CAPÍTULO VINTE E TRÊS - DRIKA

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Ao som da música Por Você - Frejat


Meu coração queria sair pela boca. Minhas pernas estavam trêmulas e borboletas pareciam voar dentro do meu estômago. Era um turbilhão de sensações, de sentimentos. Eu não sabia descrevê-los bem, mas uma coisa eu tinha certeza: era bom me sentir assim.

O Rafael estava me esperando sentado na moto, enquanto eu estava em pé conversando com a Jaque pelo Whatsapp.

"Amiga, desculpa mesmo não voltar com você." - Eu escrevi.

"Toma vergonha nessa sua cara. Eu sei que desde o começo vc queria que isso acontecesse. kkkkkkkk". - Jaque rebateu.

"Sua ridícula! kkkkk".

"Depois me conta tudoooo". - Jaque pediu.

"Pensarei no seu caso." - Respondi.

Guardei o celular no bolso e fui em direção ao Rafael.

- Desculpa a demora, Rafael.

- Tranquilo, Drika. - Ele me entregou o capacete.

- Tem certeza de que hoje é o melhor dia para darmos essa volta? Estou toda suada por causa dos exercícios.

- Nunca deixe para amanhã o que pode ser feito hoje, já dizia o velho ditado. - Sorrimos.

Resolvi não dificultar as coisas. Coloquei o capacete. E com muita dificuldade subi na garupa da moto.

- Segure bem firme a minha cintura. - Rafael ordenou e eu obedeci. - Pronta?

- Sim.

Ele deu partida na moto. No começo me senti desconfortável. Mil coisas passaram por minha cabeça. Eu estava suada. Estava sentada de uma forma empinada e tinha ciência de que não possuía um corpão tipo da Sabrina Sato para ficar me 'amostrando' daquele jeito. O capacete me sufocava um pouco. Visto que eu era atrapalhada, tinha medo de cair e me esborrachar no chão. Isso seria tão trágico.

- Apenas relaxe! - Rafael gritou, sorridente.

- Hã? - Eu falei isso, embora tenha entendido o que ele havia dito. A voz do Rafael tinha saído abafada por causa do capacete e do vento.

- Eu disse pra você relaxar. Não se preocupe. Curta o momento - Ele explicou.

Eu me arrepiei, pois o Rafael parecia ler os meus pensamentos. Como ele sabia que eu estava tensa? Me ajeitei na garupa e agarrei a cintura dele com mais força. Eu sentia um calor emanar do seu corpo. E naquele instante, meu coração acelerou de uma forma diferente. A noite estava bonita. A lua estava cheia e era possível observar as estrelas. O Rafael pilotava a moto com habilidade. Passava entre os carros de uma forma segura e quando menos esperei, chegamos em frente a minha casa. Ele parou a moto. Me ajudou a descer. Não é nenhuma novidade de que eu quase caí em cima dele. Definitivamente eu era muito atrapalhada.

- Eu não consigo tirar. - Que ódio! A cinta do capacete parecia estar emperrada no engate. Fiquei morrendo de vergonha, não bastava quase cair em cima dele, agora estava com o capacete preso na cabeça.

- Vou te ajudar a tirar. Esse engate é complicado mesmo.

Ele se aproximou. Ficou de frente para mim e começou a apertar em algum lugar do engate. Sua mão roçava de leve no meu queixo e o seu perfume invadiu minhas narinas. Fiquei tão embriagada por seu cheiro cítrico amadeirado que minhas pernas ficaram bambas. Quando ele retirou o capacete, ficamos nos olhando por alguns segundos. Estávamos tão próximos que eu sentia a sua respiração quente acariciar minha boca. Fechei os olhos imaginando como seria a sensação dos seus lábios tocando os meus. Naturalmente os nossos rostos começaram a se aproximar, atraídos como íman.

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2020 ⏰

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