles sempre querem. - Falou, se aproximando - E, adivinha? Eu também te quero. Você não precisa tentar complicar as coisas...
-Daisy, eu já te falei, não só uma ou duas vezes, mas várias, que, eu não estou a fim de você, porque eu estou apaixonado por outra pessoa.
-Sério? Vai continuar apaixonado depois disso? - Falou, me lançando contra a parede, me beijando.
Esse foi o pior Beijo da minha vida.
Eu ouvi o barulho da porta de entrada abrindo, e uma voz familiar dizendo:
-Eu pensei que você sentia minha falta, mas, pelo visto, eu estava enganada!
Era Any. A minha Any. A garota a qual eu estou apaixonado. A menina pela qual eu daria minha vida só para vê-la sorrir. A pessoa que eu amo, chorando na minha frente, por culpa minha.
-Any! Espera! Eu posso explicar! Não é o que parece! - Falei, me desvencilhando de Daisy, correndo atrás de Any.
Infelizmente, ela foi mais rápida. Só cheguei a tempo de ver ela jogando algo no lixo, entrando no ônibus, olhando para mim com uma angústia arrebatadora, dizendo:
-Não olha mais para mim, Beauchamp.
Naquele momento, eu soube que eu havia perdido o amor da minha vida.

{Flashback OFF}

Agora, eu estou aqui, em frente a lanchonete, sem saber o que fazer. Já faz mais de uma hora que Any foi embora, e eu ainda não tive coragem de abrir aquilo que ela jogou no lixo.
Ainda não acredito que isso aconteceu. Eu pensava que isso era coisa de filme.
Pelo visto, eu tava errado.
Eu fui até a lata de lixo, e abri um pacotinho enrolado com uma fita azul tiffany.
Lá havia os meus doces favoritos, um ursinho que tinha "Mrs. B.U.B" bordado na barriga, e a poesia mais linda do mundo, escrita com a letra dela. Ela era assim:

Lua nova, lua crescente
Lua cheia de presente
Que fala, que chora, que sente
Que dói quando fica ausente
Lua minguante, lua poente
Lua sempre sorridente
Que vive, que sonha, que mente
Que faz tudo intensamente
Lua linda, transparente
Lua tão inconsequente
Lua minha, lua urgente
Lua que eu quero para sempre

Eu só me sentei na calçada da lanchonete, e me rendi às lágrimas.
Eu nunca choro em público. Tirando Noah, Krys, Any e minha mãe, acho que ninguém, nem mesmo meus irmãos e meu pai, jamais me viram chorar em público.
Bom, pelo menos havia sido assim até hoje.

*Joalin ON*
É hoje. Outro dia, outra história.
Kryslin tem que acabar.
Eu acordei cedo, me vesti, fiz minha higienização pessoal, e, na mesma hora, antes da primeira aula, fui até o quarto dos meninos, falar com ele.
-King Krys! - Falei, batendo na porta. Poucos segundos depois ele apareceu. Seus olhos estavam vermelhos, e sua pele estava mais branca que o normal. Ele parecia não ter dormido essa noite. Vê - lo assim acabou comigo. Fez com que eu me esquecesse completamente do que havia vindo fazer. Eu só consegui pensar que meu amigo estava mal, e eu precisava saber o porquê e fazer algo a respeito, para que ele sorrisse. Nem que, para isso, eu precisasse adiar a missão que eu havia dado a mim mesma.
-Krys, o que houve? - perguntei, preocupada, ao passo que ele fechou a porta, para que tivéssemos mais privacidade.
-Joalin...
-Me fala o que você tem? Como eu posso te ajudar?
-Joalin, você não pode me ajudar. Não dessa vez.
-É claro que eu posso, e eu vou!
-Joalin... - Falou, se sentando no chão frio do corredor, ao passo que eu fiz o mesmo - Eu tô assim, por você.
-Por mim?
-É. Você sabe que eu sou louco por você
-E eu também te amo!
-Eu sei que você me ama. Mas não do mesmo jeito que eu te amo. E eu sei que você faz muito esforço. Obrigado. E eu também sei que... - Falou, segurando minha mão - Seu coração não acelera quando me vê, que suas pernas não tremem quando eu chego perto de você, que você não fica sem fôlego quando eu pego na tua mão, e que você não sente borboletas no estômago quando eu te beijo, porque eu ouvi a conversa sua e das meninas - Falou, e, na mesma hora, eu abaixei minha cabeça, poupando as lágrimas - Por favor, não fica assim, porque eu fico mal. E eu só quero o teu bem. Eu só quero o nosso bem - Falou, ao passo que eu apoiei minha cabeça em seu peito, e ele acariciou meus cabelos dourados - Eu não quero te forçar a sentir aquilo que não sente. Isso seria muito egoísta da minha parte. Eu não posso te prender aqui, comigo, quando tem um mundo inteiro lá fora... Quando tem alguém que você verdadeiramente ama lá fora - Falou, afastando minha cabeça de seu peito, colocando a mesma entre suas mãos - Joalin, quando você ama alguém, você quer que essa pessoa seja feliz, mesmo que não seja com você. E eu te amo. E eu sei que você também me ama. Então, eu pensei muito, e decidi que é melhor nós terminarmos. É melhor darmos uma chance à felicidade. Tá bom?
-Krys, mas...
-Nós não vamos nos separar, Joalin. Vamos ficar juntos, tá? Não tem problema... - Falou, limpando uma lágrima que corria pela minha bochecha esquerda - Eu te amo demais para não te deixar ser feliz, garota.
-Eu também te amo, king! - Falei, o abraçando, ao passo que Josh e Noah saíram do quarto.
-E aí, pessoal? - Falou Noah - Vamos lanchar?
-Vamos sim! - Falei, me levantando.
-Levanta aí, Krystian! - Falou Josh, ao passo que eu eu o ajudei a levantar.
-Obrigada por tudo que você já fez, e continua fazendo por mim. Eu te amo.
-Eu também te amo - Falou, ao passo que nós fomos até o refeitório.
Eu me senti entre Josh e Krys, e comi ovos mexidos com Bacon e uma caixinha de leite. Fiquei esperando ansiosamente por Bailey, mas ele não apareceu.
Quando terminei minha refeição, saí até a área verde da escola, e, como se estivesse dentro de um sonho, o vi, sentado no nosso banco, segurando um violão. A primeira vista, ele parecia estar sozinho, mas me aproximei, e vi que estava enganada.
Ele estava com uma garota.
Ele estava com Shivani.
Eles estavam tão próximos. Ela segurava a cabeça dele entre suas mãos, como se fossem extremamente próximos.
Oh, Deus! Porque?

(...)

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