𝐋𝐞𝐭 𝐦𝐞 𝐛𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐞 » 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭

quarenta e dois.

Surpresa. Alguns gostam, outros nem tanto, mas todos temos a mesma reação no final. Existem as boas surpresas, que vêm sempre acompanhadas de boas emoções e sensações, as vezes trazem algo novo ou, em grande maioria, algo que tem a capacidade de te fazer sorrir. Surpresas ruins também existem e são dos mais variados jeitos, formas, tipos, situações... elas existem, e não, não são nada fáceis de lidar. A pior parte de superar algo inesperado é justamente isso: não estar esperando. Se não sabemos com o que estamos lidando, não temos noção de pelo que aguardar, tudo acontece involuntariamente e, de certo, ficamos com essa impotência dentro de nós.
A vida é uma caixinha de surpresas e um dos nossos maiores erros é achar que estamos preparados para ela. E o amor... ah, o amor requer coragem, e aqueles que sofrem por ele, são os mais corajosos que existem. Porque eles se permitem sentir, mesmo sabendo das consequências, das perdas, das dores. Eles se permitem sentir mesmo quando sabem - ou têm uma vaga ideia - que podem se machucar. Ninguém sai ileso do amor. Se você não sair amando, você sai machucado, não tem como controlar, mas você aprende. Aprende a encarar as coisas, a ter força. E força anda lado a lado com coragem, porque não existe surpresa alguma que sobreviva sem um toque de emoção.

Sina encontrava-se estagnada. O peito doía ao ouvir o nome dele, lembrava do jeito, do toque, do cheiro... lembrava de que ainda o amava. E lembrava porque a garota loira na sua frente, com a face alegre e superior, fazia questão disso, mesmo que tivesse apenas mencionado um nome, apenas um nome. Um vento frio entrava pela brecha na janela; Any estava certa, um tempo frio insistia em vir, mesmo no verão, mesmo no verão da Califórnia.

— Do que você está falando? — pergunta, finalmente, depois de uma dose de coragem. — O que tem o Noah, Maggie?

— Ah, Sina. Vamos ver, ele é incrível, gentil, tem uma voz maravilhosa que ajuda muito quando ele fala no seu ouvido e é um gostoso. — gargalha. — É ótimo na cama também, quer que eu faça um café pra gente discutir como ele é bom?

— Não. — fecha os olhos por um tempo curto. — Já entendi do que você está falando, já entendi o que você quer com isso e já entendi quem é você, Maggie. — sorri da mesma forma que a loira minutos atrás. — Ou seria... Sarah?

— Gosto mais de Maggie, mas fica a vontade para decidir. — cruza os braços.

— Como você consegue ser tão dissimulada a ponto de fingir ser outra pessoa pra ficar com meu ex namorado? — molha os lábios. — como consegue ir tão baixo?

— Você descobriu bem tarde, parece que contigo só funciona se eu der um empurrãozinho. — faz cara de pena. — Por favor, Sina. Fiquei mesmo com ele e a propósito, ainda estou.

— E você acha que eu vou chorar por isso? — pergunta olhando nos olhos dela. — Acha que vou me derramar pra você por um monte de sexo sem significado?

— Sem significado pra ele ou pra você, você quis dizer? — esboça um sorriso. — Acho Sininha, acho sim. Você sempre foi fraca, muito emocionadinha e sentimental, esse relacionamento não duraria nem dois meses.

— E é aí que você se engana, Mag. — esboça o mesmo sorriso. — A Sina que você conheceu nunca choraria por um motivo tão fútil quanto esse. — pausa. — E a Sina de agora, a Sina de agora te diria que se tem uma coisa que eu tenho e você nunca, nem em mil anos, nem com mil armações teria, com certeza é o meu autocontrole. Isso não me machuca, e não me machuca porque se acha que discutir com você por um cara e descobrir que o enganou só porque transavam quando ele estava mal e está usando isso para me ferir achando que teve êxito, está muito errada. só vai me fazer ver o ser humano horrível que você se tornou e o quanto eu sou feliz por estar longe de você.

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Heyoon andava de um lado ao outro no quarto de Noah, os outros ali entreolhavam-se enquanto viam Noah aflito encarando a janela de vidro com um tempo nada convidativo lá fora. Bailey abraçava Joalin e Sabina ao mesmo tempo, que dizia ter caído um cisco nos olhos escondendo uma lágrima ou outra que descia quando olhava o amigo naquela situação. Não era fácil; Noah cercava aquela janela, silenciosamente, encontrava ali uma forma de não ter que virar e encontrar os amigos nervosos, de não ter que enfrentar o que viria a seguir: uma conversa a qual ele sabia que seria em vão, porque ele não abriria mão da decisão que tinha tomado, por mais que doesse ou fosse complicada, por mais que parecesse irracional.

— Você está louco, não é? — Shivani olha para ele, mesmo ainda virado para a janela.

— Tá brincando com a gente? — Any pergunta ainda processando as malas próximas à porta do quarto. — Fala que é brincadeira Noah, diz que isso é só um delírio coletivo e que nós não estamos vendo aquelas malas ali no canto. — passa as mãos no rosto e Krystian a segura. — Fala.

— Isso é real, gente. — vira-se para os amigos, finalmente. — Muito real.

— Você enlouqueceu? — Heyoon cruza os braços. — Vai se intimidar pela ameaça ridícula da Olivia? Vai mesmo com ela para Londres? — pergunta e ele confirma uma vez com a cabeça. — Você não vai nessa viagem com essa mulher doida nem que eu dê o meu c...

— Vamos ter calma. — Lamar abraça a namorada. — E você deixa seu fru de fora dessa história.

— Noah — Sabina diz com uma voz baixa. — Se sair daqui com a Olivia, eu arranco o cabelo hidratado dela fio por fio e enfio todo no seu buraco. — recebe um olhar de confirmação de Krystian. — Ela não tem o menor direito de impor algo sobre a sua vida, ela não manda em você.

— Mas manda em muita gente. — o americano diz. — E eu não tô afim de ver essas pessoas atrapalhando a vida de vocês e nem da Sina.

— O que quer dizer? — Bailey pergunta.

— Que eu não iria se isso fosse sobre mim. — suspira. — Eu não tenho medo da Olivia, quero que ela se exploda. Eu não queria ir de jeito nenhum, mas isso se trata da Sina, gente. Eu conheço muito bem a Olivia pra saber que ela faria a vida dela um inferno e eu não posso permitir isso.

— E nós não podemos permitir que estrague sua vida por uma mulher louca que precisa se tratar. — Lamar diz. — E de um pouco de amor por si mesma também.

— O que você tem? — Noah olha para Josh meio inquieto. — Josh, o que você tem? — chama a atenção do amigo.

— Tô preocupado com a Sin. — tira o celular do ouvido. — Tô ligando pra ela faz tempo e não atendeu nenhuma ligação que eu fiz o dia inteiro.

— Vai ver está ocupada. — Bailey sugere. — estudando, talvez.

— A Sin não é de não atender. — disca o número mais uma vez. — tem algo errado. — o canadense insinua e olha para Sabina, Shivani, Heyoon, Any e Joalin que trocam olhares entre si e observa o contato visual das cinco. — Vocês sabem de alguma coisa. O quê?

— A Sina tá com a Maggie. — Joalin solta e as outras quatro olham para ela de relance. — Elas estão fazendo um trabalho juntas.

— Mentira, né? — Lamar arqueia uma sobrancelha. — puta merda.

— Eu vou lá. — Josh diz, simples. — preciso saber se ela está bem.

— Nós estivemos com ela mais cedo, amigo. — Shivani pega no ombro dele. — Não precisa ir.

— Está tudo bem, amor. — Any completa. — Ela disse que ligaria se tivesse qualquer problema.

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sina rainha, maggie nadinha

-R💖