21 de Março de 2016 – Bogotá — Colômbia
Harry
A cada segundo que passa eu acho com mais certeza que foi uma péssima ideia ter conversado com Juan na festa do Hans aquele dia, porque desde que ele descobriu que sou inglês ele não larga do meu pé. E agora, ele simplesmente jogou três quilos de cocaína dentro do carro que eu peguei emprestado com Hans e disse que eu deveria entregar isso, para meu colega de quarto, Lucca. Mas não que Lucca seja traficante, Juan disse, ele também disse: Lucca apenas tem uma dívida comigo e como você é o gringo e amigo dele, vai ajudar ele nessa não é mesmo?
E o que eu pude fazer? O cara tinha uma arma na cintura, eu não neguei, mas odeio isso, odeio o fato de ter três quilos de cocaína enrolados no meu moletom, odeio o fato de estar dirigindo nessa estrada que nem conheço, num país que nem conheço fazendo uma coisa completamente ilegal. Odeio isso. Eu simplesmente odeio.
Lucca é meu colega de quarto, o apartamento é dele e eu estou pagando aluguel. Isso é devido ao meu projeto na faculdade, o apartamento fica perto da universidade e é a partir Lucca que conheci Hans e Juan, Hans é legal e filho de um homem muito rico aqui na Colômbia mas Juan e Lucca não são boas companhias e eu espero conseguir outro lugar para ficar imediatamente, porque esse tipo de coisa, eu não faço. Eu sou um psicólogo não um traficante.
E agora, eu estou odiando o fato de ver luzes de um carro de polícia metros a frente, fazendo blitz. Então eu começo a pedir, a rezar e a implorar que eles não me peçam para parar, que eles simplesmente me deixem ir. Eu Reduzo mais a velocidade do carro quando passo perto deles e um policial pede para eu parar. Merda, eu começo a suar, merda. Não tem nada de errado, é só você falar com eles. Você é inglês, você é gringo. Isso é ridículo, é claro que eu tenho algo de errado.
— Boa noite senhor. -O policial que pediu para eu parar fala. Respiro fundo.
— Boa noite.
— Sua carteira de identidade e carteira de motorista, por favor. -Fala e eu concordo e entrego meus documentos para o policial. Ele começa a ver eles e eu olho pelo retrovisor vendo meu moletom. Por que isso tinha que acontecer justo comigo?
— Senhor? -O policial me chama e eu o olho confuso. — Seus documentos. -Ele fala e eu pego meus documentos e mais uma vez eu olho para o retrovisor, para ver o moletom, não dá para ver que tem um pacote de cocaína nele. Eles não estão vendo nada.
— Senhor! -O policial me chama mais alto e eu o olho. — Para onde você está indo?
— Para casa... Quero dizer, para o apartamento que eu estou ficando. -Falo e olho mais uma vez pelo retrovisor. — E eu peguei esse carro emprestado com meu amigo.
— Senhor saía do carro por favor. -Fala e eu saio. Tento repetir para mim mesmo que eu não estou fazendo nada de errado, mas isso é uma incrível mentira pois estou.
— O que tem no seu moletom, Harry? -O policial pergunta enquanto outro começa a me revistar.
— Nada. -Falo.
— Vamos revistar o carro. -Ele fala e eu arregalo meus olhos. Não podem. Contudo, eu não posso impedir isso e merda eu não deveria ter olhado tanto para o retrovisor, merda, eu fiz merda.
O policial pega meu moletom e tudo aconteceu rápido pois assim que ele pegou meu moletom ele encontrou o pacote de cocaína.
— Isso é o seu nada gringo? Aqui chamamos isso de cocaína e é crime. -O policial e o que estava me revistando pega as algemas e eu engulo o seco. — Vamos te levar para delegacia.
Assim que ele fala isso, eu escuto um barulho de moto e tanto eu como os policiais olhamos em direção ao barulho. E eu que já estava assustado me assusto mais. Que porra é essa?
A moto verde para ao lado da viatura e percebo que os policiais não pareciam assustados, apesar de atentos, nenhum deles tocou na arma. O homem sai da moto e tira o capacete então eu me espanto ao ver que é Hans.
— Carlos, se continuar a querer prender meus amigos terei que falar com Hernández. -Hans fala em espanhol e me olha. Ele sorri de canto e eu ainda estou assustado com tudo. E o que Hans tem haver com tudo isso?
— Esse gringo é seu amigo Hans? Agora virou internacional? -O policial responde, talvez seja Carlos. e o policial que iria me algemar me solta.
— Não internacional e você sabe que não sou ninguém, sou apenas o cara que entrega o doce de vocês. -Hans fala e tira um envelope do casaco.
— Sei sei. -O policial fala e me olha. — Desculpe o mal entendido, rapaz não sabíamos.
— Tudo bem. -Falo. Tudo bem?! Que merda eu estou fazendo, eu não gosto disso, nem como isso soa mas pelo menos não irei ser preso.
— Te vejo amanhã Harry. -Hans fala e eu o olho. O policial me entrega o moletom com o saco de cocaína e eu pego.
— Sim sim. Até amanhã.
Continua...
Notas: Oi oi amores tudo bem? O que acharam do capitulo uh?
Vou atualizar mais uma vez hoje também.
Hans nunca foi flor que se cheire mesmo...
Amo todas ate mais. Xx
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Stronger || H.S || Complete
FanfictionUm relacionamento tóxico que aconteceu na vida de Khola, corroendo sua alma e seu espírito vitalício. A única saída que ela vê para se salvar, é sumir da pequena cidade que ela vivia na Colômbia. Rumo ao Panamá, um país na América Central, um lugar...