3 - Quinto mês

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Não sou um pedaço de bolo

Para você simplesmente descartar

Enquanto você vai embora

Com a cobertura do meu coração

Então eu pego de volta

O que é meu, você vai perder

O pedaço do céu que eu dei a você na noite passada

Cake - Melanie Martinez



Algum tempo depois...



— Chanyeol é meio lento, mas eu não, Kyungsoo. — disse Baekhyun baixinho enquanto eu limpava as mesas do bar — Ele pode até achar que você está gordo, mas eu sei muito bem o que tem nessa barriga, gordura não sai andando. — disse simplista, enquanto descascada uma maçã para comer.

— Eu sinto muito, não sabia como contar... — mordi o lábio inferior, suspirando, no fundo eu estava tremendo de medo, Baekhyun era como meu chefe também, afinal ele era o namorado de Chanyeol, e se ele não quisesse mais que eu trabalhasse aqui?

— É fácil, chega no Chanyeol e diz "estou grávido". Ele não vai te jogar daqui pra fora por isso! Eu acho... O pai do bebê sabe? — perguntou curioso.

— Saber sabe, mas ele não quer o bebê, então... — disse e dei de ombros, indo para trás do balcão e limpando ali, logo o bar abriria.

— Ah, isso explica... Soube que você está saindo com meu irmão.

— S-seu irmão? — não havia entendido, nem sabia que Baekhyun tinha irmãos.

— Sim, Oh Sehun. Às vezes ele vem aqui reclamar e tomar um porre, é meu irmão mais velho, o mais novo nem queira saber. — revirou os olhos e riu — Sehun é uma boa pessoa, conte para ele também. Hoje, Kyungsoo!

Dito isso Baekhyun foi abrir a porta e mais uma noite no bar começou.

{•••}

— Chanyeol, eu preciso falar com você... — disse assim que o bar fechou, como era fim de semana não ficava só até às dez, mas até o fechado que era as duas da manhã.

— Fale. — ele pouco estava prestando atenção em mim, apenas em seu celular.

— Eu estou grávido, não gordo, o pai do meu bebê não quer o bebê e se eu perder esse emprego não vou ter como nos sustentar. — disse num fôlego só, me sentindo até tonto quando terminei.

O Park apenas me olhou com uma sobrancelha arqueada, um olhar que chegou a gelar minha espinha.

— Como ele não quer saber do bebê?

— É uma longa história, ele sumiu por dois meses e depois voltou dizendo que assumiria o filho, mas apenas isso. Não que eu quisesse um casamento, mas eu esperava que ele se importasse mais do que colocar o nome na porra de um papel. — sequei as lágrimas silenciosas que escorriam — Meus pais me expulsaram de casa e eu moro com a minha vó, mas não é fácil. Eu me virei sozinho, ele não me ajudou com nada e agora eu nem quero, não é mais necessário, eu disse para ele que se fosse para ter um papel eu não queria, a gente transou e ele meio que sumiu de novo, e já faz quase dois meses outra vez. — despejei de uma vez.

Eu não tinha com quem falar e Chanyeol me pareceu disposto a ouvir, depois de começar eu não consegui parar, aquilo me feria demais.

Eu perdi minha virgindade com Jongin e deu em um bebê, então ele sumiu, transei com ele de novo e ele sumiu, parecia até carma!

— Isso explica muita coisa. — virei para trás e ali estava Sehun, com as mãos no bolso e me olhando com aquele olhar fofo, mesmo com aquela cara séria dele.

— Você ouviu tudo?

— Ouvi sim. Mas também Baekhyun já tinha meio que me contado, então eu vim te buscar para ir pra casa e... Você já sabe.

— É, vá para casa Kyungsoo, amanhã vamos conversar sobre isso, se quiser Baekhyun e eu podemos te dar uma força. Ele passou por quase a mesma coisa, a diferença é que o filho é meu e eu não ia largar o Baekhyun por isso, mas enfim. Vai lá.

— Obrigado. — agradeço e sai dali com Sehun.

— Até ia te convidar para ir lá para casa, mas você deve estar cansado. — disse me entregando o capacete e subindo na moto.

— Hoje eu estou, mas juro que amanhã eu vou e paro de dar bolo.

Coloquei o capacete e agarrei a cintura de Sehun e em poucos minutos estávamos na "minha casa", onde ele parou em frente e nem desceu da moto, só puxou minha cintura, colando seus lábios nos meus.

O beijo de Sehun era bom. Estar com Sehun era bom, apesar de que pouco estávamos juntos, eu passava mais tempo estudando e trabalhando do que realmente ficando com ele, mas esse último mês tinha sido assim. Estar com Sehun era bom, mesmo que no fundo eu sentisse que faltava algo.

Alguns muitos beijos depois me afastei de Sehun, dando vários beijinhos em sua boca e vendo algo que eu não esperava, Jongin do outro lado da rua.

Acho que eu devo ter feito a expressão de quem viu um fantasma, já que Sehun me segurou mais perto de seu corpo, como se eu fosse cair, ao mesmo tempo que Jongin atravessou a rua como um furacão.

— Depois quer me fazer acreditar que esse filho é meu! — disse com arrogância.

— O quê? O que isso tem a ver, Jongin?

— Fica se esfregando com qualquer um e vem colocar a culpa em mim do bebê. — disse apontando para minha barriga.

Meu sangue subiu, eu estava segurando tudo sozinho por tempo demais.

Só me dei conta do que eu fiz quando senti em minha mão a dor do tapa que dei em seu rosto, mas nem por isso mudei de opinião, melhor falar tudo enquanto tenho coragem.

— Eu fiz o filho com você sim, eu transei só com você e faz cinco meses, CINCO MESES JONGIN! Não foi ontem! E como meu melhor amigo você sabe disso, eu sei que você está louco para se livrar da responsabilidade, mas eu já disse ESSE FILHO É MEU, EU NÃO ESPERO MAIS PORRA NENHUMA DE VOCÊ! Não precisa se preocupar com isso. Eu vou criar ele sozinho, não é porque Sehun está aqui que ele vai ser o pai do meu filho, ele é meu companheiro, isso acontece. ENTÃO PARA DE SER IGNORANTE E DECIDE SE VOCÊ GOSTA REALMENTE DE MIM E ACEITA QUE VAI TER UM FILHO OU SE VOCÊ VAI CONTINUAR SENDO ESSE IMBECIL! — disse bufando, sentindo vontade de chorar, mas de raiva — Melhor eu ir para sua casa, Sehun.

O loiro não pensou duas vezes antes de me entregar o capacete de novo e dar partida na moto, me levando para bem longe de tudo aquilo.

My love is on fireOnde histórias criam vida. Descubra agora