- Alysson acorda por favor.
- Sarah? - Sinto a sua mão na minha testa, é bom sentir o seu perfume de laranja que ela sempre usou.
- O monstro ali fora deve estar mesmo muito desesperado para bater na minha porta e pedir ajuda.
- Quero sair daqui!
- Ele contou-me por alto o que se passou, sorte a dele que Jonh não me deixou bater nele como eu queria, olha para ti, vamos lá tratar de ti minha amiga.
- Ele não me vai deixar ir. - afundo a cara na almofada, sinto que a cada dia que passa estou mais longe de Lucas.
- Vai sim, agora sai da cama e toma um banho, vou pedir que te preparem algo para comer. - Não tinha forças para rir mas ela estava engraçada de mãos na cintura e pijama, aposto que saiu de casa sem pensar no que tinha vestido.
Com a Sarah não havia escapatória, ela abre as cortinas e janelas, senti frio mas isso não alterou o seu objetivo, o meu corpo doía muito e foi um custo chegar ao duche, confesso que até sentir a água tocar na pele era uma tortura. Saí depois de seca e lá estava ela de bandeja na mão e um sermão preparado, eu ouvi tanto a Sarah que já tinha a cabeça a latejar mas se reclamasse seria pior para mim, ela ficou sentada a ver-me comer depois de se assegurar que o prato estava vazio ela chama Brandon...
- Rock, a Alysson vai comigo, preciso cuidar dela.
Ele tinha a camisa aberta como se a sua gola tivesse sido puxada com força, Sarah não mentiu quando disse que se atirou a ele. A barba estava por fazer, também isso era uma novidade para mim, ele nunca teve este aspeto antes, não tenho pena dele só lamento tudo isto...
- Tudo bem ganhaste Aly, podes ir com Sarah, vou mandar o advogado redigir os papéis do divórcio. - Ele fala sem olhar para mim, naquele momento ele estava decidido a encarar o tapete do quarto.
- De verdade?
- Não suporto ver-te morrer de desgosto, não sou um mostro apenas louco por ti meu amor. - Estava desesperado, nunca vi Brandon baixar os braços assim.
- Ótimo, agora que tudo está resolvido vamos embora. - Sarah entra no closet para arrumar algumas das minhas coisas de novo na mala de viagem.
Junto todas as forças que me restam e abraço-o, ele não merece mas sei o que é perder quem amamos, ele sente algo forte por mim mas nunca soube lidar com isso, passo a mão no seu rosto...
- Brandon, tenho certeza que vais encontrar o teu caminho, desde que tenhas sempre em mente os erros do passado. Não os repitas.
- Vais voltar para ele? - Ele não sabe que destruí o que tinha com o comandante mas o mal estava feito.
- Para Lucas, serei eu e o meu filho, não preciso de mais nada nem ninguém.
- Vamos Alysson! - Sarah pega na minha mão para me tirar daquele covil.
Jonh estava na porta, parecia impaciente e como sempre corre até mim para oferecer o seu abraço de irmão, ele e Sarah sempre estiveram do meu lado, sou muito agradecida de os ter na minha vida. Na casa dela sou mimada pelas crianças, pego finalmente no telemóvel e ligo a Mary, não explico o que se passou mas asseguro que estarei de regresso em breve, Lee estava morto de preocupação tal como eu e ao que parece estava pronto a vir procurar-me. Durante a semana seguinte Sarah foi mais que minha mãe, ela cuidou de mim, eu estava destruida de todas as firmas possibeis mas ela nunca me deixou por um só segundo, ajudou-me a tomar decisões importantes e até me acompanhou para assinar os malditos papéis do divórcio. Brandon desta vez fez tudo como manda a lei e fez questão de me dar uma boa quantia de dinheiro, segundo ele é para assegurar um bom futuro a Lucas, isso eo unico elo entre nós, a adoção esta em nome é responsabilidade dos dois. Liguei várias vezes para recusar o dinheiro mas ele nunca me atendeu e o valor ainda está na minha conta bancária. Faz duas semanas que deixei a ilha mas o meu coração ficou lá. Começar do zero não é fácil exeto se tivermos as pessoas certas ao nosso lado, graças a Sarah tenho marcações para visitar casas e os bilhetes de avião, John vai estar ausente para jogos com a equipa e as crianças ficaram com os avós, a minha melhor amiga quer estar comigo uns dias para ter certeza que estou bem mesmo que ela minta e diga que a razão de ir comigo é para se divertir um pouco. Estou entusiasmada, acabei de fazer as malas e ninguém sabe que regresso amanhã, quero fazer uma surpresa a todos e eu tenho tudo planeado, vou chegar amanhã, volto a olhar para a agenda e confirmo que marquei cinco visitas para casas e apartamentos, quero ter o meu filho comigo o mais rápido possível, ligo então para Mary...
- Olá querida como estão as coisas por aí? - Incrível como ela está sempre cheia de energia.
- Mais uns dias e regresso.
- Alysson, não te esqueceste que daqui a três dias é o aniversário de Lucas?
- Três dias? Temos de organizar uma festa!- Eu esqueci, que raio de mãe se esquece do aniversário do filho mesmo que adotivo?
- Estou a tratar disso.
- Mary compre tudo que eu pago e quanto ao aniversário estarei aí mas não lhe diga nada, quero fazer surpresa.
- Ele tem andado triste sem ti querida mas sei que vai adorar ver-te, eu e Claire viemos as compras, vou enfeitar o jardim para o sábado seguinte, vou enviar convites a todos os nossos amigos já que ele não quer convidar ninguém sem ser Claire. - Tenho de comprar um presente inesquecível.
- Obrigado por tudo Mary, prometo compensar.
- De nada, eu adoro ter a casa cheia, sabes disso. Volta depressa porque tenho saudades tuas.
- Claro minha querida mãe do coração.
- Assim vou chorar e estou no meio do supermercado, é melhor desligar, mil beijos.
- Mil beijos!
Discuto com Sarah para encontrar ideias de presentes e como sempre ela teve uma exelente, uma bicicleta! Todos os adolescentes gostam de passear de bicicleta com os amigos. Agora há que dormir para amanhã aguentar a viagem e as visitas pelas casas. Depois do voo vamos as duas almoçar a um bom restaurante e seguimos para a agência imobiliária com o carro alugado repleto de bagagens, na quarta casa estava a perder a esperança, nenhuma me agrada e eu estou cansada demais, chegamos finalmente a última, uma casa de dois andares com dois quartos, perto da praia e a menos de dez minutos de Mary, para tornar tudo melhor ela já estava mobilada e eu paguei na hora três alugueres para ficar com a chave no mesmo dia, a mulher olhou para mim de lado, diz que não é política da empresa aceitar o contrato sem analisar e preencher todas as papelada mas ela tinha o dinheiro na mão por isso acaba por ceder com a promessa de estarmos juntas no dia seguinte para formalizar o aluguer.
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Nas Garras Do Passado
RomanceQuando amamos alguém e decidimos casar é óbvio que pensamos ser para sempre mas quando isso não acontece, ter o sobrenome Rock é como ser prisioneira do demônio. Eu fugi, senti a liberdade, a felicidade e o amor mas ele voltou para me aprisionar a u...