Notas antes do capítulo
Meus amores, sei que eu sumi, não respondi comentário e tampouco atualizei o livro.
Eu simplesmente não conseguia tocar nessa história.
No final de novembro/2019 eu perdi uma pessoa que eu amava muito mesmo.
No início fiquei até bem, mas as crises de ansiedade e depressão, assim como alguns distúrbios alimentares me alcançaram.
Os proximos capítulos são tensos e tratam muito da questão de vida e morte.
Eu não conseguia nem abrir a página do Wattpad.
Estou mais forte e vou terminar a história exatamente como ela nasceu em minha mente, sem cortes ou pressa para acelerar os acontecimentos.
Peço milhões de desculpas e nunca conseguirei me redimir com minhas leitoras fiéis.
***
Não havia nenhuma opção além de deixar que me levassem. Eu sabia que entre os meus guardas pessoais, a maioria era leal a mim, mas ali, naquela situação eu compreendia porque nenhum se manifestava.
Qualquer pessoa que tentasse me defender se tornaria um alvo.
A grama molhada esfriou meus pés e só então percebi que estava descalça. O vestido branco se arrastava no chão e puxava consigo a terra úmida.
Não importava. Quando sai do quarto, ainda lancei um último e esperançoso olhar para a cama pensando que Benjamin, por milagre, teria aberto os olhos. Talvez se o tivesse feito, alguma força nasceria de mim para lutar contra meus algozes.
Apesar de todos os meus esforços, Benjamin não tinha reagido.
Deixei que as lágrimas descessem por meu rosto sem controle.
— Esta chorando arrependida, bruxa! — uma voz masculina gritou e isso foi como pólvora, incitando os outros a gritarem comigo chamando-me de bruxa, herege e feiticeira.
A ignorância prevalecia. Mesmo que eu esbravejasse a verdade ali, ninguém estava disposto a ouvir. Tinham criado uma verdade e se manteriam fieis a ela, mesmo que isso significasse condenar uma pessoa inocente.
Caminhei por horas. A sede e a fome tomaram conta de mim. Eles pararam algumas vezes, prenderam-me a uma árvore e ali me deixaram. Era como se eu deixasse de ser humana.
Ao fim da tarde acampamos próximos a uma estrada. Meus pés estavam machucados e sangravam. Compreendi que não sobreviveria àquela caminhada.
Encostei na árvore e fechei os olhos. Eu era preterida como uma leprosa, por orgulho não implorei por água nem comida.
— Senhora!! Senhora!! — uma voz sussurrou atrás de mim me assustando — pegue, pegue!!
Alguém empurrou um embrulho para mim. Puxei-o e o escondi atrás do corpo.
— Obrigada! — sussurrei, mas a pessoa já tinha desaparecido. Não tinha ideia de quem se arriscou me oferencendo ajuda.
Esperei que todos dormissem e devagar desatei os nós da trouxa. Tinham prendido apenas uma das minhas mãos no tronco, não contavam que eu receberia ajuda.
Meu coração acelerou ao ver o que tinha ali. Um frasco com água, algumas sementes, carne seca e um emplasto de ervas.
Soube ali que devia ser uma das minhas discípulas, só elas trariam aquele tipo de comida que sustentava muito mais que pães. E apenas as mais antigas sabiam fazer remédios.
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A devassa e o santo [COMPLETO]
RomanceUma baronesa libertina Um seminarista por puro Um casamento arranjado A devassidão de Martine d'Aulnoy corromperá a santidade de Benjamin Gaillard? Se vc estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma q não seja o Wattpad, provavelmente...