Capítulo 2 – Apenas um conhecido Qualquer
Quando me falaram que eu ia ficar treze horas dentro de um avião, eu juro que cogitei suicídio. Provavelmente eu teria dormido o caminho inteiro, mas então ele surgiu e, gente... não é que tá melhor que o esperado?
Irritar ele tem virado minha nova religião. Posso adotar ele?
— Sério que você nunca ouviu Demi Lovato? — Perguntei incrédulo enquanto ele ainda digitava. — Você tem o quê? Setenta anos? — O alfa parou de digitar apenas para me olhar com raiva. — Não, não... já sei! — Digo animado. — Você mora em uma caverna. É isso, não é? — Eu devia estar parecendo um cabrito parindo de tanto que eu ria, mas era impossível segurar.
— Não. Eu apenas sou muito ocupado para música. — Okay, eu poderia facilmente considerar aquilo uma ofensa pessoal. Quem caralhos era ocupado demais para música?
A gente pode ser ocupado demais pra muita coisa, mas para música?
Eu entenderia se ele fosse ocupado demais para dar a bunda, mas para música?
— Como alguém vive sem música? — Indago, completamente incrédulo. — É como viver sem ar. — Encarei o homem que voltara a digitar, me ignorando completamente. Vou ignorar minha mão na cara dele. — Você definitivamente não passa de um velho ranzinza e amargo. — Ditei debochado.
— Não fale assim comigo, beta. — Rosnou baixo, tentando me intimidar. Oxe, filho, tá pensando o quê? — Você ao menos sabe com quem está falando?
— Não. Seu nome não me interessa. Quando esse voo acabar, eu nunca mais vou ver essa sua cara estranha. — Olha, não sejamos hipócritas, ele é gostosão e tals, mas eu nunca admitiria em voz alta. — Por isso não perguntei o seu nome. — Dei de ombros. — Se não, toda vez que conhecer alguém com o mesmo nome, ficarei lembrando de um idoso como você. — O alfa riu fraco e desviou rapidamente o olhar para mim.
— Faz sentido. — Fiquei até com as pernas bambas, que sorriso foi esse? Meu Deus. Deveria ser errado um ser tão insuportável ter um sorriso tão bonito. E então, para a minha surpresa. O alfa fechou o seu precioso computador, se virando totalmente para mim, me analisando. — Você não parece as pessoas que normalmente viajam de primeira classe, por que está aqui?
— Uma velha louca me atacou no meu lugar. — Disse simplista. — Ela me chamou de vadia e mandou a aeromoça me tirar dali. — O alfa segurou o riso novamente. Ri mesmo, desgraçado. — Aí eu fui para o lugar da mulher, mas tinha um alfa pervertido me mandando chupar ele, então a aeromoça ficou com pena da minha pobre alma e me trouxe aqui. — Os olhos negros me analisavam.
Vocês concordam comigo que essa história é, no mínimo, trágica, mas esse desgraçado riu da minha cara e claro que se eu já estava emburrado antes, isso não ajudou nada.
— Você deveria ter mais respeito com os mais velhos. — Respondeu, se recuperando do surto de risada.
— Claro que você diz isso. — Debochei. — Tá quase se aposentando. — Sou vingativo mesmo. Ele riu da minha cara, isso não ficaria assim.
— Eu tenho só trinta. — Tudo bem, talvez ele não fosse tão velho como eu imaginava, mas ainda assim, para um homem treze anos mais velho. O alfa estava em ótima forma física e péssima mental. E bota forma física nisso, pelo amor de Jesus Cristo. — E você está indo para um país que preza muito os mais velhos. Vai ter que aprender a respeitá-los. — Disse com um sorrisinho sacana que eu adoraria socar.
— Wow. — Exagerei. — Trinta?! Você é realmente velho. — Gargalhei, quase alto demais. — Você tem idade para ser o meu pai. — Exagerei novamente, mas você não pode me julgar, o drama corre por minhas veias.
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Senhor Certinho e um Beta Qualquer | LIVRO 7 | MY ABO UNIVERSE
Fiksi PenggemarTentativa de Comédia | LIVRO 7 | MY ABO UNIVERSE Park Jimin On Ninguém nunca disse que ser beta era fácil, mas prometo de dedinho tentar transformar toda essa chatice em algo aceitável, mesmo porque de desgraça o mundo já tá cheio e não vou ser e...