Após o almoço, Ester teve que ir para o hospital. Mesmo querendo ficar com sua amada, ela tinha suas obrigações para aquele dia. Um caso grave havia chegado ao hospital, e a única médica disponível para aquele dia, era ela. Tinha Aldo, mas de acordo com rumores de funcionários, ele estava muito abalado após a morte de Augusto.
Tudo naquele dia estava muito nebuloso. Grande parte dos funcionários do hospital estava sentindo a perda de Augusto. Ester se perguntava se aquele sentimento por parte das pessoas era realmente verdadeiro ou fingimento para ganhar alguma mídia com os donos, mas a médica não tinha uma certeza para isso.
Uma das possíveis justificativas para aquela tristeza, era porque Augusto trabalhava naquele lugar desde que havia se formado e com isso conhecia todos presentes e Ester não tinha dúvidas sobre algo, Augusto sabia como conquistar as pessoas ao seu redor, por isso tinha uma fama de bom homem e isso a irritava muito, pois ela sabia que não era verdade.
Quando terminou de atender o caso urgente, Ester começou a andar pelos corredores e a todo instante escutava alguém falando sobre o quanto Augusto era um bom homem.
Como não estava aguentando mais ouvir tantas mentiras e ver tanto fingimento, Ester começou a se irritar.
Os seus passos passaram a ser duros e seu corpo começou a ficar tenso. Tentando se acalmar, ela respirava fundo várias vezes, mas isso parecia não adiantar. A vontade que ela sentia é de mandar parar tudo e gritar para as pessoas pararem com tantas mentiras, pois de bom homem Augusto não tinha nada.
Aquele dia estava sendo muito complicado e o que ela mais desejava era se trancar em sua sala e não ver mais ninguém, no entanto, para piorar ainda mais a situação um homem a parou impedindo-a de continuar seu caminho.
— Eu sinto muito por sua perda, doutora — Um dos enfermeiros disse um pouco sem jeito enquanto segurava um dos braços da médica — Imagino o quanto deve ser difícil para vocês perderem uma pessoa como Augusto. Ele era um ótimo médico e um homem intrigo, não merecia essa morte tão trágica.
Ester com a fala do homem ficou um tempo em silêncio. Tentava entender aquela situação. Todos naquele hospital sabiam o quanto os primos se odiavam, mas mesmo assim, aquele homem foi até ela fazer aquele discurso. Talvez o enfermeiro pensasse que a morte de Augusto de alguma forma tivesse mexido também com a médica, mas ele estava enganado, Ester estava dura demais, não conseguia se abalar. O ódio por Augusto havia tirado qualquer sentimento de tristeza que pudesse sentir pela morte dele. Além do mais, o que ela poderia fazer sabendo de toda verdade? Fingir um sentimento que não existia dentro dela?
— Eu sei de suas diferenças, mas acredito que neste momento, elas têm que ser deixadas de lado — O homem acrescentou após o silêncio da médica.
— Você não sabe a verdade — Ester de uma forma bruta tirou aquela mão de cima de seu braço — Você não sabe de nada — Deu alguns passos para trás — Todos aqui não sabem de nada — gritou e isso chamou a atenção de muitas pessoas.
O enfermeiro ficou sem jeito por conta do comportamento da médica. Pensava que estaria ajudando ao tentar se aproximar daquela mulher, no entanto, Ester parecia transtornada, não demonstrando estar sentindo a perda do primo.
Sem dar um aviso prévio, Ester deixou o enfermeiro lá sozinho e correu em direção a sua sala.
As pessoas curiosas ao redor começaram a achar estranho o comportamento da médica e isso fez todos suspeitarem de algo. Ester havia matado Augusto para não ter mais que disputar o cargo da diretoria com o primo, já que a maioria ali acreditava que Augusto era o mais qualificado. Ainda mais por ele ser homem e ter uma vida considerada "correta" para muito ali.
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Minha doce Ilara (Concluído)
RomanceIlara é uma garota de 18 anos, está no último ano do ensino médio e nunca havia se apaixonado por alguém até conhecer Michelle, sua professora de matemática, que lhe faz sentir vários sentimentos desconhecidos somente com um olhar. * Todos os direit...