O Peso dos Julgamentos

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Quando chegamos aos 12 anos muita coisa começou a mudar, muitos dos meus amigos entraram na fase de odiar garotas, já eu não possuía esse sentimento, eu tinha Haenim e para mim ela não era nojenta ou metida como muitos diziam.

Haenim continuava a mesma menina de quando a conheci, ela era na dela e com problemas que a infância havia deixado a marcando, mas eu cumpria minha promessa: cuidando e protegendo minha irmã.

Mas sabe quando você é uma criança de doze anos não imagina como o mundo pode ser um lugar injusto e malvado, como mesmo na luz a forças ruins querendo derrubar ou desanimar, eu fui descobrir isso da pior maneira possível.

Não foi com meus amigos, não foi com coleguinhas da rua, mas sim foi com meus professores e autoridades que deviam estar ali para dar o exemplo, muitas vezes eles mostraram suas verdadeiras identidades quando os mais velhos viravam as costas, eram perversos e não queriam nem saber se te magoavam.

Não sofri na pele, não era a mim que as palavras ditas anteriormente se tratavam, mas sim a Haenim, muitos sabiam que ela era adotada, na escola os professores eram cientes desde que ela entrou sobre suas dificuldades e seu sangue não ser realmente Park; na vizinhança muitos achavam que apenas um toque dela poderia ser prejudicial e alertavam minha mãe com suas mentes maldosas que ela poderia me fazer mal.

Eu já havia ouvido coisas assim: "senhora Park como deixa essa garota perto do seu filho, ela pode tentar algo ou lhe fazer mal", "Você terá que ficar Haenim, não quero que assuste as crianças", "Garota boba, acha mesmo que aqueles são realmente os pais dela!".

Eu poupava minha pequena irmã, sentia raiva desses comentários, mas meus pais sempre a defenderam e lutaram por ela, muitas vezes quando destratavam ela na minha frente e eu tentava a defender a mesma apertava minha mão e fazia uma simples pergunta:

- Você acha isso de mim Mininie?

- Claro que não! - eu afirmava com raiva daqueles estupidos comentários - você é minha, e isso nunca vai mudar.

Logo seu sorriso voltava e tudo ficava normal novamente. Era incrível como somente a opinião minha e dos meus pais importava para ela, mas para nós aqueles que não a respeitavam eram imundos e ignorantes, todos mereciam um lar, todos mereciam ser felizes!

Para mim o cúmulo foi quando um professor não aceitou seu trabalho por conta de a letra não estar muito legível, ele havia aceitado a de todos os alunos menos o dela; no dia seguinte sem contar para meus pais fui até a sala tirar satisfação e no final do dia nossos pais foram chamados na escola pela minha falta de respeito, até aí tudo bem, mas o problema foi que o professor não relatou os fatos como realmente aconteceu;

Fui EU quem resolvi ir até ele quando vi Haenim chorando com o trabalho em mãos, fui EU que fiz a malcriação. E ele disse que Haenim estava me influenciando a ser um péssimo garoto, meus pais ficaram assustados afinal aquela menina não dava trabalho e aceitava tudo que lhe era imposto, já eu fiquei irado com o jeito que ele manipulou a história contra minha irmã.

Quando estava prestes a gritar, espernear ou fazer algo pior a voz de minha mãe calma e educada como sempre tomou o ambiente.

- O senhor poderia contar novamente o relato, mil perdões, mas minha filha não é dessa forma, ela chegou em casa dizendo que o senhor não havia aceitado o trabalho e sei que talvez Jimin como é deve ter tomado as dores dela como sempre faz.

E então vi o homem a minha frente se desconstruir e gaguejar, Haenim havia relatado tudo a mamãe, assim como fez comigo e não duvido nada com o papai também. Como disse nós éramos a sua base e ela sempre correria para nós pedindo ajuda.

Mamãe no fim de tudo conversou seriamente comigo, e medidas foram tomadas contra aquele professor por ele ser preconceituoso. Crescer foi uma parte complicada, e aceitar que nem todos aceitariam também foi muito ruim.

No entanto eu a tinha, tinha meus pais e um pequeno irmãozinho que havia nascido se juntando a família, agora éramos cinco, mais fortes para qualquer coisa!

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