Chapter Nineteen

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06 de Outubro de 2018 — Londres — Inglaterra

Minha cabeça começou a pesar. O pai de Hans não é uma pessoa má. Mas ele é o pai dele. Eu não faço a mínima ideia do que ele pode querer comigo, não nessa altura do campeonato. Minha cabeça pesa porque eu quero continuar minha vida, quero seguir com passos para frente e os fantasmas do meu passado continuam a ficar na minha volta, me lembrando como eu que quebrei.

E o pai dele está aqui com os mesmos olhos castanhos. Eles são parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. Eu não queria vê-lo. Aliás, o que ele faz tão longe da Colômbia? Por que não me deixam em paz?

Escuto os latidos de Beca então eu pisco meus olhos várias vezes e olho para ela que pulava em minhas pernas e abanava seu rabo.

— Khola você está bem? -Meu tio me pergunta preocupado e eu o olho, olho rapidamente para Nicólas antes de voltar a olhar para meu tio e respondê-lo. Nicólas, como sempre, está usando um desses ternos caros, além de ser bastante etiquetado pois sua postura sentado no sofá do meu tio enquanto segura o copo com água é impecável. Mas ele é um homem rico.

Eu respiro fundo e mexo minha mão dando atenção para Beca e ela para de latir.

— Khola? -Meu tio me chama de novo e eu respiro fundo de novo. Eu quero ir para meu quarto. Se Nicólas sabe que eu estou aqui, significa que sabe também. Mas ele está preso, ele está preso. Ele não pode me ferir.Hans está preso. — Khola! -Tio Miguel me grita. Eu me assusto e esfrego meu rosto. Sem crises Khola. Sem crises.

— O que você está fazendo aqui? -Pergunto direta olhando para Nicólas.

— Eu vim me desculpar. -Nicólas fala também direto. Ele deixa o copo na mesinha a frente do sofá e se levanta. — Khola, quis te visitar no hospital, mas não pude. Depois você sumiu e com razão.

— Como me achou? Por que você está aqui? -Pergunto e dou um passo para trás, vejo meu tio se levantando. Sem crises, Khola. Respiro fundo.

— Eu conversei com seu tio sobre isso. Foi um erro não tê-la avisado antes mas tive receio de que você negasse. -Nicólas fala calma e eu nego balançando a cabeça.

— Ele sabe que eu estou aqui? -Pergunto em um sussurro.

— Não vejo meu filho desde um dia antes dele ter fugido Khola. -Nicólas fala e eu respiro fundo de novo.

— Ele está preso mesmo? -Pergunto sussurrando. Então eu finalmente consigo olhar para Nicólas López, vejo seus olhos castanhos e vejo lágrimas nele, parecem tristes, decepcionados mas não comigo. Será que é decepcionado pelo filho? Ou com ele mesmo?

— Sim e se depender de mim ficará o tempo que a justiça determinar. Ele precisa aprender. -Nicólas fala duro e rude. — Mas não quero falar sobre ele. Eu quero, conversar com você Khola, por favor. -Ele pede, quase soa como se estivesse implorando. Eu respiro fundo e olho para Beca que estava deitada mordendo seu brinquedo de osso Eu sorrio um pouco e vendo ela e suspiro.

— Podemos conversar. -Falo.

— Vou preparar um chá e dá privacidade a vocês. -Meu tio fala e vem até mim, ele deixa a mão em meu ombro. — Se acontecer algo, qualquer coisa, grite. -Tio Miguel sussurra e eu olho para Nicólas e apesar de achar que não é preciso, eu concordo um pouco com a cabeça.

Meu tio segue até a cozinha e eu vou até o sofá e me sento. O homem se senta no sofá a minha frente. Beca carrega seu osso de brinquedo na boca e se deita perto do meu pé, eu tenho uma ótima companheira.

— É uma ótima companhia. -Ele comenta se referindo a Beca e eu sorrio de lado.

— Ela é. Senhor López nós nos encontramos poucas vezes...

Stronger || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora