As palavras de Jason fizeram efeito, levanto cedo mas, decido trocar o treino por uma ida a vila para procurar um psicólogo, encontro um disponível para a semana que vem e não penso duas vezes, aceito a marcação e vou para a escola porque é essa a melhor altura do dia, a que estou com as crianças, gosto de vê-las sorrir, brincar, são livres e espontâneas...
- Professora? - A minha menina linda entra na sala com um grande sorriso.
- Claire? Hoje não temos aulas juntas!
- Eu sei vim apenas entregar o convite para o meu aniversário no sábado. - Ela pousa no envelope na mesa e saltita entre um pé e outro.
- Será uma honra, obrigado.
- O convite também é para Mary e a família.
- Fica tranquila eu falo com ela.
Vejo-a sair sorridente e abro o envelope, o convite era lindo em papel rosa com balões de cores suaves, guardo-o na minha mala e continuo a correção das fichas desta manhã. Passo no supermercado e vou para casa, Mary e eu combinamos de amanhã ir comprar um lindo presente já que hoje é quinta feira e o aniversário é no sábado, estava empolgada, era um dia importante para mim, ia buscar a minha moto que ando a negociar a cerca de uma semana, volto a sair de casa e passo para a recuperar, é linda, o meu sonho, finalmente Brandon não poderá impedir-me. Saio do Stand como uma criança eufórica, coloco o capacete e dou uma volta pela cidade, esta parte da ilha está calma então decido testar a velocidade do meu novo brinquedo. Sorrio porque à anos que não sinto tanta liberdade mas, não dura muito, a sirene anuncia o carro da policia que se aproxima, reduzo a velocidade e encosto-me na berma da estrada...
- Quero os documentos da moto e retire o capacete.
- Sim senhor! - sorrio satisfeita por ser ele a mandar-me parar, quero ver a sua reação.
Retiro o capacete e vejo a cara de Jason, chocado por me ver...
- Primeiro telemóveis roubados e agora uma moto, o que virá a seguir?
- Não é roubada, acabei de a comprar.
Ele vê os documentos, olha para a moto e depois para mim...
- Bom gosto, desta vez vou deixar passar mas, os limites de velocidade são para respeitar.
- Eu sei, desculpa. - Eu não conseguia parar de sorrir faz anos que não sentia a liberdade que esta beldade pode proporcionar, até ele sorriu de canto.
- Vou escoltar-te até casa para ter certeza que entendeste.
O comandante é de ideias fixas e sim ele trouxe-me até casa, o carro dele parou a sua porta mas ele veio dar mais uma vista de olhos na minha beldade...
- Ela é realmente linda. - Passa a mão na pintura negra e de certa forma acho a imagem sensual..
- Bom pelo menos uma de nós nasceu com sorte porque receber elogios seus não é fácil, a luz da tua casa está acesa. - Estranho.
- Ela chegou hoje. - Ele podia demostrar um pouco mais de felicidade com o facto dela ter chegado mas não é o caso.
- A famosa noiva?
- Sim, Brenda.
- Não a faças esperar comandante, Boa noite.
Entro em casa, deito-me mas o sono não vem, estava as voltas, a excitação de ter uma moto deixou-me agitada, levanto e olho pela janela do quarto, uma luz está acesa na casa do comandante, olho curiosa e vejo-o sair de casa e arrancar com o carro como doido, ou ele teve uma chamada de trabalho ou os dois brigaram, em qualquer dos casos não é da minha conta. Mais uma manhã que acordo bem humorada, tomo um duche e visto algo prático, um vestido solto e leve para aguentar o calor que se avizinha, depois de comer saio com Mary para ir ver lojas, ela sabia o que queria, um kit de pastelaria para Claire porque ela adora ajudar a fazer bolos e eu sem ideias, numa das lojas de roupas termino por perder a cabeça, compro um conjunto de top com calção, vestido, uma fita para o cabelo e uma pequena bolsa, espero que ela goste. Visitamos mais algumas lojas e acabamos por almoçar pelo caminho, enquanto Mary olha para a montra de uma florista eu vejo uma cara conhecida, peço para ela ficar com os meus sacos e ando depressa, Luca estava distraído a comer uma maçã mas o seu olhar era triste, estava magro e mal vestido...
- Olá Luca!
- Aly! - Ele corre para mim e abraça a minha cintura, sinto o seu corpo magro tremer e um choro baixinho.
- O que foi querido? - Só de o ver chorar já sinto as lágrimas quererem descer pela minha cara.
- O meu padrasto foi preso, o dono do nosso apartamento não me deixa ir buscar as minhas coisas.
- E a tua família? - Ele enterra a cara no meu corpo mal percebo o que diz.
- Moram fora da ilha e eu nem sei onde, não tenho contacto com eles.
- Vamos resolver isso, tens fome?
- Sim.
- Então vamos!
Limpo as suas lágrimas e lanço um sorriso, quero que se sinta seguro comigo, apresento-o a Mary e como é óbvio ela insiste para que ele venha para sua casa, depois de lhe mostrar o meu quarto, deixo-o tomar um duche e entrego-lhe uma tshirt e calções meus enquanto não arranjo outra coisa. Mary vai providenciar algo para ele comer e enquanto isso pego na moto e vou à delegacia...
- Boa tarde posso ajudá-la? - um jovem polícia aparece na recepção.
- O tenente Jamie está?
- Ele tirou o dia para preparar a festa da filha.
- Ah claro, bom eu falo com ele depois. - Ele volta a olhar para os documentos que já tinha na mão antes de eu chegar, nesse momento Jason entra na esquadra.
- Posso ajudar-te?
- Na verdade sim. -Não posso negar ajuda de ninguém nesta situação.
- Vem até ao meu gabinete!
Sigo-o e fecho a porta da sua sala...
- Sabes aquele menino dos telemóveis? - Ando de um lado para o outro nervosa e de certa forma isso diverte-o.
- Meteu-se em sarilhos?
- O padrasto foi preso e ele não tem mais ninguém.
- Posso dar-te o nome de uma associação que o receberá. - Ele pega num papel pronto a escrever o número de telefone mas não é isso que eu quero.
- Eu assumirei essa responsabilidade, tudo o que quero é que ele possa ir ao apartamento e trazer as coisas dele.
- E o que o impede?
- O senhorio. - Falo um pouco alto porque não paro de pensar no que aquele menino tem passado.
- Vou ver o que posso fazer.
- Obrigado. - Saio disparada e subo para a moto, afinal eu não posso esperar que me ajude, é demasiado ocupado, retiro o papel com a morada do bolso.
- Tudo bem já percebi que irás lá de qualquer maneira, vou contigo.
Ele faz sinal para lhe dar espaço, sobe na moto e vamos até ao apartamento de Luca com ele no comando.
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Nas Garras Do Passado
RomanceQuando amamos alguém e decidimos casar é óbvio que pensamos ser para sempre mas quando isso não acontece, ter o sobrenome Rock é como ser prisioneira do demônio. Eu fugi, senti a liberdade, a felicidade e o amor mas ele voltou para me aprisionar a u...