Capítulo 2- A proposta- 1/2.

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Christynne.

UMA SEMANA ANTES

— Bom dia turma.— Escuto a professora se pronunciar na sala de aula.

Estou na minha última aula do dia, e não vejo a hora de chegar logo em casa. O meu dia foi extremamente cansativo. Passei o dia inteiro na pousada do senhor Jacob à trabalho, e quando deu meu horário de vim para a faculdade, larguei o serviço e corri atrasada como sempre.

Desde muito cedo eu trabalho para ajudar a minha avó Anastácia nas despesas da casa. São somente eu e ela desde sempre, e mesmo com todos os problemas de saúde, ela sempre foi forte o bastante para cuidar de mim.

Perto da meia noite, caminho pelas calçadas de Findarvia, afim de chegar logo em casa para poder finalmente descansar e ficar com a minha avó. Não gosto quando ela fica sozinha em casa.
Apesar de não concordar com a política de Findarvia, ela ainda assim é um lugar calmo para se viver. Não é como se eu não sentisse medo de andar pelas calçadas de uma cidade completamente vazia à meia noite, é a necessidade que me obriga a fazer isto.

Já perto de casa, percebo um certo movimento, como se alguém estivesse me seguindo ao longe. Acho estranho, então adianto-me para alcançar a minha casa. No entanto, percebo ainda o movimento se intensificar, então ando o mais depressa que consigo um pouco assustada, até adentrar a minha casa e fechar a porta.
Já dentro de casa respiro fundo para normalizar a minha respiração. Ponho a mão em meu peito tentando me recuperar do medo que houvera passado à segundos atrás.

— Chris?— Escuto minha avó chamando-me de seu quarto então subo as escadas ainda um pouco afobada, e adentro o local para vê-la.

— Oi vovó.— Digo ao vê-la em sua cadeira de rodas. Encosto-me para beijar a sua testa.

— Como foi seu dia, querida ?— Ela me fita atenciosa, então sento-me em sua cama para conversarmos.

— Foi como sempre vovó. Cansativo e produtivo.— Oculto a parte de ser quase atacada no caminho para casa.

— O Zacc veio a sua procura à alguns minutos atrás. Ele disse que pensou que você já havia chegado.— Ela estendeu a sua mão e me entregou um carta.

O Zacc foi criado praticamente comigo. Desde que a sua família se mudou para o lado da minha casa, somos muito próximos. Brincávamos o dia inteiro até eu finalmente crescer e arrumar o meu primeiro emprego numa pequena papelaria próxima daqui de casa.

Ele é um ano mais velho que eu, e todos os anos, um mês antes da data do meu aniversário, ele começa a me mandar cartas como forma de mostrar que se importa e que não esqueceria em hipótese alguma do meu aniversário.

— Acho muito fofo da parte dele te mandar essas cartinha todos os anos. Ele nunca se esquece._ Vovó diz com segundas intenções e eu gargalho pelas suas insinuações.

Depois de conversarmos um pouco mais, a deixei em seu quarto e fui para o meu. Em questão de minutos fui vencida pelo cansaço e adormeci.
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Acordo assustada com alguém batendo na porta e verifíco o horário no relógio que fica no meu criado-mudo. Ainda são três e trinta e dois da madruga. Estranho alguém batendo em minha porta a este horário.
Levanto-me e vou até a cozinha para pegar algo que pudesse me proteger caso fosse um sequestrador ou um assaltante.
Dirijo-me até a porta e a abro lentamente, vendo um homem gordinho vestido somente em um  tom de preto. Homem esse que já havia visto  na pousada em que trabalho.

— Senhorita Christynne Grand?— Exito-me em responder por conta do medo de alguém pela madrugada bater em minha porta, mas logo assinto.— Tenho uma proposta para fazê-la, é de seu interesse?— Ele usa um tom de voz um tanto calmo.

Analiso a sua feição ainda me fitando parado na porta. Penso que poderia me arrepender por deixar um estranho adentrar em minha casa. Por outro lado, penso também no que poderia levar alguém totalmente estranho para mim, vim até a minha casa me fazer uma  suposta proposta, então assinto novamente e permito a sua entrada.

Era uma vez, Minerva.Onde histórias criam vida. Descubra agora