Como tudo começou

O susto

Giacomo pov.

Ellen não responde minhas mensagens. Eu ligo mas ela não atende, com certeza ela ta muito chateada por eu furar com ela.
Ligo mais umas cinquenta vezes e por fim alguém atende.

- Alô.
Ouço uma voz masculina, minha barriga dá um nó. Acho que é o marido dela.
- Boa noite, acho que liguei errado, me desculpe.
- Você quer falar com a Ellen? É o Giacomo não é? Aqui é o Chris. Eu vi que você está ligando há bastante tempo.
Fico mudo e não sei o que responder.
- A Ellen sofreu um acidente de carro por isso estou com o telefone dela.
- O que? Como assim? Foi grave?
Eu digo tentando segurar o choro.
- Ainda não sei, ela está sendo atendida no pronto socorro e estou esperando notícias.
- Eu sou muito próximo da Ellen, eu posso vê-la?
Falo sem pensar nas consequências eu to desesperado.
- Melhor não... te mando notícias assim que eu tiver alguma.
- Ok... em qual hospital vocês estão?
- No Hospital das Clínicas.
- Aguardo notícias então! Obrigado.
Desligo o telefone e vou correndo pro hospital, sei que ele disse pra eu não ir, mas eu não ligo. Eu preciso ver como ela está.

Chego no hospital e a recepcionista me reconhece, consigo entrar com facilidade, essa é uma das vantagens de ser ator. Ela me diz qual quarto a Ellen está e sigo desesperado. Entro no quarto com a respiração ofegante secando algumas lágrimas que insistiram em cair pelo meu rosto. Entro no quarto sem bater e vejo o marido dela sentado  numa poltrona.
Olho pra cama e vejo Ellen dormindo e ela está com muitos hematomas no rosto e nos braços. Me aproximo do cara e me apresento.

- Oi, eu sou o Giacomo. Como ela está?
- Eu sou o Chris, muito prazer.
Ele se levanta pra me cumprimentar.
- Parece que ela está fora de perigo, to esperando o médico vir conversar comigo pra me explicar tudo.
- Entendi. O que aconteceu exatamente?
- Pelo o que os policias falaram, ela passou no sinal vermelho e um carro bateu na lateral.
Eu não falo mais nada, apenas pego na mão dela e fico fazendo carinho sem me preocupar com o olhar mortal que Chris lança pra mim. Eu me sinto tão mal, ela estava indo encontrar comigo e se acidentou, é tudo minha culpa.

O telefone do Chris toca e ele sai do quarto pra atender. Eu aproveito o momento a sós com a Ellen e selo sua boca. Ellen acorda com o toque sutil, olha pra mim e sorri.
- Oi, eu to no céu?
Eu sorrio e dou outro selinho em seus lábios.
- Ainda não! Está bem viva aqui do meu lado.
- Nossa, dói tudo... até pra respirar!
Ela reclama.

De repente alguém entra pela porta. É o médico.
- Boa noite, Ellen! Como está se sentindo?
- Parece que um caminhão passou em cima de mim! To com muita dor no corpo.
- Essa dor é normal devido ao acidente. Você teve muita sorte por não quebrar nada. E o bebê está fora de perigo. Se continuar assim, amanhã te dou alta.
Eu olho pra Ellen sem entender nada. Ela desvia o olhar disfarçando.
- Obrigada, doutor.
- Agora você precisa descansar. Qualquer anormalidade que você sentir, pode mandar me chamar!
- Ok. Boa noite.

Ellen pov.

O médico sai do quarto e Giacomo fica me olhando com os olhos lacrimejados. Mas logo Chris entra cortando o clima.
Ele diz que a babá ligou falando que as crianças não param de chorar e que ele vai embora para acalma-las.
Eu concordo e fico mais tranquila sabendo que ele vai cuidar das crianças.
O Chris se despede deixando Giacomo e eu sozinhos, então começa as especulações do Gi:
- Ellen, é isso mesmo que eu ouvi?
- É sim! Eu estou esperando um filho seu!
Posso ver a felicidade transbordar de seus olhos. Ele deita ao meu lado e me abraça e depois coloca a mão na minha barriga.
- Obrigado por me fazer o cara mais feliz do mundo! Mas me responde uma coisa, desde quando você sabe dessa gravidez, porque não me contou?
- Eu descobri hoje de manhã, por isso te chamei pra ir no flat... eu ia te contar.
- Eu te amo cada dia mais! Obrigado por esse presente. Agora descansa. Eu vou dormir aqui com você.
Ele continua acariciando minha barriga e eu durmo

Giacomo pov.

Ellen sempre me surpreende, é inacreditável a capacidade dela me fazer mais feliz a cada dia.
Só tem uma coisa que me preocupa, a gravidez da Nicki. Não sei como contar pra Ellen, mas não vou fazer isso hoje, vou esperar ela se recuperar primeiro.
Não vou fugir das minhas responsabilidades como pai, vou dar toda a assistência.
Mas agora vou focar na Ellen e no nosso baby, depois eu penso em como resolver esse problema.
Me abraço à Ellen e adormeço.