ARTHUR CURRY
Durante o caminho até o Laboratório, tentei procurar respostas do por que eu estava fazendo aquilo. Coisas como "Pelo meu pai e pelo farol" "Eu só tenho a ganhar com isso" e até mesmo "em prol da ciência" passaram por minha mente. E eu até mesmo me convenci de que eram esses os motivos. Então por que a imagem de seus olhos insistiam em aparecer em minha mente? Por que eram as suas íris verdes e seu olhar penetrante que aparecia em meus pensamentos?
Fazia uma semana desde que o ABML havia me mandado o e-mail, e como se fosse um presságio do que estaria para acontecer, algo em mim não me deixou ir até lá por todos esses dias, até hoje.
Quando cheguei, a recepcionista me encarou surpresa, ficando sem jeito no mesmo instante , o que eu estranhei, já que pensei que todos teriam sido informados. Mas acabei não me importando e indo até ela, apoiei meus cotovelos no balcão, e arranhei a garganta passando a mão rapidamente em meu buço, a mantendo perto do meu rosto, enquanto mantinha a outra batucando na mesa. Percebi ela se encolher sobre a cadeira mantendo o seu olhar sob o computador antes de começar a falar.
– Sr.Curry...fico feliz que tenha vindo...depois de uma semana, pensamos que havia..- Ela subiu, hesitante, o olhar até mim, e pareceu se dar conta do que estava falando, parando no mesmo instante- Bem, não importa mais. O Dr.Bradley nos comunicou sobre sua ajuda e desde já, o Laboratório agradece por ela.
Ela passou a falar como se tivesse as palavras decoradas em sua mente, explicou algumas cláusulas e eu mantive meu olhar sobre ela, mesmo que não estivesse prestando atenção no que dizia. Ouvi um carro estacionar do lado de fora, e alguns passos apressados, meus olhos foram involutariamente direcionados à porta, e se fixaram na figura que agora adentrava o local.
Pelos deuses. Eu sabia que ela não ia com minha cara, era notório para qualquer um, mas eu não podia negar algo nela me atraia, eu não sabia o que exatamente, se era seu cabelo que parecia estar sempre em um vermelho vivo, que não era necessário tocar para saber o quão era sedoso, o seus olhos verdes furiosos, ou o seu rosto que parecia ter sido simetricamente desenhado. Um sorriso, que certamente parecia irônico, se formou em meus lábios e eu a vi revirar os olhos no mesmo instante.
– Dr. Sullivan, que bom que chegou, poderia apresentar o laboratório para o Sr.Curry?- A recepcionista perguntou educadamente. Mera desviou o olhar para ela e logo voltou para mim. Eu mantive uma sobrancelha erguida, em uma expressão sugestiva e desafiadora.
– Claro-Ela respondeu formalmente.
Forçando um sorriso, veio em minha direção e parando ao meu lado, como se esperasse que eu fizesse algo, e quando me mantive no mesmo local ela me olhou por cima dos ombros e fez um sinal com a cabeça para que eu a seguisse. Dei de ombros e a segui pelo corredor. Ela dizia o que era cada sala, em um tom desdenhoso, e eu apenas a olhei, observei como suas mechas ruivas que se moviam juntamente com seus passos, como ondas vermelhas...
– E aqui é minha sala- Falou abrindo a porta da mesma, e pegando um jaleco que ficava pendurado bem ao lado, o vestindo e abrindo passagem para que eu entrasse.
– Nada mal, doutora- Falei, a vendo suspirar e caminhar até um enorme balcão com aparelhos que eu não fazia ideia da utilidade. Eu apenas a segui ficando ao seu lado, encarando o que parecia ser um freezer com algumas coisas estranhas dentro, enquanto ela procurava algo pela sala.
Passou um tempo, e o silêncio parecia ter se instalado no local, inquieto, me virei na sua direção, apoiando um braço no balcão e a olhando. Ela desviou o olhar para mim umas duas vezes, sem entender o que eu fazia, e eu continuava a observando enquanto ela parecia olhar alguma coisa pelo microscópio.
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Submerged Love
Romance- Romance - +18 - inspirado nas hq's do Aquaman Em uma pequena cidade dos Estados Unidos, vive Mera, uma renomada biologa marinha, mas que por trás de seu jaleco esconde sua anormalidade de origens desconhecidas. Além de carregar a mente...