Eu a amo, tio...

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Larissa: então você pode fazer isso, tio?

O tio dela, Felipe, era investigador, Larissa nunca tinha ligado para a profissão dele, mas hoje estava precisando de ajuda.

Felipe: poder, eu posso, mas eu preciso do sobrenome dele.
Larissa: mas eu não tenho isso.
Felipe: mas sem o sobrenome não tem como eu localizá-lo.
Larissa: eu tenho o nome da mulher dele, que já morreu, e da filha dela...isso ajuda?
Felipe: muito, diga os nomes.
Larissa: a mulher se chamava Ivana Coutinho Lefundes e a filha é Ohana Coutinho Lefundes.
Felipe: vou procurar, Lari. - Eles se abraçam.
Larissa: obrigada tio, você não imagina como é importante para mim.
Felipe: não agradeça. - Sorriu solidário e se despediu.

Ohana olhava para as muitas fotos dela e de sua mãe espalhadas pela sala, andou um pouco, viu varias fotos de quando tinham se mudado para aquela rua, e de repente o passado voltou para a memória de Ohana como uma facada, o modo como Heitor tratava a mãe antes do casamento e depois, a diferença, de como ela gostou  de Heitor à primeira vista, até que ouviu o carro e saiu do quarto, esquecendo a luz acesa, fechou a porta e desceu correndo.

Ele entrou, jogou as coisas em cima de Ohana, como sempre, e subiu, quando ele ia entrar no quarto,  viu a luz acesa da sala que ele tinha proibido Ohana de entrar, pensou que poderia ter esquecido de desligar, e ela não abriu para desligar, resolveu tirar a duvida, entrou na sala e o doce perfume de Ohana entrou por suas narinas, denunciando a invasão.

Ele desceu as escadas, furioso, encontrou-a na cozinha, cortando algumas verduras, sentiu vontade de pegar aquela faca que ela usava e acabar com ela, mas não o fez.

Heitor: OHANA! - Ela se virou tão assustada que a faca deslizou por entre seus dedos, caindo no chão.
Ohana: o que foi?
Heitor: VOCÊ, SUA IDIOTA, ENTROU NAQUELA PORRA DE SALA QUE EU DISSE PARA NÃO ENTRAR!

Ele foi para cima dela com tamanha fúria que Ohana pensou que ele fosse matá-la, antes tivesse matado, a surra foi tão grande, que quando ele acabou, ela mal conseguia se mexer de tanta dor.

Larissa sorriu quando Ohana entrou pelos portões da escola, era muito bom vê-la, ainda que ela estivesse de casaco novamente, ela se aproximou.

Larissa: Oi, Ohana.
Ohana: Oi.
Larissa: por quê esse casaco?
Ohana: por quê eu tô com frio.

Ela que estava fria, Larissa pensou.

Tocou-a nos ombros, ela se afastou, gemendo de dor.

Larissa: tudo bem?
Ohana: sim, só dormi de mal jeito. - Ohana abaixou a cabeça novamente.
Larissa: Ohana? - Ela levantou o rosto.
Ohana: o que... - Foi interrompida por um suave beijo nos lábios, dado por Larissa.
Larissa:Melhor...

Ela lutou contra a vontade de sorrir, mas acabou fazendo-o, era incrível como Larissa conseguiu fazê-la sorrir após a noite difícil que tivera.

Larissa viu o sorriso dela, e sorriu também, maravilhada.
Ela acariciou seus braços, carinhosa, mas Ohana se afastou novamente.

Larissa: o que você tem afinal de contas? Nenhuma noite ruim faz você ficar dolorida desse jeito.

Ohana não respondeu, só saiu andando.

Felipe sorriu para o amigo a sua frente, Caetano, um amigo de infância que trabalhava no cartório da cidade, podia ser útil para descobrir sobre a mãe de Ohana.

Felipe: sei que é difícil, mas sei que você tem registro de todo mundo que nasce aqui. - Ele apontou para uma porta, onde tinha uma placa onde se lia “arquivo geral”.- Vamos, Caetano, isso é importante, é um caso para a minha sobrinha.
Caetano: não sei não, digo, isso pode custar meu emprego.
Felipe: ninguém vai descobrir, a menos que você conte.
Caetano: está bem, me convenceu, em que ano ela nasceu?
Felipe: isso eu não sei, só sei o nome completo dela.
Caetano: e qual seria?
Felipe: Ivana Coutinho Lefundes.
Caetano: você vai ter que procurar nos arquivos da letra “I”, você imagina quantas pessoas tem? Isso pode demorar meses.
Felipe: eu dou meu jeito.
Caetano: ok.

Única esperança - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora