Capítulo 8

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        - Amor, se não temos o perigo de perder o vôo. - Era o Daniel, você deve estar se perguntando quem é ele. Depois de tudo que aconteceu, para chegar onde estou hoje, casada, com um filho e vivendo no EUA. As coisas percorreram um longo caminho, no decorrer da história você irá entender...

        O que eu tenho para te dizer é que minha cabeça está para explodir. Hoje estou voltando para o Brasil pela primeira vez depois de 07 anos. Um bom tempo não é? 

        - Vamos amor. - Sai do quarto, quando ia fechando a porta. Esbarro em Daniel, sorrio e logo dou um selinho. Ele me encosta na parede, iniciando um beijo lento que me faz estremecer, passando a mão pelos meus braços e dando e leve aperto.

        - Vai sair tudo bem, vamos ver o vôzinho e levar ele para dá uns passeios conosco. São só 6 horas de viagem amor, o jato já está pronto. 

        Daniel se apressou em pegar as nossas malas e ir descendo a escada quando um dos empregados tomou as malas de suas mãos e encaminhou para o carro. Olhei para a nossa enorme casa. Dando um até logo, pois sabia que aqui era meu lar, para onde eu sempre iria voltar. 

        Ia ser uma viagem a passeio e para Daniel resolver alguns assuntos pendentes da sua empresa com os advogados no Brasil, quando ele falou que queria que eu fosse com ele. Ele tinha noção do quanto era difícil. Diferente do Matheus, Daniel sempre foi transparente comigo. E eu com ele, ele estava ciente do que acontecera comigo, da minha realidade de vida. E o que me impressionou foi que ele me aceitou do jeito que eu sou. Desde o dia que ele me achou trabalhando em um Mac Donald's na hora livre que tinha do intercâmbio não me largou mais.

        O que seria apenas um intercâmbio de seis meses, se tornarão sete anos. Onde aprendi o que realmente era fidelidade, felicidade, alegria e paz. Ele era meu remédio, a cura para todo sofrimento que eu havia passado. E eu sabia que o meu lugar, era ao seu lado.

        Engraçado como eu precisava repetir isso tantas vezes como se fosse uma auto afirmação e um lembrete de quem devo ficar. É incrível como o nosso coração gosta de sofrer não é?

        08 anos atrás

        - Você, Camilla. - Podia lembrar do seu olhar como se fosse hoje. Triunfante, com um meio sorriso em seu rosto. E novamente me colocando em meu lugar. E ela estava certa, todas as nossas ações tem consequências.

        Caso você não tenha se tocado disso ainda, por favor, pelo seu bem: pense duas vezes antes de tomar certas atitudes.

        Fechei os olhos, respirei fundo. Só podia ouvir a frase.

        Ele tinha escolhido ela. Era tão óbvio. Mulheres, sonhadoras, experts achar que vai nascer amor onde apenas existe canalhice. 

        - Chegamos amor. - Ele beijou minha mão, ajeitou meu cabelo, colocando uma leve mecha atrás da orelha. Fechei os olhos, sentindo o seu carinho.  Beijei a sua mão, olhei no fundo dos seus olhos. Acolhida, protegida, era assim que eu me sentia desde que Matheus havia me acolhido como sua jóia mais preciosa.

        Descemos do jatinho e fomos direto ao hotel no Copacabana.

        Com o tempo havia me acostumado com a riqueza de Daniel. Ele estava acostumado com isso, mas tudo para mim era gritante no começo. As festas, as vezes era o mais difícil de se enfrentar, no ínicio tinha me sentido um pouco deslocada, até que conheci duas socialites, Sue e Daya. Sue, era uma alma doce, mas sabia dizer as verdades, quando a vi pela primeira vez em uma festa na piscina, me identifiquei. Estava sentada sozinha em uma mesa, com um maiô preto e um longo decote que descia entre os seus seios, chegando até a barriga, uma postura impecável, com um martíni na mão, óculos escuros e bebericava seu drinque bem devagar.

        Perguntei se podia sentar, e ela sorriu para mim.

        - Está vago não está? Senta logo, e me faz uma companhia. A Dayana parece que perdeu a noção das horas, e não tenho saco para aturar as outras. Pelo menos você fala português igual a mim, não tenho que me esforçar para pensar se estou falando algo errado. Então.. Me conte de onde veio. E como conseguiu pegar o tão cobiçado Daniel.

        Foi quase instântaneo, passamos uma tarde toda. Ao decorrer dela, Daya havia chegado e logo tudo tinha se tornado divertido. Nosso laço de amizade havia sido firmado. E nos torvamos inseparáveis.

        Logo tratei de pegar meu IPhone e mandar uma mensagem pelo whatsapp no nosso grupo.

.         Cheguei, viva. E com frio na barriga! Logo mais mando notícias. Queria que estivessem aqui meninas!

        Guardei o celular na bolsa, quando senti o carro parando aos poucos. Olhei para o Copacabana, sorri. O Rio continuava lindo. Desci do carro, com a ajuda de Daniel. Quando olho para entrada. E o vejo, passando em um terno, sério e falando ao telefone.

        Deus.

        Espero que tenham gostado meninas!

        Lembrem-se estrelinha e comentários!

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