Chapter Seven

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24 de Junho de 2016 — Bogotá — Colômbia

Eu não costumo vir para Bogotá, não que eu não goste dessa cidade, mas porque toda minha vida acontece em Medellín e vir para Bogotá parece turismo e na verdade é.

Eu estou vindo para Bogotá com Hans, hoje tem uma festa na empresa do pai de Hans e eu sou a acompanhante de Hans, obviamente. Mas eu estou feliz por isso. Não porque eu irei nessa festa de empresários que estão comemorando ganhar mais dinheiro, eu estou feliz porque Hans decidiu ir encontrar com o pai. Eles não tem uma boa relação, nunca tiveram e eu me lembro muito bem no colegial de Hans sempre falar mal do pai, Hans culpa o pai, pois a mãe de Hans os abandonou. Contudo, ele aceitou ir nessa festa e talvez seja bom.

— Koh? -Hans me chama entrando no quarto. Eu tinha acabado de colocar o vestido. Sorrio para ele.

— Oi? -Falo e pego meu batom.

— Você vai assim? -Hans pergunta e eu me olho pelo espelho a minha frente.

— Sim. -Murmuro e mordo meus lábios. Hans me olha sério. Será que está ruim?

— Não está legal. Não para festa do papai, você está parecendo uma vadia. -Hans fala e me olho no espelho. Estou?

O vestido é branco e justo, ele vai até a altura do joelho e é tomara que caia, mas as mangas surgem do ombro para baixo. Mas se Hans diz que e parece um vestido de vadia. Acho que não.

— Eu gostei tanto desse vestido.

— Pois é, mas não está legal em você. Você é linda mas esse vestido te faz parecer uma vadia. Horrível Koh, tira ele. -Hans fala e segura meu ombro dando um beijo longo em minha bochecha. Eu suspiro e concordo.

— Certo, vou trocar. -Falo desanimada. Eu realmente tinha amado esse vestido. E foi minha mãe que me deu. Bem, ela sempre acha que tudo fica bem em mim, talvez esteja errada sobre isso.

{...}

O evento da empresa do pai de Hans, na verdade não é uma festa simples para comemorar lucros ou o aniversário da empresa. Mas sim, uma festa anual que leiloa peças de ouro e alguns artefatos de nativos, que também eram banhados a ouro. Artefatos que para mim se parecem os do Museu de Ouro. Então eu me pergunto o quão rico o pai de Hans deve ser, afinal ele é o vice presidente da empresa.A empresa Perla, Plata e Aurum. Eles mexem com mineração mas principalmente a prata, ferro e ouro. Tenho a impressão que a "perla" que significa pérola, é apenas para dá um charme na empresa. Pois pelo o andei lendo a venda de pérolas não chega a quatro porcento. De qualquer forma nada disso anula que Nicólas López seja um dos quarenta homens mais ricos da Colômbia e que coincidentemente eu estou namorando o filho dele.

Meus pai é arquiteto de várias empresas grandes e principalmente dessa, foi assim que conheci Hans, quando Nicólas trouxe o filho dele para minha casa, quando ainda éramos crianças, porque a babá passou mal e a mãe de Hans já tinha ido embora da vida deles. Anos mais tarde, acabamos estudando na mesma escola e namorando meses antes de nos formar. Isso já faz dois anos e estamos juntos. Mas Hans nunca havia pedido para eu mudar de roupa antes, às vezes ele falava que meu batom estava exagerado, mas é porque Hans se preocupa com a imagem, ele vem de uma família mais rica do que a minha. E foi por isso que ele pediu para eu trocar meu vestido, porque eu não entendo muito sobre como pessoas milionárias se vestem. Como pessoas milionárias agem em eventos como esse, mas Hans sabe.

Mas isso não importa, porque acabamos de chegar e cumprimentamos o pai de Hans, senhor Nicólas é um homem, muito educado e sorri largamente para todos, principalmente para seu filho, mas Hans se esforça para fazer o mesmo, espero que um dia Hans entenda o lado de seu pai, seja lá o que tenha acontecido entre eles. Porque rancor é uma doença, como um tumor, cresce e envenena tudo, nos deixa amargos e isso não é certo.

Hans havia ido ao banheiro e eu fui para o bar, pedir uma bebida para mim, um coquetel com vodca com morango e groselha. Espero que seja bom.

— Olá. -Um homem fala ao meu lado. Ele é branco e alto. Os cabelos são pretos como a noite e os olhos azuis como o dia. Os lábios finos e rosados estão um pouco úmidos e ele sorri para mim.

— Olá. -Murmuro e seguro minha mão.

— Meu nome é Fábio. -Fala e estende a mão para mim.

— O meu nome é...

— Khola! -Hans fala alto e fica ao meu lado. Ele segura minha cintura e sorri para Fábio. — Oi Fábio, que bom te reencontrar. -Fala e cumprimenta Fábio que sorri um pouco para Hans, não é o mesmo sorriso aberto que deu para mim. É um sorriso geral e educado.

— Digo o mesmo Hans, pensei que não iria vir.

— Ah, eu não queria. Mas Koh insistiu e ainda veio com esse vestido exagerado. -Fala divertido e Fábio ri um pouco e me olha. Hans ri e eu respiro fundo e dou meu melhor sorriso para Fábio.

Vestido exagerado? Talvez seja, mas pensei que estivesse bom.

— Como você está? -Fábio pergunta e as mãos de Hans descem para minha bunda me fazendo tremer, mas não de um jeito bom. Ele nunca faz isso em público.

— E ainda pergunta? -Sorri e me olha. Fábio ri novamente. Eu sorrio pequeno, um sorriso educado.

— Eu vou até o banheiro. -Sussurro para Hans que me olha e concorda. Eu me viro e quero chorar.

— Logo te acompanho. -Hans fala brincando e eu me viro sorrindo um pouco para ele. E sigo até o banheiro, apenas para molhar meu rosto, preciso disso.

Hans está com ciúmes? Ele não precisa, eu o amo. E talvez, esse não tenha sido meu melhor vestido.

Eu deveria ter colocado outro. Com certeza deveria ter colocado outro vestido para esse noite.

Assim que saio do banheiro vejo Hans escorado em uma das pilastras daquele lugar enorme com dois copos na mão. Sorrio um pouco e vou até ele.

— Desculpa por aquilo. Fábio é horrível. -Hans fala e concordo.

— Tudo bem. -Murmuro e Hans beija minha testa.

— Tinha pedido vodca? -Pergunta.

— Sim. -Falo.

— Você fica com dor de cabeça no outro dia, não beba tanto, certo? -Avisa e eu concordo.

— Não vou.

Continua... 

Stronger || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora