chapter three

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• Brigas são (quase) inevitáveis.
Point of view:
Jeon Jeongguk.

Sempre dei muita importância às lembranças, são meu bem mais precioso. No entanto, todos nós temos aquela lembrança ruim que, mesmo que tentemos evitar, persiste.

Ela aconteceu.

Foi real, não fruto de nossa imaginação fértil. Poderia ter sido nosso melhor momento, ambos com quinze anos, apenas dois adolescentes querendo aproveitar nossa juventude, como os adultos ao nosso redor costumavam dizer.

Porém, naquele momento, eu não estava com cabeça para "curtir". Primeiro veio o divórcio dos meus pais, por motivos que nem me dei ao trabalho de descobrir.

A relação era entre eles, não me dizia respeito.

Mesmo assim, o divórcio não me deixou feliz. Eu ainda mantinha na mente a ideia da família perfeita que deveríamos ser.

Eu amo meus pais e para mim eles eram o típico casal do "felizes para sempre", dos contos de fadas. Se conhecem, se casam, têm filhos, envelhecem juntos e morrem juntos. Fim.

Felizmente, você estava ao meu lado quando tudo aconteceu. Permaneceu ali como prometido, não era fruto da minha imaginação. Você segurava minha mão e dizia que tudo ficaria bem.

Confesso que me recuperei rapidamente e com o tempo me acostumei a passar quinze dias por mês na nova casa do meu pai.

Percebi que até era mais divertido agora que ambos os pais perceberam o quão importante era passar tempo comigo, já que agora tinham horários específicos para aproveitar comigo.

No entanto, como tudo que é bom dura pouco, em um dia ensolarado onde se podia ouvir os passarinhos cantando e tudo mais que se ouve nos contos de fadas, você bateu à porta e tocou a campainha como um louco.

Não sei se me arrependo de ter aberto a porta e te deixado entrar no meu quarto naquele dia. Talvez sim, talvez não.

Você estava tão eufórico e tremendo de agitação que lembro de descer para pegar um copo d'água para você.


— Se acalma e me diz, por que você está tão agitado? Chega a tremer! Está doente?

— Eu perdi!

— Perdeu o quê?

— O bv Jeongguk, eu perdi!

— Bv? O que é isso?

— Você não sabe o que é bv? — Perguntou indiferente. — Como um adolescente de quinze anos não sabe o que é um bv?

— Ignora esse fato e fala logo! Eu tenho que estudar porque vou passar o final de semana com o papai.

— Bv é beijo na boca, Jeongguk.

— Tá, e daí? — Perguntei, concentrado no dever de matemática.

— Você é lerdo ou o quê?! — Perguntou incrédulo. — EU BEIJEI NA BOCA PORRA!

— O quê?! V-você beij-

— Sim! E foi com o Bogum! — Falou em tom bobo.

— O Ômega que dá a bunda pra escola inteira? Nem sei porque não estou surpreso.

— Não pode ficar feliz por mim nem por um milésimo de segundo? Pensa, pelo menos um de nós beijou na boca. — Sorriu provocativo. — Posso te passar uns truques...

Meu Eterno, Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora