Apenas Um Encontro Qualquer

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Capítulo 6 – Apenas Um Encontro Qualquer

Você pode não acreditar em mim, mas eu me conheço muito bem. Sabe, já faz dezessete anos que eu sou eu.

Eu sabia que ia me foder a partir do momento em que eles falaram "terror". E essa merda só piorou para o meu lado, quando o céu resolveu que ia literalmente cair em água, como se tivesse alguém lá em cima que quisesse muito me foder.

Não é possível. Você já está aqui a um bom tempo para saber que eu não costumo ser medroso ou algo do tipo, mas com a casa quase caindo fica meio difícil, em todo caso eu jamais engoliria meu orgulho para ir pedir ajuda para aquele projeto de gente. Prefiro morrer.

"Nossa Jimin, mas também não é como se você ainda tivesse muita dignidade e tals..."

Posso até não ter muita, mas não vou acabar meu pouco estoque com aquele playboyzinho metido a lúpus. Nunca.

Okay, a porra começou a ficar muito séria quando ouvi o ranger da porta. Modo cobertor foi ativado. Sabe, sempre que eu assistia filme de terror, eu pensava se os demônios conheciam os limites daquele jogo de perseguição e mortes sem sentido. A coberta era o limite e ele não poderia ultrapassar aquele limite.

Para o meu desespero, a cama afundou. Encolhi meus pezinhos e tentei formar uma bola no meio da cama. Eu poderia até morrer, mas me recusava a ver. Talvez assim eu não me desesperasse tanto.

Será que se eu morresse, meus pais viriam finalmente me visitar?

Minha nossa senhora. Os demônios não seguem regras e não conhecem limites, mas que merda.

— Ele é todo errado até dormindo. — Escutei a voz rouca e já tava me preparando para descer o cacete nele, além de perguntar que merda ele tem na cabeça para, no meio da noite, depois de um filme bosta como aquele, invadir meu quarto assim, como se tivesse toda a liberdade do mundo.

— O que você tá fazendo aqui? — Reclamei, me virando pra ele, mas antes que pudesse lhe dar um tapa bem dado, ele segurou meu pulso.

— Calma. Eu só vim por causa da chuva. — Respondeu com um tom preocupado e eu franzi meu cenho.

Um alfa lúpus com medinho de chuva, por que não estou surpreso? — Provoquei e tive que segurar a gargalhada ao ver ele revirar os olhos. Pensei que ele iria me responder, mas ele apenas me abraçou com força. — Não vai me responder nada? Nadinha de nada?! — Digo um pouco chocado.

Talvez ele também não conhecesse as regras do nosso jogo. Eu provoco, ele responde e brigamos antes de dormir. Qual a dificuldade?

— Se eu responder, corro o risco de você me botar pra fora. Prefiro ignorar e ficar aqui, assim. — Disse me apertando mais.

— Tu é muito bizarro, Jão.

[...]

Acordado.

Eu to acordado. Aquilo foi só um pesadelo. Estou bem...

Eu estou bem...

— Jimin?! — Me assustei ao ouvir sua voz, nem me lembrava que ele estava lá. O peito largo encostado nas minhas costas, com o braço sobre minha cintura. Uma posição puta estranha, mas naquele momento, acolhedora. — Tá tudo bem?

— Foi só um pesadelo, Kookie. — Disse ainda meio perdido pelo sono e o medo, meu cérebro estava bugando e a culpa não é minha, deve ser umas quatro da manhã e se, normalmente, meu cérebro já não funciona, quem dirá agora.

Senhor Certinho e um Beta Qualquer | LIVRO 7 | MY ABO UNIVERSEOnde histórias criam vida. Descubra agora