⤷ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟎

38 4 0
                                    

Com o acabamento do último feiser completo, pego as armas e vou testá-las no quintal. Aproveito o cinto de ferramentas de Matthew para facilitar no transporte e usá-lo como coldre.

A manhã era tão linda quanto a noite. O frio ainda se fazia presente no ambiente, mas sua temperatura não chegava a gelar os ossos. Aos poucos o céu retomava seu tom rosado que havia visto de primeira, e as estrelas continuavam lá. Uma visão de tirar o fôlego.

Termino de colocar os sensores nos frutos que havia ajeitado em cima da cerca e me afasto. Essa era a hora da verdade.

Alvo 1 neutralizado. Alvo 2 neutralizado. Alvo 3... calculando.... Alvo 3 neutralizado. Alvo 4 neutralizado. Todos os alvos foram neutralizados com sucesso

Repito o teste com todos os gadgets que havia criado baseado no comportamento que Techno tinha registrado sobre o Camaleão, assim como a granada especial projetada pelo senhor Spock. Para não gastar todas e ter que reconfigurá-las depois, pego apenas uma para checar o efeito. Era certo de que as demais se comportariam da mesma forma.

Vendo resultado positivo nos equipamentos, entro na casa e vou preparar um café. Prefiro optar pela forma natural de preparo, então procuro pelo coador e as ferramentas necessárias para trazer à existência uma das grandes maravilhas do mundo.

- Você não dormiu nem um pouco, não é?

Assim que termino de dar a última passada no café, Matthew me observa da batente da cozinha. Ele estava descabelado, coçando os olhos sonolento; não devia nem ter acordado ainda. Enfrentava um dilema entre ficção e realidade.

- Não deu tempo - brinco. - Café?

- Hm, claro. Seria ótimo.

Pego uma caneca e o sirvo com a bebida quente. A primeira golada o faz despertar no mesmo instante.

- O que você colocou aqui? - inspecionava a caneca curioso.

- Pó de café, água e açúcar. Não sei nesse mundo, mas de onde eu venho é assim que se prepara a melhor bebida de todos os tempos.

O garoto segura o riso e aproveita para apreciar seu café em mais um gole, tentando conter a urgência de acabar com tudo de uma vez o máximo que conseguia.

- Está perfeito.

- Nada fora do normal, então - escondo a face na minha caneca, disfarçando o falso orgulho em uma tragada.

Era difícil eu realmente me vangloriar de alguma habilidade ou qualquer coisa que possuía. O senhor Stark, pelo contrário, tinha confiança e orgulho pra dar e vender. Sua auto-estima chegava irradiar para outras galáxias, se duvidasse. Uma pena que a filha não tenha herdado isso tudo. Porém, nada que o bom e velho senso de humor não pudesse dar conta.

- Tem umas belas ferramentas na oficina.

- Eu as trouxe comigo quando estive vagando por ai, desenfreadamente. Ainda bem que tenho elas, porque não consigo me acostumar com as daqui. Parece que se inspiraram naquele "Operando" para construí-las.

- Pode crer - rio de sua assimilação. - A propósito, é um bom jogo.

- Nunca joguei, pra falar a verdade.

Lembro de uma vez em que estávamos reunidos no QG dos Vingadores, e Thor não conseguia fazer um ponto. Ele ficou irritado porque Banner deslanchava na captura das peças mesmo sendo o Hulk do outro lado, então fez um rombo na sala de estar com a marca do portal para Asgard. Delicadeza não era o forte dele - não que pudesse falar muito, também. - Aquilo ficou de decoração por um bom tempo no piso, e toda vez que alguém perguntava da marca, meu pai dizia que era arte contemporânea.

𝙎𝙩𝙖𝙧𝙠 𝘼𝙙𝙫𝙚𝙣𝙩𝙪𝙧𝙚𝙨: Star TrekOnde histórias criam vida. Descubra agora