Michelle chega a seu quarto pisando firme. Estava um pouco irritada, mas por que estava irritada?
—Ilara... Ela não é de ficar pensando em namorados — Michelle se sentou em sua cama. Estava um pouco incomodada com aquela história.
Tentando controlar um pouco aquela chateação, que estava sentindo, Michelle pega o celular e se deita na cama.
Quando começou a deslizar o seu polegar pela a tela do celular, algo veio à mente da professora "Ilara". Sem conseguir controlar a vontade que estava lhe tomando conta. Michelle entrou no perfil da garota e começou a visualizar todas as fotos da mesma. Não entendia o motivo para estar agindo daquela forma, mas aquilo pouco lhe importou, naquele momento. A única coisa que Michelle notou foi que aquele ato lhe trouxe paz. Se sentiu bem ao olhar as várias fotos da garota. Às vezes, ela sentia algumas coisas estranhas quando via Ilara com outras garotas, que parecia ser primas da mesma, mas ela pouco se preocupou em saber o porquê de se sentir assim.
***
Um pouco antes de dormir, Ilara pega o seu celular e entra em sua página do facebook. Ao olhar a lista de amigos ativos, a garota se depara com o nome de Michelle.
Naquele momento, ela se sente envergonhada, pois naquele dia ela havia deixado a sua prova em branco. Não poderia colocar a culpa em Michelle, falando que a mesma não explicava bem, pois Michelle era uma ótima professora e também, porque o motivo para a prova ter ficado em branco era outro. A situação em sua casa estava tão complicada, que estava sendo difícil pensar em outra coisa que não fosse sua mãe, no quanto a mesma fingia que tudo estava bem, quando nada estava.
A volta dessa prima de seu pai para a cidade só tinha piorado as coisas, pois seu pai passou a chegar em casa irritado todos os dias e sua mãe havia ficado mais estranha que de costume.
Queria ter alguém para desabafar. Contar tudo o que andava se passando em sua casa, mas era complicado, não poderia confiar em qualquer pessoa. Pois poderia acabar piorando as coisas para a sua mãe.
Poderia tentar convencer a sua mãe a sair dessa vida, mas já havia feito isso e nada tinha se resolvido.
Será que sua mãe achava normal viver daquela forma?
Cansada de tentar buscar soluções para os seus problemas, Ilara se concentra na sua página do facebook e sem saber porque, foi para o perfil de Michelle, que parecia ser uma pessoa bem séria. Em sua foto de perfil, ela estava abraçada a um gato preto. Que ao ver os comentários, a garota descobriu que o mesmo se chamava Romeu. Enquanto via as informações pessoais de Michelle, Ilara passou a saber que a sua professora de matemática era solteira, aquilo de alguma forma lhe alegrou.
***
Ilara e Michelle se empolgaram tanto querendo saber sobre a outra, que em um momento de empolgação clicaram no nome da outra na lista de pessoas ativas e se depararam com "Digite uma mensagem".
Elas eram tímidas. Como poderiam estar fazendo aquilo?
Naquele momento, elas pareciam não estar pensando em nada. Só queriam de alguma forma falar tudo que estavam sentindo.
As duas começaram a digitar uma mensagem, que nunca seria enviada, ao mesmo tempo. Quando notaram isso as duas pararam o que estavam fazendo, sentindo os seus corações batendo muito forte. Ficaram de alguma forma ansiosas esperando as mensagens, mas passou vários e vários minutos e nenhuma mensagem havia sido enviada.
Quando se cansaram de esperar, as duas colocaram o celular do lado de seus corpos e adormeceram. Tendo em meio aos seus sonhos a presença da outra.
***
Se passava 11:00 da manhã quando, Helena estava voltando do supermercado, com várias sacolas em mãos, quando se deparou com um banco, em uma pracinha, que era muito conhecido por ela.
Aquele lugar lhe recordava tantos momentos felizes, que ela resolveu se sentar um pouco ali e reparar no movimento das pessoas.
Muitas coisas lhe veio à mente naquele momento, o primeiro beijo que havia dado em Ester.
Havia sido muito feliz naquela época, não conseguia se esquecer daquela parte de sua vida e nem fazia questão.
Era se lembrar dos momentos que havia tido com Ester, que fazia Helena ter forças para continuar a viver. Pois lembrar daqueles momentos a fazia pensar na possibilidade de que talvez dias melhores pudessem vir.
Ela sabia que sua felicidade só dependia dela. Não gostava da vida que tinha, mas não sabia mais o que fazer. Já tinha tentado falar para uma de suas amigas sobre o que acontecia em sua casa. E nessa tentativa, percebeu que mesmo Augusto sendo um péssimo marido e pai, ele sempre iria sair como uma vítima. Pois, após falar sobre o que passava em casa para essa amiga, a pergunta que ouviu foi "Será que você não fez algo para deixar o Augusto assim, Helena? Ele parece um homem tão bom e gentil"
Ao sentir uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, Helena percebe que já era hora de voltar para casa, mas acaba ouvindo uma voz conhecida.
—Não pensava que você também gostava de vir aqui — Ester disse ao se aproximar de Helena, que a encara e sente as batidas de seu coração se tornando mais fortes.
—Já estava indo para casa — Helena tenta fugir.
—Fique, podemos conversar um pouco... Conversar uns 5 minutinhos não faz mal para ninguém — Ester ficou feliz por ver Helena ali, pois sabia o que aquele lugar representava para elas.
—Eu tenho que fazer o almoço para meus filhos — Helena começou a juntar as várias sacolas.
—Ah... Helena, fique só um pouquinho — Ester foi rápida e pegou uma das sacolas.
—Você continua petulante — Helena se irritou e Ester sorriu.
—E você continua linda — A morena provocou e Helena se desestabilizou totalmente. Fazia tanto tempo que não ouvia um elogio que não fosse vindos de seus filhos — Continua sendo aquela mesma mulher, que eu amei as escondidas em meu pequeno quarto — Ester se aproximou e Helena sentiu algo percorrendo todo o seu corpo.
—Me dá isso — Helena pegou a sacola que estava na mão de Ester a força — Será que sua mulher sabe que você anda cortejando outras mulheres na rua? — Aquelas palavras saíram com um pequeno incomodo. Ester riu.
—A Marina não é minha mulher, é somente uma amiga — Tentou se explicar. Helena se sentiu mais aliviada ao ouvir aquelas palavras, mas não poderia demonstrar.
—Pouco me importa — Helena se vira de costas para Ester, que ficou rindo.
—Mas pareceu importar — Ester gritou e Helena não olhou para trás. A morena foi para o hospital naquele momento toda feliz. Sabia que Helena era casada com seu primo, mas saber que ainda mexia com Ester, lhe alegrava.
***
Quando chegou em casa, Helena ficou toda atordoada, pois estava sentindo tantas coisas que não devia.
Não estava conseguindo controlar as suas emoções e aquilo não iria dar certo.
Como naquele dia, Augusto não iria almoçar em casa, Helena se permitiu ficar um tempo sem fazer nada, pois teria que aclamar as suas emoções.
Ao faltar meia hora para os seus filhos chegarem, Helena começou a fazer o almoço, estava um pouco perdida.
Estava se esquecendo até dos ingredientes das comidas, que costumava fazer todos os dias.
No fim, deu tudo certo, seus filhos chegaram em casa, almoçaram, mas notaram que sua mãe estava muito estranha.
Helena estava aérea, às vezes Gustavinho ou Ilara falavam algo para ela e tinha que repetir várias vezes para ver se a mesma entendia.
Ester estava em seus pensamentos. Queria saber o porquê da mesma ter feito aquilo. Será que Ester tentaria algum tipo de aproximação? Logo agora quando sua vida parecia um inferno.
Helena não poderia permitir aquilo, por isso que decidiu não deixar Ester se aproximar dela e de seus filhos.
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Minha doce Ilara (Concluído)
RomanceIlara é uma garota de 18 anos, está no último ano do ensino médio e nunca havia se apaixonado por alguém até conhecer Michelle, sua professora de matemática, que lhe faz sentir vários sentimentos desconhecidos somente com um olhar. * Todos os direit...