ℭαp. 03

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Ele odiava mudanças.

A incerteza de não saber se tudo daria certo doía em sua carne, sair de sua zona de conforto era um grande desafio para Jimin, mas agora, ele desejava ter mais coragem para lidar com as consequências que viriam se ele simplesmente jogasse tudo para o alto e começasse tudo de novo, deitado em sua cama fitando o teto como fazia toda vez antes de dormir. Ele quis mudar tudo em seu quarto, talvez pintar as paredes com uma cor vibrante como fazia em suas telas, ou quem sabe mudar a cor de seu cabelo sem medo dos julgamentos que viriam junto. Mas a verdade era que o jovem queria muitas coisas, queria mudar e expandir seu horizonte, queria mudar seu jeito de pintar, ser mais ousado quem sabe, se a pintura realmente reflete o que ele é, então por que continuava a pintar grandes mentiras?

Jimin era ousado, traçado por uma personalidade única e uma dualidade impressionante, seu rosto angelical maquiava muito bem como seu interior ardia, porque o jovem era de fato erótico, desde o jeito que seu olhar se tornava afiado como de um gato, ou pela forma que um bico se formava em seus lábios carnudos. Mas se escondia atrás de máscaras, porque mostrar seu verdadeiro eu lhe traria efeitos que talvez não suportasse, Park aprendeu a se esconder tão bem em si mesmo que se perdeu em um labirinto que o mesmo criou para se manter seguro. E agora perdido, só deseja poder se encontrar novamente e ser corajoso o suficiente para se mostrar ao mundo.

Cansado de como sua cabeça formulava pensamentos sem que o mesmo sentisse e quando se dava conta já estava submerso no mar de problemas que criava, decidiu que talvez pintar fosse o acalmar, mas não estava disposto.

E eram nesses momentos que ele sentia falta da música e do efeito que ela lhe causava antes de lhe arrancar tudo e deixar uma ferida exposta, assemelhava a música a todas as pessoas que passaram por sua vida lhe trazendo bons momentos, mas logo depois traziam o inferno a seus pés. Era triste, de fato, mas Jimin aprendeu a preencher o espaço vazio com outras coisas, foi quando a pintura o salvou. Ela sempre o salvava.

Quando um relâmpago cortou o céu acima de si foi que ele se lembrou do moreno de jeito único com quem se encontrou naquela noite, o jovem definitivamente era um dos homens mais bonitos a quem Jimin já pousou seus olhos, mas beleza foi de longe a única coisa que lhe chamou atenção. O jeito que o rapaz jogava a cabeça para o lado ou encolhia os ombros receoso e com medo, fizera Jimin se render e baixar a guarda, não saberia explicar o que ele havia causado em si, mas esperou lá no fundo que pudesse o encontrar de novo para retribuir ser tão bem acolhido sem sequer ser tocado.

Perdido nas memórias que ele criou com o desconhecido não se deu conta que agora fitava o celular com o número do mesmo muito bem desenhado na tela, desejou que ele o ligasse porque jamais o faria, na lista de coisas que Park Jimin odiava estava lá inaugurando o topo: Atrapalhar as pessoas com sua presença, porque sim o loiro miúdo era deveras inseguro e por mais que quisesse mudar isso, era difícil mudar algo que já está enraizado tão profundamente em seu ser.

— Ok, como assim Park Jimin?! Eu falei que queria assistir um drama que não me fizesse sofrer, eu sou uma piada pra você? Como assim ela perde a força dela?! Você sabia que o superpoder era tudo pra ela??! Eu NUNCA mais te peço indicação de novela! Guarde minhas palavras. — Sem que sequer notasse, Taehyung estava de frente pra si com os braços cruzados e o cenho franzido, queria poder dizer que prestou atenção em toda reclamação do amigo, mas estaria mentindo.

— O quê? — Piscou devagar tentando dirigir o que estava acontecendo, acabou por deixar seu amigo mais furioso consigo que achou que o mesmo fosse explodir a qualquer momento.

— Ele nem me ouviu, Hoseok! Meu deus, esse homem pede pra morrer. — Falou alto o suficiente para que o mais velho pudesse ouvir do outro cômodo.

The Last Song • jjk + pjm [HIATUS] Onde histórias criam vida. Descubra agora