11- Pic Nic

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- O meu nome é Stwart e desculpe se a acordei mas o seu número é o primeiro na lista de contatos do meu cliente.

- Cliente? Mas...

- Trabalho no bar BlueSky e um dos meus clientes bebeu demais, acha que pode passar aqui, ele não está em condições de conduzir.

- Envie a morada por mensagem, estarei aí o mais rápido possível.

Desligo o telemóvel e visto algo rápido, que raio Lee faz a estas horas num bar? Eu nem sabia que ele tinha voltado a sair, não conheço a morada, se é longe ou perto, mas terei de traze-lo no seu carro então chamo um táxi através de uma aplicação informática. Tento fazer o mínimo de barulho e espero o meu transporte na rua, quando ele chega dou a morada, são quinze minutos de trajeto até ao bar com luzes azuis que piscam por todo o lado, pago o taxista e entro no bar, estava quase vazio por isso foi fácil identificar o idiota do Jason sentado no bar...

- Sou Aly, obrigado por me ter ligado.

- De nada!

- Jason larga o copo e vamos embora. - Afinal não era Lee.

- Não.

- Preferes que chame Jamie ou algum outro colega teu? Vamos agora!

Ele tira a carteira do bolso e as chaves do carro caem, ótimo isso vai evitar uma discussão. Espero que receba o troco e deixo que se apoie em mim, porra o homem é bem pesado, vai ser uma luta para chegar ao carro com ele mas, com esforço consigo encosta-lo na pick up para abrir a porta...

- É a minha carrinha, eu conduzo.

- Nem pensar, fui acordada as três da manhã para vir buscar-te então faz o que eu digo, entra na carrinha sem reclamar.

- Era só o que me faltava!

- Brenda deve estar preocupada contigo.

- Comigo? - Ele fica tão irritado que tive medo de estar a conduzir o seu carro - Ela foi embora.

- Amanhã será um novo dia e vocês resolveram a vossa discussão com calma.

- Ela foi embora, foi por isso que voltou, para acabar tudo. - Ele bate com força no tablier do carro, eu sei como doi, Já passei o mesmo.

- Eu lamento Jason.

- Eu também por ter perdido tempo com ela.

- Não digas isso, deixa a poeira assentar.

Estaciono na sua porta e ajudo-o a entrar em casa, valeu por uma manhã de ginásio, levo-o até a casa de banho e obrigo-o a tomar um duche, ela tenta contestar mas sem hipóteses, a sorte é que eu não posso colocá-lo eu mesma debaixo do chuveiro, seria água gelada garantida. Faço um café bem forte para ele e espero que saia do banho, não há sinal de Brenda, o que será que aconteceu entre os dois?

- Ainda estás aqui?

- Queria certificar-me que não adormecias no duche.

- Desculpa por tudo. - Ele passa uma toalha no cabelo, porra eu preciso ir embora daqui.

- Tudo bem só não sabia que tinhas o meu número de telemóvel e muito menos que eras do tipo que bebe até cair.

- Eu não costumo beber, não fiques com uma ideia errada.

- Bom eu fiz um café, agora deixo-te descansado e por favor não me acordes outra vez a esta hora.

- Espera! - Ele pega gentilmente na minha mão - Preciso compensar-te!

- Claro que não, mas tenta não fazer o mesmo, desculpa dizer-te mas és pesado. - Ele finalmente sorri mas não larga a minha mão e posso dizer que sinto o seu calor e uma descarga elétrica.

- Não é simpático da tua parte falares do meu peso, amanhã vou buscar-te para jantar.

- Eu disse que não é preciso. - Retiro a mão e abro a porta da rua.

- Um picnic?

- Tudo bem sr comandante, sete horas em ponto.

- Levamos a tua moto. - Tão perto de mim ele fica gigante, olho para cima e encontro o seu olhar divertido.

- Eu sabia, és um interesseiro.

- Amanhã às sete!

Entro em casa com o sol a espreitar no céu, abro a porta com cuidado...

- Muito bonito chegar a casa a esta hora! - Lee estava prestes a sair para um treino matinal.

- Fala baixo Lee.

- Vi-te a sair da casa de Jason, ele e a namorada são do tipo de fazer festas a três? - Tapo a sua para evitar que acordo os outros.

- Oh deus, não. Ela deixo-o e eu fui só ajudar.

- Foste cuidar dele, como? - Bato com força no seu braço, não aprecio a sua acusação.

- Para com isso, estou a falar sério.

- Estava só a brincar, mas conta-me aquela polícia mal humorada deixo-o?

- É o que parece mas não é meu problema.

- Jason não merece, ele tem um bom coração.

- E eu perdi o sono que tal fazermos o pequeno almoço nós para variar.

- Eu vou treinar, cozinha não é comigo. - Ele pega no telemóvel e sai de casa.

Depois de comer vou buscar Luca a casa de Jamie, falo um pouco com o meu jovem protegido, ele está de acordo em ir para a escola, eu acho que ele está de acordo com tudo o que eu digo, é um amor de menino. Mary e ele acham muita graça ao facto de Jason me vir buscar para sair, eu não vejo piada alguma mas pronto. Jason bate na porta e diz que mudou de ideias, vamos na sua pick up. Vejo uma enorme cesta no banco de trás, quado chegamos reparo que estamos numa zona florestal e depois de andar um pouco chegamos a uma clareira, um casal passeia de cavalo e não posso evitar de dar carícias aqueles fascinantes seres. Seguimos mais um pouco e perto de uma queda de água ele pousa o cesto e a manta, ajudo-o a montar tudo no chão...

- É lindo!

- Faz muito tempo que não venho aqui, antes era o ritual do domingo, os meus pais traziam-me a mim e ao meu irmão.

- Eu não sabia que a tua família é daqui da ilha.

- O meu pai também era polícia e viemos do Canadá quando eu e o meu irmão mal sabíamos falar, ele aceitou trabalhar aqui. - Ele fala  do pau com orgulho.

- Seguiste as pegadas dele?

- Infelizmente ele morreu, foi morto durante um assalto, a minha mãe morreu no ano seguinte com cancro, fiquei eu e o meu irmão que fez a escolha errada, escolheu a vida de traficante e morreu de overdose. - Senti que lhe doi falar no assunto, a sua voz estava embargada.

- Oh sinto muito, eu também não tenho mais ninguém.

Nas Garras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora