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• E lá vamos nós!
Point of view:
Jeon Jeongguk.

Após retornarmos da nossa lua de mel, lembro-me de sermos recebidos pelos nossos pais.

Foi uma situação engraçada, pois assim que saímos do avião e do aeroporto com eles, passamos quase uma hora procurando o carro, já que meu pai havia esquecido onde o estacionou.

Ao chegarmos em casa, fomos bombardeados por perguntas um tanto constrangedoras de ambas as mães.

Elas só pararam quando nossos pais afirmaram que precisávamos descansar e que poderiam conversar conosco depois.

Nossa vida estava agitada, pois estávamos nos mudando alguns anos após o casamento. Precisávamos de uma casa maior, pois parecia que a "fábrica de bebês" tinha sido ativada. Agora não éramos mais apenas dois em casa.

Aos trinta e cinco anos, engravidei e meses depois percebemos não um, mas dois feijõezinhos. Após descobrirmos o sexo no chá de bebê preparado por Yoongi, corremos para decorar o quarto dos bebês.

Infelizmente, devido a complicações, descobri perto dos nove meses que havia perdido um dos meus filhos e após o parto, precisei de um tempo.

Lembro-me de como Taehyung me ajudou a aceitar nosso filho, pois eu não conseguia nem mesmo segurá-lo no colo e não gostava da sensação de tê-lo puxando meu peito para mamar.

Com muito esforço e muitas consultas ao psicólogo, melhorei aos poucos e fui aceitando o fato de ser um pai Ômega e de que meu filho precisava não só do pai Alfa, mas também de mim.

Eu tinha a vida com a qual sempre sonhei: um filho maravilhoso e um marido/melhor amigo ao meu lado.

— Bom dia, meu bem. — Taehyung entrou na cozinha e deixou um beijo carinhoso na minha cabeça. — Bom dia, meu bebê!

— Bom dia, papai! — Taegguk respondeu enquanto comia um pouco de cereal. — Papai, sabia que assim como os gatinhos, os coelhinhos podem ronronar? Isso significa que eles estão felizes e querem carinho de alguém. — Ele disse, mostrando uma curiosidade sobre coelhos.

— Eu não sabia disso.

— Por que de repente está pesquisando sobre coelhos, Taegguk? — Perguntei enquanto tomava um gole de suco de abacaxi.

— É que ontem à noite, você dormiu no meio do filme, papai.

— Sim, eu sei que acabei dormindo. Mas o que isso tem a ver com coelhos?

— Papai Tae estava fazendo carinho em você e eu consegui ouvir você ronronar! — Ele exclamou animado. — Papai Gguk é um coelhinho!

— Mas eu não ronrono!

— Amor, aceita que dói menos. — Taehyung sorriu ao se aproximar sussurrando no meu ouvido. — Mais tarde te faço um carinho. Eu adoro quando você ronrona.

— Já disse que não...

— Shhiu. Continue tomando seu suquinho de abacaxi que faz bem... — Ele sorriu maliciosamente.

— Seu pervertido.

***

Eu não me arrependo de ter esperado por você. Esperaria mais se fosse possível.

Não me arrependo de nada do que fizemos ou do que deixamos de fazer.

Agora estamos aqui, aos nossos noventa e sete anos, juntos e felizes.

Posso dizer que aproveitei bem a vida ao seu lado, criamos nosso filho e compartilhamos tudo o que sabemos com ele.

Hoje ele passa esses ensinamentos para os seus filhos. E os filhos dele passarão para os seus.

Temos netos lindos e já somos bisavós. Nossos pais se foram, mas estão em paz, assim como sei que um dia estaremos também.

— Gguk, amor... No que está pensando?

— Em tudo, Taehyung. Em tudo o que vivemos até chegarmos aqui.

— Valeu a pena passar por tudo isso. Passaria por tudo de novo se o final fosse como este. Nós dois juntos. — Ele sorriu.

— Eu também passaria por tudo novamente. Tudo por nós dois...

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E assim nos deitamos abraçados. Eu observei seus traços recentes.

Cabelos grisalhos caindo sobre os olhos, rugas e pintinhas por toda parte.

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Os lábios mais ressecados, mas ainda com a mesma essência de sempre.

O sorriso nunca mudou, aquele quadrado lindo desde que nos conhecemos.

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Você pode ter mudado muito em escolhas e aparência. Mas o brilho nos seus olhos permanece o mesmo.

Se eu fechar os olhos, consigo lembrar exatamente como você era e sei que você também consegue fazer o mesmo.

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Você se aproximou e me deu um pequeno selinho demorado, sorriu para mim, fechou os olhos junto comigo e sussurrou:

— Estaremos sempre juntos, não é Taehyung?

— Sim, Jeongguk. Estaremos sempre juntos. Até depois da eternidade, meu amor...

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90 anos atrás.

— Qual é o seu nome?

— Jeon Jeongguk. E o seu?

— Kim Taehyung! — Sorriu animado, balançando as pernas. — Por que está aqui sozinho?

— Uh, não tenho ninguém para brincar...

— E seus amigos?

— Não tenho.

— Que legal!

— Hãn?

— Eu também não tenho amigos! Quer brincar comigo e ser meu amiguinho?

— Tá bem! Vamos Taetae, está com você!

Como dizem, quando somos crianças é mais fácil fazer amigos.

Desde aquele dia, soube que você seria meu melhor amigo e estaria comigo nos piores momentos.

Só não imaginava quão especial você poderia se tornar.

E lá vamos nós.

🤍

Meu Eterno, Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora