Chapter Thirteen

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20 de Setembro de 2018 — Cidade do Panamá

Khola

Eu não havia chorado tanto assim fazia algum tempo, claro que não foi a primeira vez do ano mas foi a primeira vez desde que cheguei no Panamá e eu me sinto horrível ainda, como se tivessem me batido, como se eu tivesse sido jogada de novo para o chão. Soa tão fácil assim para ele me afetar e eu deveria me fortalecer mais para que isso não acontecesse mais, eu deveria ser mais fria em relação a isso. Porque, eu estou no Panamá, um lugar que parece ser tão mágico que jamais me imaginei chorando na forma como chorei, apenas por saber que Hans está mesmo atrás de mim.

Eu jamais me imaginei assustando da forma que assustei, nem quebrar como que me quebrei ou sentir a dor que estou sentindo apenas por me lembrar de uma época não muito boa que vivi. Me sinto como se tudo tivesse se movendo devagar desde que Harry disse que Hans o procurou e de repente tudo desmoronou e eu nem pude correr e ir embora, como eu gostaria.

Eu chorei porque me senti sem saída, porque eu senti como se eu não fosse nada. E que não importa o quanto eu tente me afastar Hans sempre vai me achar, sempre vai arranjar um jeito de me afetar de uma forma ruim. E eu simplesmente não quero mais saber sobre ele ou quero que ele venha até mim, eu simplesmente quero que ele desapareça de vez e me deixe viver, me deixe voltar a vida.

Talvez eu devesse ter me afastado logo de Harry quando soube de onde o conheci, talvez eu devesse ter ido embora dessa ilha assim que Hans me ligou perguntando se eu estava divertindo com um dinheiro que não é dele, mas ele julga ser dele. Eu deveria ter apenas ido. Contudo, eu não afastei Harry e nem fui embora e eu estou nesse momento nos braços dele tentando controlar meu chorando e repetindo a mesma frase: Hans me bateu, de que ele me machucou.

Harry não dizia nada, mas nem acho que tenha algo para ser dito. Ele apenas passa a mão nas minhas costas e me deixa desmoronar nele. E eu não apenas me desmorono, eu me despedaço. Acho que eu finalmente me despedaço sobre Hans, da forma de como ele me machucou de como ele me quebrou, como ele dizia coisas para mim que pareciam ser verdades, como ele me ensinou a ser outra pessoas que eu me odiava. Eu me despedacei nos braços de Harry e chorei até que minha cabeça doeu.

Eu respiro fundo e passo a mão no meu rosto, me afasto um pouco de Harry e ele me solta.

— Desculpa ter gritado com você. -Sussurro e me levanto. Eu quero água.

— Tudo bem Khola. Tudo bem. -Harry fala calmo. Eu sorrio pequeno, sem graça. Nesse momento eu sentia vergonha de ter chorado tanto de ter gritado com ele, mas eu não peço para Harry ir embora de novo. Eu apenas sigo ao frigobar e pego água, abrindo a garrafa e bebendo um gole.

— Eu não vou dizer nada para Hans, se quiser.

— Ele tem uma ordem de restrição. -Fungo e passo a mão na ponta do meu nariz. — Um quilômetro. -Mordo meus lábios.

— Um quilômetro? -Harry pergunta um pouco espantado.

— Ele quase me matou. -Sussurro baixinho e me sento ao lado de Harry. — Eu tive que fazer duas cirurgias. -Completo.

— Khola eu...

— Tudo bem. -Falo. — Eu apenas não o quero ver nunca mais. Ele aproveitou da morte dos meus pais para roubar minha herança. Então eu não roubei nada.

— Filho da puta. -Harry fala e eu bebo mais água.

— Eu vou ter que ligar para o meu tio. Ele é advogado e está me ajudando. -Suspiro. — Hans só disse que queria que você falasse a ele onde eu estou? -Pergunto olhando para Harry.

Stronger || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora