Capítulo 17

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Eliza

Eu estou rolando na cama ainda sem conseguir dormir, a mesma sensação ruim que estou sentindo praticamente o dia inteiro ainda no meu peito e que só piorou quando eu não recebi a mensagem de boa noite que a Alycia sempre me manda, inclusive é ela quem sempre manda primeiro, tanto a mensagem de bom dia quanto de boa noite, eu não estaria dando tanta atenção para isso se não fosse essa sensação de que algo ruim vai acontecer que estou sentindo, afinal ela poderia ter só esquecido.

Olhei para o relógio na mesinha de cabeceira da cama vendo que é quase uma hora da manhã, eu tenho que dormir se não vou estar parecendo um zumbi amanhã no trabalho, enterrei meu rosto no travesseiro e tentei obrigar meu cérebro a parar de trabalhar e entregar logo minha mente a escuridão, isso demorou um pouco a acontecer mas eventualmente o cansaço me venceu e eu finalmente cai no sono.

O barulho do meu celular tocando me fez acordar e eu abri só um dos meus olhos vendo a hora, quatro e trinta e duas da manhã, fechei meu olho novamente e praticamente grunhi amaldiçoando quem esta me acordando a essa hora depois deu ter tido tanto trabalho para dormir. Ainda de olhos fechados tateei a mesinha de cabeceira a procura do meu celular e quando o peguei atendi sem ver quem era.

-Eliza? - A voz embargada da Maia soou no telefone e eu imediatamente despertei, aquela sensação ruim que eu estava no peito antes de dormir me atingindo com tudo novamente. -Você esta me ouvindo?

-Sim. - Respondi me sentando na cama. -O que houve Maia? Porque você esta chorando?

-É a Aly... - Ela começou a chorar não conseguindo completar a frase e eu que já estou nervosa fiquei mais ainda. -Eu recebi uma ligação de um amigo da Marny da policia, ela e a Alycia estão no hospital, eu ainda não sei o que aconteceu e nem como elas estão, estou prestes a sair de casa para ir para o hospital só queria te avisar antes.

-Qual hospital? - Perguntei já me levantando da cama, segurando as lagrimas que queriam cair.

-The Royal.

-Ok, obrigado por me avisar te encontro lá.

Encerramos a ligação e eu troquei de roupa rapidamente colocando uma calça jeans e jogando um moletom por cima da blusa que estava usando para dormi, não me importando com isso no momento, coloquei o tênis e peguei a chave do meu carro antes de sair praticamente correndo para fora do meu apartamento e ir praticamente voando com o carro até o hospital, dando a sorte das ruas estarem praticamente vazias graças ao horário. Assim que cheguei no hospital encontrei a Maia na sala de espera, ela se levantou e me abraçou quando eu cheguei, nos separamos e eu só olhei para ela e não precisei falar nada para ela saber o que eu queria.

-A Alycia ainda esta sendo atendida e a Marny esta dando o depoimento para policia, é só o que eu sei. - Falou voltando a se sentar numa das cadeiras da sala de espera e eu me sentei ao seu lado.

-Você não tem a menor ideia do que aconteceu? Porque e como elas vieram parar no hospital? Porque a policia esta envolvida nisso?

-Não, mas tenho as minhas suspeitas de que tem haver com o que as duas estavam trabalhando juntas, a Marny vive se metendo em confusão.

Um médico apareceu nos dando noticia sobre a Alycia e eu fiquei aliviada ouvindo que ela esta bem mas vai dormir pelas próximas horas por causa dos remédios e da perda de sangue, Maia disso para mim entrar primeiro sozinha que enquanto isso ela iria ver a Marny e depois vai para o quarto da Alycia, eu assenti e nós seguimos caminhos separados.

Assim que entrei no quarto vi a Alycia dormindo em cima da cama, um curativo na sua têmpora e os pulsos roxos, o ferimento mais grave na sua perna coberto pois ela esta com a camisola e o cobertor do hospital por cima, ainda não faço ideia do que aconteceu, o médico também não sabia então só nos falou sobre a extensão dos seus ferimentos não como ela os conseguiu. Me aproximei da cama puxando uma cadeira para poder ficar ali sentada ao seu lado e segurei sua mão na minha, lagrimas escorrendo dos meus olhos inconscientemente olhando para as marcas roxas no seu pulso a qual eu levei até os meus lábios dando um beijo delicado ali entes de voltar a deixar sua mão em cima do colchão ainda sendo segurada pela minha.

Two sides of the same worldOnde histórias criam vida. Descubra agora