ANGEL
Você pode imaginar o quão louco isso pode parecer?
Eu não sei o que sinto, mas sei que não é aquele ódio absurdo que sentia a algumas semanas atrás.
Acaricio o peitoral do Blake e suspiro. Ainda estamos deitados em meio ao feno no celeiro. Nenhum de nós conseguiu levantar ainda.
- Sabe o que é engraçado? - Blake quebra o silêncio
- O que? - apoio meu queixo em seu peito e o encaro
- Eu te odiei ao máximo quando você chegou. - diz e eu sorrio
- Eu também. Minha grande chance de fuga foi atrapalhada por você. - digo ao lembrar da primeira vez que o vi, eu estava tentando fugir e ele me pegou e jogou em suas costas
- Você era muito arisca, mas de primeira eu já tinha te achado bonita. - diz
- É mesmo? - pergunto e vejo ele concordar - Quando te vi também achei que não era de se jogar fora
- Nossa, assim você fere meu ego.
- Calado peão fajuto. - digo e ele acaba gargalhando
- Me chamou de que? - indaga
- Você, tem todo estilo de cowboy mas fala como um garoto da cidade.
- Será porque eu estudei e morei fora daqui? - diz
- É mesmo?
- Sim, vim para cá depois de tudo o que aconteceu. - diz e mexe em meus cabelos.
- E o que exatamente.
- A morte dos meus pais. - diz
- E como foi? - pergunto
- Acidente de barco.
- Barco? Sim, eles adoravam o mar, iam quase todo fim de semana. - diz e parecia pensar
- Me desculpa.
- Tudo bem. - da de ombros
- Quando eles partiram, a Clarinha tinha quantos anos?
- Somente três. Então decidi que seria melhor vir morar aqui, com a vó.
Ficamos em silêncio, claro que depois desse assunto, não tínhamos o que dizer.
- E você famosa. - diz e eu acabo rindo
- O que tem?
- Como é sua vida fora daqui?
- Movimentada, poluída e sem tempo para descanso. - digo
- Você gosta?
- Amo! - sou sincera
- Deve está sentindo muita falta.
- As vezes sim e às vezes não.
- Você pode voltar dizendo que fez um retiro espiritual. - diz e eu acabo gargalhando
- É, pode ser. Ou falar que estava doente, por isso que havia sumido.
- E eu seria o que?
- A doença. Tipo aqueles mosquitos venenosos. - digo e ele me olha descrente
- Mosquito? Eu estou mais para cobra. - diz e eu acabo gargalhando
- Minhoca, isso sim. - digo e ele rapidamente se levanta e me olha de cima
- Repete Angel.
- Você está mas para minhoquinha de fruta. - digo
Ele se ajoelha por cima do meu corpo e começa a me fazer cócegas, quase me fazendo engasgar com tantas gargalhadas.
- Para Blake, por favor - suplico
- Retira o que você disse. - diz
- Nunca.
- Retira Angel. - se possível, ele aumenta as cócegas e eu posso sentir meu rosto completamente vermelho.
- Eu retiro. - digo sem fôlego
- agora repete: Blake Ryan não é minhoquinha. - diz
- Blake Ryan não é minhoquinha
- Blake Ryan é muito gostoso.
- Está forçando.
- Repete Angel.
- Blake é gostoso demais. - digo e ele enfim para de me torturar
Respiro fundo e acerto tapas em seu braço
- Seu ridículo. - digo e me levanto
- Você ficou muito vermelha. - diz e gargalha
Reviro meus olhos para ele e me ajeito.
- Quase que eu tive um treco.
- Que nada. - ele vem e me abraça por trás
- Vamos, sua vó deve está preocupada com nos dois.
Eu acabamos de nos arrumar e tirar todo o feno de nosso corpo quando batem na porta.
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Então tá né
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Xxlys