Chapter Thirty Two

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28 de Outubro de 2018 — Londres — Inglaterra

Harry

É um domingo cheio de preguiça, como os domingos costumam ser, entretanto, tem um corpo deitado em meu sofá, que deixa esse domingo menos tedioso.

Apesar da preguiça e tédio serem usadas algumas vezes como sinônimo, desta vez é diferente. A preguiça vem pelo frio, pelo dia calmo até demais, pelo sono, apesar de quer ficar acordado e deitado no sofá com ela, ficar ao lado dela, sentindo o seu calor, tocando sua pele. Eu realmente quero ficar assim pelo resto do dia mesmo ela me dizendo que tem que ir para casa ao anoitecer. Poderia convencê-la a ficar.

O tédio, entretanto, é quando se tem o desejo de fazer algo mas nada é feito, tudo fica parado, estático. Uma inércia sem o real desejo de estar inerte. Um tempo subjetivo que trás a sensação de estar passando mais devagar do que realmente está. Não estou tendo essa sensação, eu na verdade, estou adorando ter a sensação do tempo está passando devagar, porque assim o anoitecer vai demorar a acontecer e ela vai estar de uma forma subjetiva perto de mim por mais tempo.

Paro de frente de Khola, ela estava vendo Killing Eve, nós iriamos sair, contudo, começou a chover muito lá fora e acabamos ficando aqui dentro. A mulher dos olhos castanhos escuros como uma tempestade noturna me olha brava.

— Sai da frente Harry. -Ela diz brava, eu sorrio divertido, a mulher joga uma almofada em mim e eu solto uma risada. Sento-me no sofá, Khola deixa suas pernas em meu colo e sorri pequeno. — Obrigada. -Murmura e eu passo meu dedo pela perna dela. A mulher sorri e eu vou subindo meu dedo. — Harry, eu estou assistindo a série.

— Eu estou te atrapalhando Koh? -Pergunto baixinho, eu continuo a passar meu dedo pela perna dela, a garota sorri mais um pouco. — Esse sorriso me diz o contrário sabia? -Falo, inclino-me e beijo seu pescoço. Vejo o corpo dela arrepiar. Merda, eu estou completamente afim dessa garota. Totalmente na dela e ela fica sorrindo para mim como se soubesse disso, como se soubesse exatamente o que fazer comigo e sinceramente eu até gosto disso.

— Você foi no psicólogo sexta? -Khola pergunta, ela se move no sofá e deixa de deitar de bruços mas continua deitada. A sua cabeça fica no braço do sofá e ela fica me olhando.

— Sim.

— E aí? -Ela pergunta e realmente parecia interessada sobre isso. Sexta feira nós iriamos sair, mas não deu porque eu tinha psicólogo e ela tinha aula e depois iria jantar com o tio dela e os amigos dele. Algo sobre onde ele trabalha e a família era importante por isso ela foi, por isso estamos aqui neste domingo, poderia ser no sábado, mas Beca comeu chocolate acidentalmente e ficou a noite no veterinário deixando Khola preocupada.

— Foi legal. -Falo simples, a garota continua me olhando, ela quer que eu fale mais. — Bem, o psicólogo disse que todas as minhas reações são normais, que eu estou lidando bem, ele achou positivo a viagem para o Panamá. Ele só disse para eu ir com calma sobre nós. -Digo, Khola levanta suas sobrancelhas.

— Estamos indo devagar? -Ela questiona e respira fundo. — Também recebi esse conselho.

— É, mas acho que estamos indo devagar, digo, você tem uma escova de dente aqui, mas não tem a chave e nessa semana a gente só se encontrou na terça, no consultório e pelo professor está lá você só acenou para mim e agora estamos nos vendo de novo. Estamos indo devagar.

— Estamos sim. -Ela fala e segura minha mão, eu sorrio para garota dos olhos mais brilhantes que eu já vi. — Estamos no ponto que estávamos no Panamá. -Ela diz baixinho. A mulher fica passando os dedos dela nos meus, eu sorrio. Havia um certo brilho de nostalgia em seus olhos, estava preso neles.

Stronger || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora