Única esperança - Ohanitta

Eu preciso te ver!

Larissa:
Quando vamos nos ver pessoalmente?
Ninha:
Temos que nos ver pessoalmente?
Larissa:
CLARO, eu estou louca para ver como você é, nem foto você quer mostrar...
Ninha:
Acredite, estou te fazendo um favor, você não ia gostar de saber quem sou.
Larissa:
Como pode ter tanta certeza?
Ninha:
Isso eu não sei, só sei que sei e isso já me basta.
Larissa:
Mas...

Larissa arqueou a cabeça e respirou fundo, ia enlouquecer, essa menina a estava tirando do serio, queria vê-la, queria tocá-la, queria dizer que ela era incrível e abraçá-la, mas ela se recusava a encontrá-la pessoalmente e a falar qualquer coisa que pudesse levá-la a achá-la, passou impaciente a mãos pelos cabelos, por que tanto mistério?

Larissa:
Se você pensa que posso ser um daqueles caras que mentem na internet e tudo mais, pode ficar tranquila, eu não sou.

Ninha:
E se fosse, você me falaria?

Larissa bateu na própria testa, agora provavelmente ela pensava que ela era "um daqueles caras que mentem na internet".

Larissa:
É não falaria...mas de qualquer forma eu não sou um homem de mais de 30 anos que entra na internet dizendo que tem 18 e ainda mais fingindo ser uma garota só para iludir meninas novinhas.

Ninha:
HUM...e se eu fosse uma mulher que mente na internet? Eu poderia ser uma psicopata...

Larissa:
Uma mulher não teria coragem de fazer nada disso, pelo menos eu não teria.
Ninha:
Você nunca assistiu "menina má.com"?
Larissa:
Não, por quê?
Ninha:
Porquê deveria, você ia ver do que uma mulher é capaz.
Tenho que ir, beijos, tchau.

Ninha parece estar offline. 

Larissa fechou os olhos puta da vida, ela sempre saía assim, sem dar explicações, estava cheia disso, voltou pro computador e procurou por "menina má.com".

Ohana desligou o computador o mais rápido que pôde quando ouviu o barulho do carro do pai, desceu as escadas correndo, tropeçando nos degraus e abriu a porta para ele que entrou e jogou o terno e a pasta em cima dela, sem falar nada ele encaminhou-se para a cozinha, não era seu pai biológico, mas ele a vira nascer, era marido de sua mãe, Ohana nunca falou com seu pai biológico, e considerava ele seu pai, e o amava, na verdade não o amava, nunca o amou mas sempre se esforçou para isso, mas ele matara sua mãe, matara ela de desgosto e estava fazendo o mesmo com ela, que aos poucos ia perdendo a vontade de viver.

Ohana guardou a pasta e o terno e se dirigiu a cozinha, enquanto Heitor, comia, as vezes ele lhe dirigia um olhar, mas quase sempre estava olhando para o prato, quando acabou, olhou para Ohana e ficou assim, dez minutos depois, ela ousou se mover e ouviu um grito como resposta.

Heitor: ISSO É O QUE VOCÊ CHAMA DE COMIDA? - Ela nem ousou responder.
- ME RESPONDA SUA PUTINHA.

Ohana nem teve tempo para abrir a boca, em seguida, sentiu a palma da mão de Heitor contra seu rosto, em um tapa tão forte que fez seus joelhos dobrarem e ela caiu sentada no chão.