Um relacionamento tóxico que aconteceu na vida de Khola, corroendo sua alma e seu espírito vitalício. A única saída que ela vê para se salvar, é sumir da pequena cidade que ela vivia na Colômbia. Rumo ao Panamá, um país na América Central, um lugar...
⚠️OBSERVAÇÃO: ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER. CASO VOCÊ SEJA SENSÍVEL AO CONTEÚDO RECOMENDO QUE PULE. ⚠️
❝Eu honestamente quero que as coisas fiquem bem.❞
❝Neste cabo de guerra você sempre vai ganhar. Mesmo embora eu esteja certa.❞
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
11 de Julho 2018 — Medellín — Colômbia
É uma terça feira fresca, comum, como sempre foi, algumas das plantas do jardim do prédio estão com flores ou florescendo o que deixa o lugar mais alegre, com mais pássaros cantando, uma vitalidade impressionante e me faz querer viver também, a natureza e o seu papel de nos fazer sentir pertencentes de algum lugar mesmo que a casa na qual pertencemos parece quebrada. E todo esse dia radiante, realmente faz parecer que é um bom dia e na verdade é, porque Hans e eu, vamos comemorar o aniversário do pai dele, um jantar no meu restaurante favorito. Deveria ser no dele ou do pai de Hans, do famoso Senhor Nicolás López mas Hans acabou me dando um soco semana passada e me empurrou pro fogão, eu acabei queimando minhas costas, porque a leiteira que estava quente caiu em cima de mim. Agora a queimadura e o manchado do soco estão cicatrizando e melhorando, mas não foi culpa dele, eu estressei Hans. E ele sentia que devia desculpas para mim, então trouxe chocolates para mim ontem e hoje vamos comemorar o aniversário do pai dele no meu lugar favorito. E eu ainda tenho um pouco de esperança de que o Hans é bom, que ele é aquele rapaz que cuida de mim, ele ainda tá aqui, de alguma forma sei disso, porque ele ainda me toca como se pudesse me levar para o paraíso, ou talvez eu seja doente, uma masoquista com falsas esperanças. Mas, eu não acho, que eu esteja doente mas as pessoas doentes dizem isso. É uma loucura, mas não quero que ele se torne meu torturador, apesar de encarar feridas no meu corpo pelo espelho.
Além disso, a briga semana passada foi ridícula e eu fui idiota de ter deixado Beto vir aqui semana passada, deveria tê-lo ignorado mais. A verdade é que, Beto achou estranho o meu sumiço. Eu parei de respondê-lo desde a primeira vez que Hans me deu um tapa, mas eu estou fazendo isso para proteger Beto e porque Hans pode bater nele e eu não quero mais brigas. Além disso, talvez Hans esteja certo e eu venho parecendo mais diferente perto de Beto e nenhum deles tem culpa. A culpa é minha.
A verdade é que não me conheço mais desde a morte dos meus pais. Acabei me perdendo na dor e Hans quer me trazer de volta, apesar dele exagerar, mas eu acredito que isso seja estresse. Ele está trabalhando muito com o pai dele e eu sei como a relação deles sempre foi difícil, como o pai de Hans nunca facilitou ou mimou ele. E agora, isso, tendo que trabalhar juntos. Eu tenho que ser paciente por Hans, porque ele sempre esteve comigo, sempre cuidou de mim, eu não deveria estressar ele como eu estresso. Ou fazer ele ficar enfurecido por causa de ciúmes idiotas. No final, é melhor me afastar de Beto e das amizades que tive na faculdade e ter Hans ao meu lado, sendo meu parceiro. A única coisa que me restou, do que me perder em pessoas que conheci agora porque eu entrei na faculdade. A faculdade sempre acaba mudando a gente de alguma forma. Meu pai me disse isso, quando eu fiz minha matrícula. Ele chegou para mim animado e falando: Entrar na faculdade pode ser uma mudança boa, quase sempre é. Mas tenha cuidado Khola.
