Capítulo 52

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            Michelle estacionou o seu carro em frente à casa de Ilara. Ficou um tempo só observando o movimento, notou que o lugar estava cheio de pessoas. A notícia de que o corpo de Augusto seria liberado no próximo dia parecia ter chegado a todos.

Sem saber como agiria com Ilara, estando naquele lugar cheio de pessoas conhecidas da garota, Michelle desceu do carro — carregando a bolsa com suas roupas — e a passos um pouco cautelosos, Michelle entrou na residência.

O portão que dava acesso ao jardim estava aberto, aquele espaço, no momento, parecia estar livre a todos que desejassem ir até a família demonstrar os seus sentimentos por conta do falecimento de Augusto.

Enquanto caminhava, a professora notava olhares curiosos sobre ela. Entendia o porquê daquilo, pois não era alguém conhecida para eles.

Muitas pessoas estavam no jardim, a maioria das pessoas que estavam ali eram parentes de Augusto ou funcionários do hospital. Também havia funcionários do colégio que Michelle trabalhava, mas eram bem poucos.

Michelle não conhecia quase ninguém, por isso de uma forma tímida cumprimentou a todos e deixando-a aliviada, passou pela porta que dava acesso à sala.

Quando entrou naquele lugar, notou um casal de pessoas mais velhas conversando com Helena que não parecia estar gostando muito daquela conversa, pois a todo momento desviava o seu olhar para outros lugares daquela sala.

Gustavo estava cabisbaixo, sentado no sofá, ao lado de um casal que Michelle não conhecia. O garoto demonstrava estar muito abatido e o casal ao seu lado parecia estar tentando consola-lo. Já Ilara, Michelle não conseguiu encontra-la e isso de alguma forma a preocupou. Será que a garota estava muito abatida e por isso que não havia descido para ficar com os outros?

Sem saber como agir e para onde ir, Michelle ficou de pé ao lado da porta, queria ir até Helena e perguntar sobre a garota, mas pela forma como o casal falava, a conversa estava sendo muito séria.

***

— Helena, eu sei que é muito cedo para isso, mas eu gostaria de que você e meus netos fossem morar conosco — Alberto, pai de Augusto, disse calmamente — Não tem como você ficar aqui sozinha com meus netos.

Ouvindo aquilo, Helena mesmo não demonstrando se incomodou. Não queria morar com os pais de Augusto, ela queria ter a vida dela. Se caso morasse com seus sogros, sua vida seria como se vivesse como Augusto novamente. Ela não teria liberdade e como Augusto, os seus pais pensavam a mesma coisa, Helena não era capaz de fazer nada, de ter um emprego.

— Desculpe-me, Alberto, mas eu quero continuar onde estou. Meus filhos estão acostumados a viver aqui. Podem ir à escola sozinhos, não precisamos nos preocupar com nada — Helena esclareceu.

— Mas, Helena, em nossa casa, as crianças podem ter ainda mais segurança. Terão motorista para levar e trazer para os lugares que desejam — A mãe de Augusto se meteu no diálogo, achava um absurdo Helena querer ficar naquela casa sozinha — Será que não percebe que não tem condições de cuidar das crianças sozinha?

— Como assim? — Helena franziu a sua testa, estava se irritando com o andamento daquela conversa — Vocês acham que eu não tenho capacidade de cuidar dos meus filhos, sozinha?

— Helena, vamos ser francas, você nunca trabalhou. Como acha que vai sustentar dois filhos e ao mesmo tempo cuidar da educação deles? — Amélia falou e Helena sentiu vontade de encerrar aquela conversa.

— Vocês achando que eu tenho ou não capacidade, eu irei cuidar de meus filhos sozinha — Deixou claro.

Com a fala de Helena, Amélia pensou em dizer algo, mas Alberto resolveu acalmar os ânimos das mulheres.

Minha doce Ilara (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora