Aproximo-me de Mary que está visivelmente distraída com o almoço agarro a sua cintura, ultimamente tem sido um mãe para mim...
- Querida chegaste? - Como sempre sou recebida de forma efusiva.
- Eu disse que viria.
- Que bom, gosto de te ver assim, pareces bem.
- Eu vou ficar Mary.
- Ele sabe que voltaste? - Ela faz uma cara séria quando se refere a ele.
- Já nos cruzamos mas hoje está proibida de falar no comandante, é o aniversário do meu filho.
- Tens razão, queres ajudar -me? - Ela volta a fatiar o lombo de carne recheado.
- Com prazer.
Almoçamos juntos e Mary fez um maravilhoso bolo, ela comprou um equipamento de uma equipe de futebol que ele adora, Lee ofereceu a bola com um conjunto de balizas que já estavam montadas no jardim, tenho a ligeira impressão que o presente era para os dois mas tudo bem...
- Bom o meu presente está num lugar, teremos de ir até lá os dois.
- Onde?
- Podemos ir já se quiseres e sabes que mais? Ele está na nossa casa nova. - Abano as chaves e ele fica doído - Terás o teu quarto Lucas.
- Seremos vizinhas? - Mary bate palminhas entusiasmada.
- Bom não mas são uns cinco minutos de carro.
- Que bom.
- As portas estaram sempre abertas para vocês, apareçam mais logo para jantar connosco.
- Sim venham ver o meu presente. - Ele fica orgulhoso por saber que finalmente terá o seu espaço.
- Conta connosco.
- Temos de falar da festa. - Preciso saber o que ainda há para organizar.
- Está tudo organizado. - Antonio diz e passa as mãos no cabelo de Lucas, eles veem o meu menino como um neto.
- Aly eu queria convidar uma pessoa. Um amigo. - Lucas olha para Mary que acena com a cabeça e eu acho que sei o que me vai pedir.
- Por mim tudo bem Luca. - Ela incentiva-o a falar.
- É Jason, eu gostaria que ele viesse se não te importares.
- A festa é tua e a casa é da Mary e Antonio por isso não te preocupes comigo, é a eles que tens de pedir.
- Obrigado Aly!
- Bom agora como a ver o presente e preparar o jantar pata os nossos convidados, eu envio a morada para o vosso telemóvel.
Quando saímos Lucas olha na direção da casa de Jason e parece reticente em pedir para ir lá, incentivo-o a fazer o convite e acompanho até a alguns passos da sua porta, Lucas bate na porta e não demora até o comandante aparecer apenas de calções...
- Olá Jason!
- Lucas queres entrar?
- Não! - Ele olha para mim e Jason acompanha o seu olhar, é aí que percebe a minha presença - Vou ver a minha casa nova com Aly, queria saber se sábado vens a minha festa na casa de Mary.
- Claro, esperarei por uma mensagem a confirmar a hora amigão.
- Boa, então até sábado. - Lucas parecia tão feliz de o ter por perto que não seria justo impedir o seu relacionamento por muito que o quisesse longe de mim.
- Conta comigo.
Abro a porta do carro para que entre e sento-me ao volante, Jason ficou a ver-nos ir embora, tenho raiva dele, tanta quanto o amo. Quando estaciono e abro a porta de casa Lucas não queria acreditar, tudo lhe parecia demais, mesmo surreal e quando lhe apresentei o seu quarto ele não conteve as lágrimas, acho que era demasiadas emoções para um dia só, deixo-o experimentar a bicicleta no passeio em frente à casa enquanto eu fico sentada na porta a ver a sua alegria e as tentativas de malabarismo que me ofereciam paragens cardíacas por pensar que a qualquer momento fosse cair e magoar-se. Faço sinal para entrarmos quando vejo a hora do jantar ficar próxima, mando-o tomar um duche e vestir uma das roupas novas que lhe trouxe de L.A. , estava atarefada e gritei a Lucas para abrir a porta aos convidados, ele correu e fez questão de fazer uma visita guiada aos três, Lee trazia uma mochila que deduzo ser as coisas que Luca deixou na casa de Mary. Ela veio pronta para me ajudar e Antonio parece querer participar mas eu logo arranjei forma de o distrair, tinha comprado um aparelho de ar condiciona portátil mas não sabia como o fazer funcionar e ele tratou disso, comprei o aparelho quando passei para buscar o presente do meu menino mas electronica não era o meu ponto forte. Durante o jantar pedi a Lee que convidasse Carol a juntar-se a nós e assim foi, terminamos os cinco a conversar até tarde. Como seria de esperar Lucas pede-me para o levar a andar de bicicleta e decidi então aproveitar para correr um pouco, faz alguns dias que não treino, saímos de casa e paramos na praça central, vejo-o pedalar e sento num dos bancos de pedra, alguns minutos depois de chegar sinto alguém se sentar a meu lado mas não dou atenção, o problema é que aquele maldito perfume eu reconhecerei em qualquer lado e algo dentro de mim vibra ao mesmo tempo que o meu estomago fica embrulhado...
- Posso ajudar?
- Vi-te de longe e aproveitei para saber a hora da festa no sábado. - Esforçava-me para manter o olhar no meu menino.
- Eu ainda não sei, é Mary que está a planear tudo, serás avisado assim que ela disser algo.
- Foi um presente? - Ele fica inclinado com os braços pousados nas pernas a fitar Lucas e eu olho de canto para ele.
- Achei que ia gostar e parece que acertei em cheio, mal dormiu para vir andar nela.
- Ele sentiu a tua falta!- Baixo a cara e olho o chão, eu sei que falhei e não vou conseguir mudar essa lembrança que lhe marcará toda a vida.
- E eu dele, espero que não se arrependa de estar comigo. - Tenho medo de o perder a qualquer momento.
- Tenho certeza que não, ele sabe a sorte que tem, falamos bastante na tua ausência, ele tinha medo que não voltasses ou que o esquecesses. Passaste dias sem dar noticias e ele ficou em pânico, um dia veio a minha casa e obrigou-me a localizar-te.
- Fizeste isso? - Desta vez olho para ele preocupada.
- Fiz mas disse-lhe que a distancia era muita e não te podia localizar de tão longe.
- Mas conseguiste!
- Sim, todas as horas do dia - Eu não queria ouvir aquilo, como podia fazer-me crer que sentia a minha falta quando tinha a ex na sua cama?
- Eu tenho de ir mas se quiseres podes trazer companhia á festa.
- Porque faria isso Alysson? Referes-te a Brenda?
- Vocês fazem um belo par! - Levanto-me para não olhar mais para a sua cara - Lucas vamos embora!
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Nas Garras Do Passado
RomanceQuando amamos alguém e decidimos casar é óbvio que pensamos ser para sempre mas quando isso não acontece, ter o sobrenome Rock é como ser prisioneira do demônio. Eu fugi, senti a liberdade, a felicidade e o amor mas ele voltou para me aprisionar a u...