12.

11.2K 878 34
                                    

ANGEL

Acordo cedo no dia seguinte. Para ser sincera, eu nem ao menos consegui pregar meus olhos porque sempre que faço isso, lembro de como é beijar o Blake.

A textura de seus lábios, sua língua travando uma batalha contra a minha, árdua e selvagem. Minhas mãos em seus largos, fortes e quentes bíceps. E suas mãos, grandes e calejadas passeando pela minha cintura me fazendo derreter como manteiga em asfalto quente.

Ele é bom. Bom não, perfeito. E o filho da mãe tem plena certeza disso. Seus toques são certeiros e imprevisíveis. Ele sabe que é bom, soube perfeitamente como me desmontar com apenas toques.

Consigo facilmente me arrepiar somente em relembrar aquele fatídico e maravilhoso beijo.

Meu Deus, é uma mistura de ruim com bom.

Ruim que na maioria das vezes nem nos falamos e quando fazemos, posso matá-lo a qualquer momento.

É bom porque ele tem uma maravilhada pegada. Algo que devemos respeitar, é forte, decidido e que me deixa em êxtase.

Jogo as cobertas para o lado, cansada de pensar sobre e isso. Tomo um banho estupidamente gelado e me visto para o café da manhã.

Arrumo o quarto e organizo minhas roupas.

O sol hoje está meio tímido. Muitas nuvens ao céu. Então eu opto por uma calça leggings preta de cintura alta junto a uma blusinha curta branca, e nos pés o chinelos normais. Faço um rabo de cavalo

Dias nublados são os meus favoritos. Sem ficar suando ou sentindo calor exagerado. Mas também não preciso ficar andando com guarda-chuva.

Desço as escadas feliz e assobiando somente pelo fato de não está sol.

Quando chego no fim da escada, vejo que na porta de entrada está uma mulher loira. Ela me encara de cara fechada, mas antes mesmo de falar alguma coisa. A moça bate a porta e indo embora.

Fico parada, sem entender o que aconteceu. Quem era ela?

Caminho até a cozinha ainda confusa e encontro a Clara e a Rosa.

- Bom dia. - as saúdo

- Bom dia.

- Dia Angel.

Me sento na mesa e me sirvo de um generoso pedaço de bolo de milho.

- Quem era a moça loira que saiu batendo à porta? - pergunto

- É amiga do Blake. - Clara responde

- É, a Sophie. O pai dela é dono das terras aqui ao lado. - Rosa responde

Amiga?

- Amiga? - indago

- É, os dois são amigos desde criança. - Rosa responde mas estranhamente, não com malícia

- Então, eles são somente amigos? Nada de mais? 

- É Angel, porque? - Clarinha pergunta

- Não, nada. - digo

Respiro em alívio ao saber disso. Porque eu já estava imaginando ele namorando a menina enquanto estava atracado aos beijos comigo e isso me causa uma estranha sensação de desconforto. Não por ser a ''outra'' mas somente por ele ter alguém.

Depois do café, Clarinha vai para a escolinha e a Dona Rosa fica tomando conta das suas plantações.

Aproveitando que não tem ninguém em casa. Subo até o quarto do Blake e me jogo naquela maravilhosa rede.

Ainda não entendi porque só aqui tem rede. É uma fazenda, não deveria ter varias espalhadas por aí?

Não sei quanto tempo fico aqui, deitada na fresca varanda do quarto dele.

Eu sou intrusa demais, eu sei. Mas não tem muito o que fazer aqui, pelo menos não para mim.

Estava quase dormindo quando vejo o Ricardo passando com uma cela de cavalo nos braços.

O quarto do Blake da para uma vasta área com varias árvores sem muito movimento. O que me surpreende em ver alguém andando por ali.

Como um lampejo, me bate uma ideia para me tirar desse tédio sem fim que agora estou.

Saio da rede, calço meus chinelos apressadamente e saio do quarto descendo as escadas na velocidade da luz.

Assim que abro a porta da frente encontro o Ricardo caminhando em direção ao estábulo.

- Ricardo. - grito correndo em sua direção.

- Oi moça bonita. - me cumprimenta assim que o alcanço

- Vai fazer o que? - pergunto cansada

- Vou da uma volta com o cavalo, porque?

- Pode me ensinar a cavalgar? - peço

- Eita, sei não. Os cavalos são a maioria do Blake e ele não está aqui, foi levar a menina Clara na escola. - diz receoso

- Por favor, ele não vai nem saber de nada. Só me ensina, quando ele chegar prometo não falar nada. - faço minha cara de pidona, a mesma que eu usava para conseguir as coisas da minha mãe

Ricardo me olha, ainda receoso. Coça a nuca ainda pensando. Até que suspira em derrota e eu pulo o abraçando.

- Mas ele não pode saber. - diz com medo

- Pode deixar. - digo com um enorme sorriso

—————

Meu pai do céu

🦋 COMPARTILHEM 🦋

Votem e comentem

Xxlys

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora