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Ciúmes? Sentimento na maioria das vezes não fundamentado, que chega sem pedir permissão, se apossa da pessoa e quase sempre leva a ela fazer as maiores merdas.

Estava em casa, cansado depois de uma manhã toda de treinos cansativos, já que na maioria das vezes eu participo dos mesmos. Recebi uma mensagem do Allan no meu celular:

– To saindo da escola agora e morrendo de fome. Não tem ngm em casa, posso ir pra ai?

Sorri ao ler aquilo e falei:

– Ta, esfomeado. Vem, to te esperando.

Me obriguei a levantar e fui pra cozinha fazer alguma coisa pra gente comer. Não tenho tantas habilidades culinárias, mas como moro “sozinho” já faz tempo, acabei aprendendo a me virar. Resolvi fazer um espaguete com um molho especial que eu mesmo inventei, mas que fica muito bom. Piquei os ingredientes e fui adicionando a panela, mexendo enquanto eu beliscava alguma coisa. Pus a massa na agua fervente e o interfone tocou.

Abri a porta e voltei para mexer o molho para que não queimasse, quando ouvi a porta batendo. Me virei e me surpreendi com ele pulando no meu colo, envolvendo as pernas na minha cintura e me beijando com fome. Quase me desiquilibrei e por pouco não fomos os dois para o chão. Retribui o beijo, enroscando a minha língua com a dele e a sugando com vontade.

Coloquei ele sentado no balcão e o continuei beijando, até que me dei conta das panelas.

– Vai queimaaar, seu pestinha.

Eu disse, conseguindo me desvencilhar dele.

– Eu não me controlo, rs.

Ele respondeu, passando os dedos nos lábios vermelhos por causa do beijo.

Olhei pra trás e sorri. Aproveitei e perguntei:

– Como foi a aula?

– Chata.

Ele limitou a responder, jogando a mochila longe.

– Tem que estudar Allan, sua única obrigação né?

Eu disse mexendo a panela.

– Oi, Pai. Não sabia que você estava aqui.

Ele respondeu ironicamente. Olhei pra ele e fiz uma careta.

– Nossa, esse cheiro ta muito bom. Eu to faminto.

– Já fica pronto.

– Ta calor hoje.

Ele disse tirando a camisa e jogando no chão. Olhei pra ele com reprovação, afinal ele sempre deixava tudo uma zona, mas nem falei nada.

Escorri o macarrão para que ele não passasse do ponto e continuei a mexer o molho.

– Você sempre cozinha de cueca?

Ele perguntou, mordendo os lábios.

– Eu to em casa ué…e não estava esperando ninguém. Alguma coisa que você não tenha visto?

Eu perguntei sorrindo.

– Enquanto só eu ver, não tem problema. Até porque… é sexy um homem desse tamanho, tatuado, cozinhando assim…

Ele respondeu safado.

– Ta quase pronto.

Eu falei querendo desviar um pouco do assunto, com vergonha.

– Deixa eu provar?

Ele pediu. Peguei uma colher e levei até ele, alertando para ele soprar para não se queimar.

Diary Of a Hetero( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora