Eu olhei para ele, sem conseguir fechar a boca de pavor.
– Eu não acredito que você quer que eu pule a janela!
– Não tem outro jeito amor.
Ele disse, enquanto ouvíamos a mãe dele bater insistentemente na porta.
– Mas eu to pelado, porra!
Eu quase gritei, me contendo para ela não ouvisse.
– Eu sei, mas não tem outro jeito. Vai!
Ele disse, já me empurrando.
Eu olhei para a janela, que era pequena para o meu tamanho e fechei os olhos. Ele se posicionou atrás de mim, fazendo pezinho e eu peguei um impulso, alcançando o parapeito. Passei primeiro uma perna, de forma desajeitada e depois a outra, com um medo enorme de entalar ali. Mais uma vez olhei para ele, que tentava me incentivar com o olhar. Então eu pulei.
As laterais das minhas coxas e costelas rasparam dolorosamente na madeira, mas consegui cair de pé do lado de fora. Me encostei na parede e fiquei parado, respirando com dificuldade devido a tensão. Não demorou muito, alguém entrou pelo portão, fazendo eu me encolher de susto, mas vi que se tratava do Guto.
Ele me olhou e arregalou os olhos, e mesmo com a pouca luz, pode me reconhecer. Ele se aproximou e eu tampei meu membro com as mãos, fazendo uma cara de pânico.
– Meu Deus, o que você ta fazendo nu aqui?
Ele perguntou.
– Fala baixo. Os pais do Allan chegaram antes. Por favor, entra e pega as minhas roupas.
Eu implorei.
Ele assentiu com a cabeça.
Fiquei ali mais alguns minutos, que pra mim pareceram mais uma eternidade. Até que o Allan surgiu.
– Toma suas roupas e se veste. O Guto ta distraindo meus pais. Graças a Deus, eles nem repararam nada.
Ele disse.
Eu me vesti correndo, com a adrenalina a mil. Em poucos segundos eu já estava vestido.
Olhei para ele, ainda ofegante e ele me deu um beijo, sugando minha língua.
Fomos até o portão e ele me deu mais um beijo rápido.
– Vai, antes que eles vejam. Eu te amo, viu?
Ele disse, sorrindo.
– Eu não acredito que isso aconteceu. Vou nessa. Eu também te amo.
Eu disse, saindo em direção ao meu carro.
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Diary Of a Hetero( Romance Gay )
Romantizm"Diários de um hétero" é um mix de relatos e vivências, sem uma ordem cronológica especifica, como se fosse um diário. Quem leu "Que porra é essa?! Eu não sou viado, mas...", tem aqui uma continuação mais dinâmica, Autor: Biel Sabatini