seis.

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🥀

Um mês. Um mês tinha se passado após a descoberta da traição dupla que sina havia tido. Triste? Não é bem a palavra. Eu diria... decepcionada. Mas bem. Se sentindo como nunca antes: livre, como se pudesse voar. Tecnicamente podia, o vôo pra Paris estava apenas a duas horas de pouso e ela sentia que a viagem seria inesquecível.

[...]                                 9:00 PM

- Sina, você tá em Paris, pra quê dormir?

-Porque amanhã eu tenho o evento que falei e eu tô cansada, Saby.

-Eu também tô cansada mas depois de dois copos de vodca eu já sou outra.- Any diz arrumando seus cachos no espelho. - Adorei esse espelho. Espera, sou eu mesma. Gatíssima.

-É isso aí, garota, sem tempo pra ficar trancada no quarto. -A coreana diz.

-Eu prometo que amanhã eu vou com vocês, mas hoje eu só quero dormir.

- Tudo bem, mas se prepara porque o Bailey vai te encher de reclamações sobre você não ter ido. - Sabina fala. - E olha, pela primeira vez na vida não vai ser eu quem ele vai perturbar.

- Beijo, amores. - Sina faz sinal de beijo que é retribuído e em seguida vê a porta se fechar.

Por mais que tenha prometido para si mesma que deixaria o passado de lado e seguiria em frente, ainda era muito complicado esquecer tudo o que viu.

Rolar de um lado pro outro na cama já era rotina e a única saída era olhar a Lua. Sempre.

Ia em direção ao elevador ao fim do corredor do sexto andar, pensando na ideia de que nunca estaria em Paris, se não fosse o evento de apenas um dia que iria no dia seguinte.

Quando nos curamos de algo que nos machucou, apesar de não haver mais dor, ainda nos resta um sentimento de incompreensão. "Por quê?" é o que mais nos perguntamos e por vezes, não sabemos responder. O que nos incomoda não é o feito em si, e sim, a necessidade, que nunca é saciada, de entender o motivo pelo qual aquele alguém nos pôs nessa situação de angústia. Mas é também a vontade de seguir em frente que nos responde amigavelmente com "releve.", porque você não precisa entender pra fazer sentido, e nem precisa fazer sentido pra ser o certo. Mas com certeza, no final, teremos o entendimento que o necessário nem sempre é o quisto, mas pra ficarmos bem, precisamos fazê-lo.

-Sina? -Uma voz conhecido ecoava do seu lado direito e era possível, em meio ao transe involuntário, ver um rosto com pequenos pingos de água e os cabelos nos olhos.

-An? -Dizia ainda aérea, saindo dos pensamentos profundos.

-Sina, é você!- Foi quando viu quem era o dono dos olhos verdes e cabelos castanhos que estavam encharcados com a água da piscina.

-Eu....Noah?

É incrível como viajamos em nossos pensamentos, mas é preciso ter cuidado para não perder o que se passa bem diante dos nossos olhos.
A vida é cheia de mistério, e talvez um reecontro tenha sido a chave para solucionar os desencontros mentais causados nos últimos dias.

-Como...você...o que você tá fazendo aqui?

-Como assim, o que eu tô fazendo aqui?

- Aqui, no mesmo hotel que eu, na mesma hora, na mesma piscina e...

-E...?

-E tão de repente.

-Sina, eu já estava na piscina antes, você que não me viu.

-Ah.

-Eu queria te pedir desculpa, aquilo naquele dia...

-Tudo bem. Você até que tem uma voz aceitável.

-É isso que dizem...- Um sorriso de canto e uma piscada logo transparecem em seu rosto.

-Mas eu não disse que é bom.

-Você vai aprender a gostar.

-Vou?

-Vai. -Ele chega perto.

-Não teria tanta certeza.

-Eu teria. -Chega mais perto ainda e a distância se torna mínima.

-Eu acho que... acho que você...-A respiração já  estava ofegante.

-Acha que eu...

-Acho que você....digo, eu. Acho que eu tenho que ir.

-Já?

-Tenho um evento de psicologia amanhã. Cedo.

-Tudo bem então,  deixa eu te acompanhar até seu quarto?

-Não precisa, Urrea.

-Vai Sina, não é como se a gente fosse fazer algo de errado no elevador, né?

-Não, claro que não.

-Então me deixa te acompanhar?

-Tudo bem, vem.

𝐋𝐞𝐭 𝐦𝐞 𝐛𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐞 » 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora