Capítulo 10 - Aprendendo a ser Princesa.

29 6 25
                                    


Christynne.

Por muito pensei que tudo estava perdido. Se o príncipe Edgar descobrisse toda a verdade eu seria responsável pela recuperação falha da minha avó e até mesmo daquilo que eu temo em pensar: A sua morte.
No entanto, me senti mais leve ao saber que estava a enganar-me. Ele não havera descoberto a minha farsa, ao contrário de mim, que provei de sua personalidade temperada e inadequada, o que eu não esperava vindo de um príncipe e o que me fez ter más impressões ao seu respeito.

Logo depois de sua saída, tive que suportar as representações da Duquesa , que por sua vez,  ficou a me dizer como eu fui tola em sair daquela forma do salão. Criticou-me pela minha postura à mesa e repetiu várias vezes que a escolha de Ariel foi um erro terrível e que custará muito mudar-me para que eu venha a me tornar coerente com a imagem e personalidade de sua "querida filha Minerva", o que eu achei pura hipocrisia já que todos sabem que a sua filha preferida sempre foi Catherine — ao menos foi o que dizia alguns sites de fofoca à um tempo atrás .

A seguir, ela me deu uma enorme lista com instruções sobre o que eu iria fazer nos dias seguintes antes do dia da confirmação da aliança entre reinos , e o que me chamou mais atenção, apesar de não ter me surpreendido tanto, foi que Ariel terá que me dar aulas de etiquetas entre outras coisas que , segundo a minha suposta mãe, eu teria que aprender para tornar duradouro o meu papel de princesa.

Antes do sol aparecer totalmente dando sinal de que o dia estava a amanhecer novamente, fui acordada pelo Ariel para começar o meu "treinamento", que supostamente seria em algum lugar na floresta para poupar as suspeitas de todos do palácio. A Duquesa Minerva ordenou que fossemos ao mais distante que pudéssemos, então o Ariel resolveu me levar até uma pequena , porém confortavel cabena,  que ficava a uma distância considerável "segura" para as minhas aulas — propriedade particular da família real.

Ao adentrar logo depois de Ariel, observei detalhadamente o local. Por mais que parecesse uma propriedade pequena para uma família da realeza, a cabana era um lugar belíssimo com móveis antiquados e um espaço grandioso que dava vista para grandes escadas assim que se abrissem as portas. Haviam alguns quadros na parede e um tapete notavelmente confortável que tomava conta do chão de madeira visivelmente encerado .

— Todos os dias a partir de hoje, lhe darei aulas particulares de etiqueta neste ambiente. — Diz Ariel pondo uma pequena mala na superfície de uma  mesa de centro. Me sento em um sofá pouco distante.

— Tinha que ser tão cedo?

— Decerto que sim.  A Duquesa exigiu que isto fosse feito o mais discreto possível.

Ele meche na bolsa  a procura de algo e logo resmunga por não ter encontrado. Tenta mais algumas vezes.

— Queria poder ver a minha avó,  ter notícias dela. — Digo afim de obter um " Tudo bem,  você poderá falar com ela em breve." Ou um " Claro, Vamos largar essa história de aulas de etiqueta e ir ao seu encontro agora mesmos!" Mas tudo que recebo em resposta é um olhar curto de repreensão e o silêncio incômodo.

— Primeira lição: Não deve se sentar de pernas abertas. Isto nem um rapaz deveria fazer, é demaseado deselegante. Segundo...

— Quando eu vou poder ter notícias dela? — Insisto.

— Este não é o foco aqui,  senhorita Christynne.

— Por que seria, não é? Vocês são muito egoístas para pensarem em outras pessoas a não ser em vocês mesmos. Mas se você não percebeu,  Ariel, eu só estou nessa loucura por causa da minha avó.

Respiro fundo para me recompor e o silêncio paira novamente no ambiente e logo é rompido quando ele se aproxima de mim.

— Não lhe vou prometer nada para hoje, no entanto garanto tentar trazer notícias sobre ela o mais rápido que eu puder.— Diz como se toda calma do mundo se encontrasse nele.

Era uma vez, Minerva.Onde histórias criam vida. Descubra agora