Os dias que se sucederam foram reveladores. As verdades estavam aparecendo e todos se chocavam com a pessoa que Augusto realmente era.
A descoberta das fraudes nas contas do hospital abalou toda a família. Amélia, mãe de Augusto, se afundou em uma tristeza tão grande que teve que procurar um acompanhamento psicológico. Ela mesmo vendo toda a verdade, tentou de alguma forma ameniza-la, por muitas vezes colocou a culpa em Helena, pois ela não queria acreditar no que diziam, todavia, o seu marido chegou até ela e disse:
Amor, eu sei que é difícil, mas essa é a realidade. Não conhecíamos o nosso filho.
Diante das verdades que aos poucos apareciam, a única alternativa de Aldo foi desabafar com alguém, pois não aguentava mais carregar sozinho a culpa por ter matado Augusto em um ato de desespero. E isso ele fez com sua esposa, Camélia, que mesmo entendendo o porquê da atitude do marido, não pode compactuar com isso. O denunciou, pois sabia que outras pessoas inocentes poderiam assumir a culpa por esse ato.
No dia da prisão de Aldo, Camélia se sentiu muito mal por ver o marido sendo carregado para a viatura por dois policiais.
Seu marido por conta do peso na consciência que estava sentindo por ter assassinado alguém, estava totalmente descontrolado. Não parecia mais o mesmo e Camélia sentia-se mal pelo que ela havia feito.
- Não se sinta culpada. Ele precisa pagar pelos seus erros – Um dos policiais chegou até a esposa para tentar de alguma forma consolá-la.
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Helena estava deitada e os seus cabelos sendo constantemente acariciados. Com os olhos fechados, sentia uma vontade de dormir começando a aparecer.
- Estou aliviada por tudo ter se resolvido – Helena comentou ao se virar para Ester que estava atrás de seu corpo.
- Nunca pensei que Aldo pudesse fazer algo desse tipo – Ester disse pensativa, pois achava o médico um homem muito tranquilo.
- Às vezes, o desespero leva as pessoas a fazer coisas inimagináveis- Fixou o seu olhar no de Ester – Eu te amo! Aqui é o lugar que sempre desejei estar.
- Em minha cama? – Ester brincou e as duas riram.
- Você sabe que não estou falando disso – Helena disse calmamente – Estou me referindo a estar contigo. Eu sempre desejei isso. Espero não demorar muito para assumir nosso relacionamento.
Helena pensava que de alguma forma, Ester se incomodava por elas terem que fingir que um laço de amizade havia se formado entre elas após a morte de Augusto.
- Amor, não assumir o nosso relacionamento não me incomoda. Saber que estamos juntas já significa muito para mim e é o que importa - seus dedos tocaram delicadamente a pele de Helena – Eu também te amo e quero que tudo ocorra ao seu tempo. Não irei lhe apressar. Não quero mais ser injusta contigo.
- Essas palavras confortam o meu coração, mas acho que agora as coisas ainda serão difíceis – Pensou em todos os problemas que teria que resolver.
- Por que difíceis?
- Eu não tenho um emprego. Não tenho como sustentar meus próprios filhos – Fitou o teto a procura de uma saída para seus problemas.
Helena se via em uma situação complicada. Estava dependendo dos pais de Augusto. Isso de uma forma lhe incomodava. Havia aceitado a ajuda de seus sogros, mas agora sentia vontade de caminhar com suas próprias pernas.
- Amor, o que você quer fazer agora? – Ester indagou e Helena ficou pensativa.
Além de trabalhar, ela também queria estudar. Desde nova sentia vontade de ser professora, no entanto, durante seu casamento, ela nunca pôde realizar esse sonho.
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Minha doce Ilara (Concluído)
RomanceIlara é uma garota de 18 anos, está no último ano do ensino médio e nunca havia se apaixonado por alguém até conhecer Michelle, sua professora de matemática, que lhe faz sentir vários sentimentos desconhecidos somente com um olhar. * Todos os direit...