ANGEL
- Não, eu não vou fazer a campanha para aquela marca de roupa. Ofereceram muito pouco. Sabem quem eu sou? Sou Angel a melhor e maior Modelo e Digital influencier desse país e eles querem me dar migalhas? - Digo para minha agente pelo celular enquanto tomo meu café da manhã
- É uma marca mundial, seu rosto em todos os tabloides geraria muito mais trabalho para você e conhecimento mundial. - responde
- Eu não dou a mínima, eles têm que pagar o meu valor. - digo e olho minha mãe sentada à minha frente com uma cara nada boa para mim - Eu falo com você depois, insista no meu valor ou nada feito. - e desligo
- São seis e meia da manhã Angel. Você já acorda cedo junto com o sol, pode pelo menos tomar um café com a sua mãe sem mexer nesse celular? - pergunta irritada
Eu e minha mãe moramos juntas, somos somente eu e ela nesse mundo já que meu pai morreu quando eu era bem pequena e ela teve que se virar nos trinta para me criar. Fiz faculdade de jornalismo mas o celular e as redes sociais abriram outras portas para mim. Hoje sou a maior digital influencier desse país, mas Patrícia Edwards não gosta muito disso, eu não paro muito em casa, e ela odeia o fato de eu ficar sempre no celular.
- Mãe, entenda eu sou o celular e o celular sou eu. - digo o que sempre repito para ela
- Será que pelo menos na hora do café, você pode não mexer nisso? Tenha uma vida fora das câmeras.
- Impossível se são elas que pagam minhas contas.
Minha mãe suspira mas não diz nada e apenas volta a tomar seu café e eu faço o mesmo.
Meu celular fica apitando em cima da mesa o que deixa ela muito irritada.
- Pode desligar?
- Pior que não posso mãe, estou esperando um e-mail muito importante. - digo e dou de ombros
- Então coloca no modo noturno apenas para ter um café da manhã descente com sua mãe.
Respiro fundo e reviro meus olhos pegando meu celular para fazer o que ela pede. Foi quando meu agente me liga novamente.
- Mãe, tenho que atender. Toma café aí que depois eu volto. - digo já me levantando para atender em outro cômodo a ligação para não deixar ela mais irritada, mas ainda vi ela grunhir e deitar a cabeça na mesa
A minha vida não para, minhas redes sociais não param e a minha agenda está sempre em constante mudanças. É festa que eu tenho que comparecer, bailes beneficentes, inaugurações. São fotos o dia todo, stories para o Instagram e as outras redes. Às vezes penso que vinte e quatro horas por dia não são o suficiente, precisaria de umas trinta e seis para fazer tudo o que tenho que fazer e ainda poder dar atenção para minha mãe, ela anda bem carente esses dias.
Termino a ligação com meu agente e ele me comunica que conseguiu fechar com a marca e que teria que está em seu estúdio dentro de trinta minutos para as primeiras fotos.
Corro para me arrumar. Me visto com um conjunto todo preto, tanto o short de pregas, o cropped e o blaser. Nos pés uso um tênis branco. Deixo meus cabelos grandes e negros soltos e faço uma make básica. Chamo um uber e pego minha bolsa e celular, aproveitando para dar bom dia aos meus milhões de seguidores ao qual os chamas de estrelinhas.
Estou sem minha carteira de motorista pela terceira vez. Bati meu carro umas mil vezes e agora não posso mais pegar no volante.
Quando vejo que o uber já está aqui em frente, saio do quarto e passo na sala de jantar onde encontro vazio. Pego uma maçã e grito um tchau para a minha mãe que sumiu pela enorme casa.
Entro no elevador, publico uns stories aleatórios e logo saio entrando no carro e indo para mais um dia agitado.
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Simborá com mais uma história. 😎
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Xxlys
