A Origem ABO - Jikook | LIVRO 2 | MY ABO UNIVERSE

O Amanhecer

Capítulo 8 – O Amanhecer

O nascer do sol nunca havia sido tão intenso como naquele dia. O sol parecia aquecer o mundo como em um cobertor quentinho, mas mesmo assim Jimin sentia frio.

Tateou a cama procurando por todo aquele calor que havia lhe aquecido durante a noite, mas ele não estava lá. De repente se sentiu pequeno, desprotegido e tudo o que queria era chorar baixinho e encolhido. Nem ao menos sabia o porquê. Não tinha motivos. Não tinha razão. Apenas se sentia estranho demais para se entender.

Abriu os olhos e encarou o mundo com um olhar que nunca havia tido. O local estava diferente. O cheiro estava diferente e sua cabeça doía apenas de tentar se lembrar. Olhou ao redor como se procurasse por algo, mas nem ao menos sabia o que lhe faltava naquele momento.

Sentiu algo novo e de certo modo assustador. Algo dentro de si pedindo, implorando, gritando. Uma voz que era impossível de se negar.

Levantou-se sem pensar muito, mas logo se arrependeu ao sentir o frio nas solas de seus pés. Suas pernas estavam molinhas, assim como todo o seu corpo. Sentia como se tivesse sido pisoteado por algum animal pesado. Se equilibrou na cama antes que caísse. Tudo parecia tão diferente.

Sentiu uma leve ardência em seu braço e ao olhar percebeu um pequeno curativo. Deveriam ter retirado seu sangue enquanto dormia para os testes. Não se importou muito com aquilo. Queria apenas encontrar alguém e perguntar o que estava acontecendo consigo.

A última coisa que se lembrava era de sua mãe, no seu antigo vilarejo, o atacando com fúria, se lembrava de ter sentido dor e então tudo era um grande borrão.

Procurou pelo machucado e não precisou de muito para achar a marca, já cicatrizada, de dentes em sua pele. Estranhou aquilo, para uma mordida daquela proporção estar fechada muitos dias deveriam ter passado, mas sentia como se tivesse acabado de dormir.

Saiu com certa dificuldade do cômodo. O cheiro amadeirado estava um pouco mais forte do lado de fora, o que deixou o menor levemente perdido. Caminhou pelo corredor escuro e deserto, se perguntando onde estavam todas as pessoas que costumavam ficar por ali, mas todas as perguntas sumiram quando ouviu um rosnado alto e claro.

Seu corpo arrepiou e involuntariamente ele se encolheu, como se tentasse se auto proteger do que tivesse feito o som, mas logo sua mente se voltou para Moon. O som era tão animalesco que só poderia ter sido feito por um lobo.

Jamais permitiria que alguém prendesse ou machucasse Moon. Ele era seu e mais ninguém poderia tocá-lo, quem dirá prendê-lo. Jamais aceitaria algo do tipo.

O cômodo de onde o som havia vindo estava aparentemente preso por uma pequena fechadura, girou a chave que estava no trinco e abriu a porta, encarando do lado de fora a escuridão a sua frente.

O lugar parecia úmido e se não fosse pelos olhos vermelhos que lhe encaravam com intensidade, diria que estava sozinho. Estava alto demais para ser um lobo, os rosnados pareciam animalescos e irritados, mas o cheiro parecia o atrair até ali.

Era algo fresco e gostoso, um perfume que nunca havia sentido antes. E por mais que o cheiro parecesse o oprimir naquele segundo, ainda queria sentir mais.

Curioso, iria se aproximar, ver quem era e talvez conseguir algumas respostas, entender porque seu coração estava tão acelerado e sua mente tão confusa, mas antes que pudesse de fato entrar no cômodo escuro Paim apareceu no corredor, chamando sua atenção.

— Jimin, não entre aí — o médico disse com pressa, dando passos rápidos para chegar até o menino e fechar a porta, o impedindo de ver o que tinha lá dentro. — Pode ser perigoso por enquanto.