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  Al não gostava de levantar cedo demais, mas não tinha motivos para passar mais uma hora olhando para o nada no teto de seu quarto. Cavando uma saída entre os lençóis da cama, o garoto se levantou em direção ao espelho e encarou o reflexo diante dele, usando pijama branco de listras azuis, um presente de Min, em outro aniversário.

  Largando o traje no cesto de roupas, entrou no banheiro para seu costumeiro banho matinal, vestiu seu uniforme e, fisicamente pronto para ir ao Instituto, se olhou no espelho mais uma vez e percebeu que sua mente ainda não estava preparada.

  "Café", ele pensou, "isso vai me animar".

  Desceu até a cozinha com a mochila nas costas e preparou uma xícara de café na cafeteira automática. Ao longe, olhou para a sala de estar e viu a mochila de Min jogada no chão.

  "Droga", praguejou, o café não pôde distraí-lo daquela vez.

  Depois do rápido café, o baixinho se dirigiu para a garagem e entrou em seu automóvel, abrindo o portão automático com um clique no controle remoto. Conferiu o celular antes de sair, havia uma mensagem de Sky.

Iskai: Não vou estar no campus hoje. Maryanne já começou a distribuir as funções. Crystal, Pete e eu vamos ao centro da cidade em busca de materiais de confecção.


  Alex guardou o celular no bolso e deu a partida no carro, rumo ao Instituto Charlotte. Pelo visto, hoje estaria sozinho.

  Ou não...

  - Alex! - Sammy alarmou no corredor do colégio, fazendo o garoto dar um salto e um grito assustado.

  - Ah, é você - Al resmungou, revirando os olhos e seguindo caminho.

  - Onde estão os outros? - a garota o seguiu.

  - Maryanne mandou eles irem comprar coisas para a festa da primavera - o garoto disse num tom esnobe e ríspido - parece que todos temos trabalho a fazer hoje.

  - Aquela garota - Sammy fez cara de nojo com a língua para fora e o dedo apontando para o fundo da garganta, de onde vinha o som de um vômito forçado.

  - Ué - Al indagou, confuso e ligeiramente surpreso - você também não gosta dela?

  - Convenhamos - Sammy pôs as mãos na cintura, revirando os olhos - quem conhece a garota sabe que aquela carapuça ridícula só serve pra demônios como ela!

  - Olha - Al quis rir, mas manteve a pose indiferente - eu nunca pensei que diria isso, mas concordo com você.

  - Ninguém gosta daquela garota!

  - Realmente - Al comentou com pesar - Min não é ninguém mesmo.

  - Poxa, Al - Sammy quis consolar a tristeza do amigo, mas não se aproximou demais, receosa - eu queria te ajudar a libertar seu amigo daquela nojenta.

  - Claro, e como faríamos isso? - ele ironizou, incrédulo.

  - Al... - um sorriso maligno brotou no rosto da garota - você já fez pegadinhas com alguém?

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  - Ok, tudo pronto - Sammy sussurrou para o baixinho.

  Os dois estavam escondidos atrás de algumas das várias caixas empilhadas no palco do auditório, onde uma equipe de alunos do segundo ano, liderados por Maryanne, estavam montando parte da decoração e preparando os equipamentos de luz e som.

  - O que exatamente você fez? - Al perguntou, receoso.

  - Nada demais, apenas alguns investimentos em Coca Cola...

Jardim de Memórias: uma história Chance de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora