vinte e três.

4.4K 336 401
                                    

2:30 PM
Ibiza, Espanha
🥀


Desamores.
Pensamos sempre nessa palavra como algo que ganhou fim. Assim como tudo na vida, ciclos se fecham, fases se renovam, tempos mudam. As pessoas evoluem, as coisas se transformam e nós, na maioria das vezes, nem percebemos. Somos envolvidos em uma camada de sentimentos, precisamos deles para formar nosso ser, personalidade e perspectiva sobre o mundo e sobre nós mesmos. Contudo, é difícil mensurar a palavra "desamor", é difícil concretizar um único significado e atribuí-lo a um sentido tão vago: Fim.
Finais servem para renovar. Tudo o que é monótono é chato, sem vida; Coisas monótonas não são vividas cem por cento com o coração, não são apreciadas com a alma. Não são focadas no prazer de sentí-las. Desamar algo ou alguém, é muito mais do que parar de sentir. É uma perspectiva nova e distinta, capaz de abrigar recomeços, capaz de fazer-nos entender que o mundo não acaba depois de uma desilusão. O que desabre o ser é ver e ver-se. Aonde falamos nada para tentar explicar tudo. Para desexplicar. Aonde nada e tudo fazem sentido, ao mesmo tempo. Tanto quanto entramos no túnel para achar a luz e tanto quanto o escurecer ascende os vagalumes.

— Babe- chama enquanto acaricia o rosto com o polegar— chegamos.

— Já?

— Tecnicamente fazem doze horas que estamos dentro do avião.- ri de lado.

— Meu cabelo- aponta para o cabelo bagunçado e os dois olham para a janela do avião.— Meu cabelo tá muito ruim?

— Ruim é uma palavra muito forte, eu diria peculiar.

— Palhaço.- Ri.

— Eu adoro seu sorriso, já falei?- diz e encosta a cabeça na dela.

— eu adoro o seu também.- tira a cabeça do ombro dele e vira o rosto.

Os dois trocam olhares profundos. Olhares de avaliação. Era fácil perder-se em olhos verdes como aqueles, era fácil achar-se também.

— acho melhor... bom, vamos nos organizar, né? tudo bem, vai demorar um pouco pra sairmos, mas tem as malas, é bom vermos onde está todo mundo, você sabe se a Jo já pediu pro carro vir nos buscar? ou vamos chamar alguém? eu acho que...

O sinal do nervosismo após os olhares, a faz ser interrompida com um beijo; As duas bocas se encontram. As mãos encontram os corpos também. Ele segura no rosto dela, a cintura acariaciada pela outra mão. As peles arrepiadas, e uma força que os puxa cada vez mais.

— Você fala muito.- Diz e pega o celular, respirando forte.

— O que...

— Sem querer atrapalhar a conversa, se é que pode ser chamado assim devido as condições da Sina e a boca vermelha do Noah- Heyoon e Sabina falam aparecendo ao lado deles.— Vamos?

— Pra deixar claro, só estávamos conversando.

— Eu adoro conversar assim, Sina. De verdade.- Sabina fala e bate na cabeça de Noah.— Volta pra Terra.

Eles tinham chegado na casa de Joalin, Josh, Lamar e Noah. Era grande, com dois andares.
Os detalhes eram claros, uma estrutura moderna evidenciada pela lareira que ia até o teto do segundo andar, revestida com verniz preto. A piscina de borda infinita no térreo, rodeada por luzes que, com certeza, daria uma ótima visão noturna, e o mar, visto pelas janelas grandes de vidraças modernas, era azul e calmo, resplandecendo paz.

— Gente?- Joalin desce as escadas.

— Achei que tinha morrido- Bailey fala e Joalin dá um tapa na cabeça dele.

𝐋𝐞𝐭 𝐦𝐞 𝐛𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐧𝐞 » 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora