7. capitão

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Galpão subterrâneo, às 04:48h

Quarto 6

Alguém bateu na porta, Frost se levantou da cama para abri-la, desajeitado e apenas com uma bermuda preta.

- Quem é? - Disse bocejando.

- Sou eu - Jonny destrancou a porta e voltou a deitar na cama, sem nem fazer questão de acender as luzes. - Hm, pensei que você fosse brigar comigo.

- Não estou com tempo, já viu a hora? - Revirou os olhos. - Quatro da manhã!

- Vamos lá para fora, quero ver o sol nascer - Subiu na cama, deitando de barriga para cima ao lado de Frost.

- Vá - Se virou para o outro lado.

- Quero que você venha comigo - Disse abraçando o homem pelas costas. - Garanto que vai gostar, já viu o sol nascer?

- Não - Voltou a se virar, ficando agora, de frente para Crane. - Me dê um bom motivo para levantar daqui.

- Eu - Sorriu.

- Aff, vamos - Jogou os cobertores para o lado e saiu do quarto.

- Vem cá - Cochichou chamando Frost. - Vamos para o telhado. - Pegou nas mãos de Jonny o puxando em direção a saída.

- Isso não vai acordar os outros? - Disse olhando para trás.

- Se a princesa parar de reclamar, não - Bufou. - Vem logo!

- Calma - Reclamou ajeitando o cabelo. - Sabe que não sou como você.

- O que quis dizer com isso? - Parou no meio do caminho, ficando de frente para Jonny. - Anda, fala! - Cruzou os braços.

- Nada, vamos - Disse seguindo em frente e puxando Espantalho pelas mãos.

- Não - Franziu as sombrancelhas e voltou para seu quarto, ignorando totalmente Frost, todas as vezes em que o chamava, tanto na porta, quanto no celular. Era melhor esperar amanhecer, talvez ele esquecesse, não?

Aquele lugar nunca ficou tão quieto, mesmo na madrugada, quando todos dormiam, o que não era tão comum alí, principalmente para o Coringa. O palhaço sabia que aqueles dois estavam tendo alguma coisa, ele não é idiota, os murmurinhos, trocas de olhares e momentos sozinhos, estava se tornando mais, profundo? Ele não acredita no amor, ou em sentimentos bobos, mas deveriam saber que, ele é apenas um 'psicopata', mas nunca foi, homofobico, apesar de nunca presenciar seus capangas mais confiáveis, de papinho. Mas, a Harley, ela era o que ele sentia falta, mesmo o perturbando todo dia durante as manhãs, a madrugada era sempre deles, era a hora da maior diversão do dia, e agora, ela está lá, na Louisiana. Ela é sim apenas um brinquedo, mas ele só pensava em, quando poderia ter ela de volta, quando as noites voltariam a ser quentes, e não só chatas, com risadinhas de Frost e Crane do lado de fora, ele queria o fogo.

• • •

Belle Reve, às 17:53h

O sol já havia chegado, mas isso nunca fez muita diferença naquele lugar, já que as janelas mal existiam. Harley estava no chão, ainda por conta dos choques e da pancada na cabeça, já fazia um tempo que estava acordada, mas não conseguia se mover. Desmaio.

- Ei - Levantou devagar com a visão embaçada. - Posso fazer uma ligação?

- Aqui não liberamos ligação, bebê - Disse um dos guardas, se virando para ver a garota. - Vai ter que esperar, até sair daqui - Sorriu de canto, em um tom de deboche.

Take My Hand Through The Flames || JarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora